quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sem fado é mais barato?

Em 31 anos tive a sorte de nunca ter sido roubada...até ontem! E pior, fui roubada numa tasca! Ok, calma, ninguém me apontou uma navalha suja de morcela enquanto me pediam a carteira nem algo do género, mas sinceramente antes fosse. Sentir-me-ia menos ofendida e menos parva também.

Ontem fui jantar com duas ex colegas da faculdade até porque uma delas veio a Portugal passar uns dias. Era um motivo mais que perfeito para estarmos novamente juntas a falar dos tempos de outrora e dos sonhos por realizar.
Inicialmente éramos para ir a uma tasca em Alfama que uma delas conhecia, mas como era só de petiscos perguntaram-me se eu não preferia um restaurante com boas massas ou um restaurante vegetariano. Mas eu, dona Ka no seu melhor, respondi "ah e tal, isto hoje sabia bem era mesmo uma tasquinha em Alfama, assim uma cena típica... mas barata!". Ora vai daí, e como ninguém conhecia nenhum restaurante em Alfama, arriscou-se por um que tinha sido recomendado por outra pessoa.
A malta chega e entra numa portinha apertada que dá lugar a um espaço pequeno e tipicamente decorado com bancos de madeira verdes e mesas pequenas, salpicadas num chão aos quadrados coloridos de outros tempos. Aquilo sim, era uma tasca! Daquelas tascas mesmo tascas! E eu muito contente a reconhecer que já tinha visto aquilo num programa de turismo na TV Cabo e que era uma tasca com boa fama e tal.
Mal chega a carta dos menús o meu sorriso fugiu e deu lugar ao choque ao ver os preços. Era noite de fado e portanto existia um consumo mínimo bastante acima daquilo que queria gastar. Em alternativa existiam também uns menús, um pouco mais caros mas com entradas e sobremesas incluídas. A coisa corria mal porque isto anda em crise e nenhuma de nós as 3 estava à espera de gastar um dinheirão numa tasca.
Acabámos por pedir dois menús, numa forma de tentar economizar, enquanto assistíamos ao desfile de turistas que ia entrando.
Os fados começaram mas a comida tardava numa tasca que rapidamente encheu de sotaques estrangeiros. Demorámos quase 2 horas a ser servidas e a comida nem estava fabulosamente fantástica. Escapava-se a experiência de ouvir fado vadio ao vivo que para mim foi a primeira vez.
E gostei daquela alegria bairresca, da paixão entoada de gargantas sedentas de fado e amargura que tornaram o ambiente íntimo e acolhedor.

Quando a conta veio a surpresa não foi nada agradável! Bastante acima daquilo que pensávamos e queríamos gastar, percebemos que tínhamos sido enganadas e a nossa tentativa de economizar tinha saído gorada. Mas pior que isso foi a atitude da pessoa que nos atendeu que nos induziu em erro, não nos explicando como funcionavam os menús e os consumos mínimos, todos eles excessivamente caros.
Só não tornámos aquele momento numa cena de pancadaria (para dar mais dramatismo ao fado) porque somos gajas pacatas e civilizadas, pelo que depois de muito reclamar acabámos por contar os trocos e sair com o orgulho ferido e a certeza de não voltar. Só depois de termos saído nos lembrámos que deveríamos ter pedido o livro de reclamações. Fica mais uma lição de vida...

É com choque e alguma tristeza que assisti a este desenlace. Viu-se nitidamente que o negócio era feito para estrangeiros, talvez até para "enganar estrangeiros" que obviamente não reclamam. E é uma pena porque a tasca realmente era um miminho, numa zona lindíssima, e os fados muito castiços. Não daqueles fados chiques, de senhores e senhoras emproadas vindos de um desfile ou concurso de música.
Não, eram fados de Alfama, com pessoas que vivem e sentem Alfama e só por isso valia a pena. E não me interpretem mal, não foi pelos preços (apesar de os ter achado excessivamente caros), foi mesmo pela atitude, pela falta de informação propositada na tentativa de extorquir mais dinheiro. E isso é que não quero aceitar...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

É desta que tenho um enfarte...

O stress da passagem de ano continua, sobretudo porque se aproxima a grande velocidade o raio da data.
Como vou ter pessoas que vão ficar a dormir lá em casa, vou ter de dar um jeito ao estaminé o que quer dizer uma carga de trabalhos e de stress. Ontem eram 10 e tal da noite e andava eu de luvinhas e lixivia na mão a limpar o tecto do wc e a pensar no porquê de me sujeitar e meter nestas situações.
E pensei que realmente tenho de aprender a dizer "não" com mais frequência e a puxar para mim aquilo que me é importante. Eu sei que os desafios também são importantes para evoluir e sei que apesar de todos estes stresses até me divirto, mas também percebi que raramente penso em mim e no que eu quero e sigo essa vontade até ao fim.
Ainda vou ter de ver como organizo tudo, incluindo compras no supermercado que deve estar uma loucura. Já imagino azevias e camarão pelo chão enquanto as pessoas andam à estalada com sacos de passas nas mãos... enfim, vai ser um show!

E ainda vou ter de fazer a manicure aos gatos e explicar-lhes que se vão ter de portar bem. Deveras catita!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Que venha Janeiro rapidamente!

O Natal ter passado significa que a passagem de Ano está à porta. Para mim é um suplício, um fardo (e fado) demasiado grande. Simplesmente detesto esta data. Seriam precisas algumas sessões de psicoterapia para perceber com clareza o porquê de me provocar tanta confusão e desconforto, mas o que sei é que não me sinto nada apaziguada com isto.

Lembro-me que quando era pequena até achava uma certa piada, porque a família reunia-se e às 00:00 íamos para a varanda bater panelas. A minha mãe reclamava sempre porque os tachos ficavam todos amassados até que aos poucos começou a desistir e já existiam "panelas para bater na passagem de ano". Mas à medida que fui crescendo esse sentimento inocente foi dando lugar ao desconforto. Via os meus amigos sairem na data que representava folia e diversão, enquanto eu ficava ano após ano em casa, ou porque os meus pais não me deixavam sair ou porque não recebia convites. A verdade é que tinha poucos amigos e mesmo esses acabavam por ir com outras pessoas ou com os respectivos namorados e fui habituando-me a ficar por casa e eles a nem sequer me convidarem. Os anos foram-se abatendo, um após o outro, e percebia que cada vez ficava mais esquecida naquele marasmo...

Mais tarde comecei a sair, sobretudo quando comecei a namorar. Mas nem isso era pacífico. Recordo-me de esta data estar repleta de desavenças, discussões e pessoas que não conhecia de parte nenhuma.
Então as passagens de ano em casa deram lugar a passagens de ano a discutir, até ao momento em que passei uma fase terrível da minha vida. Nesse ano, o único até agora, decidi passar o dia 31 sozinha. Sentia-me tão mal, tão negra que nem sequer ponderei outra hipótese. Quando me perguntavam se já tinha convites e o que ia fazer, mentia, dizendo que ia passar com amigos. Só queria estar sozinha, não queria ser peso para ninguém nem ter de dar justificações... Fiz o jantar para mim, aluguei um filme e à meia noite comi passas enquanto chorava e o meu coração sangrava de dor...

Os últimos anos foram mais calmos, mas trazem-me recordações e sentimentos de outrora. Percebi ontem que com a aproximação de mais uma passagem de ano me sinto em pânico. Há algum tempo atrás aceitei um convite sem pensar muito no assunto, mas percebo agora que isso me está a provocar uma ansiedade enorme. Pode parecer estúpido mas fico muito tensa e ansiosa.
Tentei perceber melhor o porquê de me sentir assim. Lá está, precisava de psicoterapia, mas à primeira vista parece-me que a passagem de ano representa para mim chatices, discussões, abandono. Além disso esta é uma data festiva por natureza, uma data de excessos, de folia e diversão e ontem percebi que...eu não sou assim! Sou uma pessoa reservada, tímida e estar em grupos grandes de pessoas que não conheço inibe-se e faz com que me isole.

Percebi que o que me fazia realmente sentido e gostava era passar uma noite tranquila em casa, na companhia de meia dúzia de pessoas que me são muito próximas e íntimas, com quem me sinto mesmo à vontade. Ao olhar para trás constatei que nunca tinha feito isso, nunca tinha passado por essa experiência.

E pelos vistos este ano também não... ao ter aceite convites arrastei pessoas comigo. Tudo isto ainda me provoca mais ansiedade, claro está, mas também sei que é tarde para mudar isso porque tenho pessoas a depender de mim. Por outro lado, é importante lidar comigo e tentar evoluir, tentar combater as minhas inibições por mais que me custe. Mas a verdade é que sinto ansiosa e pressionada e não sei lidar e conjugar tudo.

Neste momento só espero que o Janeiro chegue depressa...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Raios o partam!

Acho a natureza fascinante e tenho imenso respeito por ela nas suas mais variadas demonstrações, seja um mar rebelde, seja numa trovoada que ilumina os céus.

Lembro-me que quando era pequena a minha avó, que tinha imenso medo de trovoadas, dizia-me para rezar avé Marias para a trovoada passar. Eu rezava e apesar dos resultados meio duvidosos existia um certo consolo naquela ladaínha. Conheço mais pessoas que têm medo de trovões e que entram num estado de ansiedade quando o céu começa a rugir de forma ameaçadora. Eu tenho respeito, não é uma situação que ache confortável, mas também não tenho "medo" propriamente dito. E os gatinhos também não, ficam impávidos e serenos a dormitar.

Esta noite estava eu a dormir e acordo com o som da chuva diluvial que se fazia sentir. Parecia que andavam a despejar mangueiradas de água cá para baixo incessantemente e eu só pensava "está bonito, amanhã vai estar tudo inundado. Vou de barco e galochas para o trabalho...".

Mal acabo de pensar nisto oiço um estrondo enorme, quase uma detonação, acompanhado de luz. Um trovão mega, super, hiper grande acabava de estalar nos céus e não sei mais onde, provavelmente ali muito perto. Cheguei a pensar, naqueles instantes de parvoíce que tinha fulminado uma árvore ou o poste de Alta Tensão que está ali ao lado. Os gatos, que normalmente continuam a dormir com a trovoada, desapareceram num ápice.

Eu levantei-me, meio assustada, meio aturdida e percebi que não tinha luz. Fui buscar a lanterna a pensar se existiriam consequências maiores enquanto o Pépe meio desesperado miava à minha volta. Vou à janela e espreito lá para fora, mas não noto nada de diferente ou anormal, excepto a rua que está às escuras. O que vale é que passado muito pouco tempo a energia voltou o que me acalmou um pouco. Apercebi-me de um silêncio esquisito: já não existia trovoada nem chuva, tudo estava calma e inaudível. Senti-me num filme de terror, a pensar "isto é muito esquisito...que vai acontecer agora?"

Acabei por adormecer, ainda meio tensa, sensação que perdurou o resto da noite. O Pépe voltou a deitar-se mas a Zara escondeu-se debaixo da cama e de lá não saiu. Vim-me embora e ela lá continuou, meio assustada.

Já não bastavam os problemas diários, agora tenho uma gata traumatizada!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tintim no Congo

Normalmente durante o pequeno almoço leio um livro de banda desenha ou pelo menos uma parte dele. Como a vida está cara tenho-me entretido a reler os livros que tenho e que em muitos casos apenas li uma vez, pelo que já não me lembro dos detalhes e é como se fossem novidade.
Hoje terminei de reler "Tintim no Congo" e a impressão foi a mesma que tive aquando da primeira leitura, anos atrás: um livro muito mau...


A história é bastante fraca, mas o que incomoda não é isso e sim a imagem patente ao longo do livro. Tintim é visto como um ser superior por ser branco (mais forte, mais astuto, mais inteligente), enquanto que os Congoleses são descritos como fracos, parvos, ridículos e primitivos, além de "adorarem" Tintim. Esta supremacia racista e xenófoba arrepia-me.

Além disso Tintim enaltecer a caça e o massacre de animais: mata macacos, rinocerontes, elefantes (vendo-se inclusivé a personagem a carregar o marfim) só porque sim...

A arrogância e postura das personagens torna este livro quase intragável.

Não me interpretem mal, eu gosto imenso da colecção e de Tintim, mas realmente este livro é não correu bem!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Avatar: The Last Airbender

Tenho andado viciada numa nova série que me tem prendido ao écran e deliciado. Refiro-me ao "Avatar: the last airbender". Sei que o nome pode parecer confuso na medida em que as pessoas reconhecem do cinema os filmes "Avatar" e "The last Airbender" como duas obras distintas.
Há uns meses atrás estreou no cinema o "The Last Airbender" que fui ver animadamente uma vez que gosto muito do realizador. E só depois de ter visto o filme percebi que o mesmo fazia parte de uma triologia e era adaptado de uma série de desenhos animados. Talvez por já existir um filme denominado de "Avatar", o Night Shayamala apenas utilizou no filme a segunda designação (The Last Airbender).



A história passa-se num mundo fictício, pautado pela cultura oriental e pelas artes marciais onde Aang, o actual Avatar, tanta salvar o mundo da Nação do Fogo. Acho piada a esta cultura das nações que no fundo representam diferentes elementos: existe a nação do fogo que conquistou o mundo e tal como o elemento que representam, são impulsivos, agressivos e autoritários. Depois existe a nação da Terra, cujas pessoas são mais "térreas", calmas e pacientes. O povo da água é mais intuitivo e sentimental, além de possuir propriedades curativas. O povo do ar foi eliminado pela Nação do Fogo, existindo apenas Aang (daí a designação: the last airbender). O Avatar é a única pessoa que consegue dominar todos os elementos em simultâneo (ar, água, terra e fogo).

A série conta as aventuras de Aang para conseguir derrotar a Nação do Fogo e está dividida em 3 partes, designadas de Livros: Livro 1 - Água; Livro 2: Terra; Livro 3: Fogo.

O filme (cujo trailer está aí em cima à disposição de suas excelências), representa o 1º livro e está bem adaptado (na sua generalidade, claro).
Já me encontro no 3º livro e apesar de ainda não ter acabado já sinto saudades desta série que está muito bem construída e é super divertida!

Como poupar e continuar a ler os livros que sempre quisemos

Com o passar dos anos fui acumulando livros nas estantes e achava que não me iria conseguir desfazer deles, que eram uma representação do conhecimento em geral e de mim em particular. Mas com a crise e as despesas para pagar a minha concepção foi mudando. Percebi que os livros são caríssimos e simplesmente deixei de os comprar até porque ainda tinha muitos em casa que ainda não tinha lido. Passei a frequentar alfarrabistas e pela primeira vez requisitei livros na biblioteca municipal. E percebi que damos demasiada importância aos bens materiais, que mais importante que os livros que se inundam de pó, é a aprendizagem e prazer que retiramos deles.
Olhei para as minhas estantes e percebi que estou preparada para abdicar daquilo que durante muito tempo considerei imprescídivel. Existem livros que sei que nunca mais irei ler ou pegar neles e que por isso fazia mais sentido doá-los a quem realmente quisesse.
É claro que existem algumas obras que faço questão de guardar, como livros que tenha gostado muito, alguns clássicos e livros que acarretam alguma carga emocional.
Tendo em conta estes pensamentos, e a necessidade de poder ler alguns livros sem gastar dinheiro, aderi há cerca de um mês a um novo sistema de troca de livros via Internet, o winkingbooks.
Basicamente o utilizador regista-se e insere livros que está disposto a trocar com outros utilizadores. Por cada livro carregado no sistema ganha-se 1 ponto. Depois podemos pedir um livro que nos interesse desde que tenhamos pontos para o efeito (por cada livro que se peça são debitados 10 pontos).

Já enviei 3 livros: "A loja dos suicídios", "Cem anos de solidão" e "E se fosse verdade..." e recebi este livro:


Andava há imenso tempo com curiosidade para ler este livro e conhecer o Possidónio Cachapa, mas achava o preço dos livros excessivamente caro, ainda para mais sendo um autor que desconhecia. Assim consegui obtê-lo de borla. :)

Eis uma excelente forma de poupar dinheiro e conseguir ler bons livros!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Gatos enfeitados

Lá em casa não existe árvore de Natal. Desde que vivo sozinha que me acomodei e nunca montei nenhuma, embora este ano até tenha alguma vontade (por se calhar ainda arranjo qualquer coisa, já meio fora de tempo).
De qualquer modo pus umas meia de Natal na lareira que a Zara já fez questão de investigar. Além disso todos os anos tenho os stresses habituais com o papel de embrulho e os gatos. Ontem, para não fugir à tradição, foi mais um desses dias. Era eu a tentar cortar papel e o Pépe a roubar-me a ráfia, enquanto a Zara andava de volta dos sacos.

Pessoal dos gatos, expliquem-me como é que fazem para coordenar tudo?!

E depois deste vídeo do Simon's Cat, acho que vou repensar muito bem a história da árvore de Natal...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Casa da Selva

Este ano as finanças não estão más, estão mais que más, pelo que decidi que este ano as prendas de Natal têm de ser muito mais contidas do que habitualmente.
Todos os anos digo isto e acabo por gastar imenso dinheiro, mas este ano tem mesmo que ser.
Decidi cortar a lista e oferecer apenas às pessoas mais chegadas e mesmo assim só lembranças e/ou prendas personalizadas.

Neste senda decidi oferecer a algumas pessoas uns frasquinhos que comprei bem baratos e encher com chá. Só o cheirinho é delicioso.... Não sou muito dada a trabalhos manuais mas vou tentar fazer uns embrulhos catitas e um cartãozinho personalizado. E assim consegui poupar bastante dinheiro.

Hoje à hora de almoço decidi ir comprar mais chá porque ainda me faltavam encher uns 2 ou 3 frascos e fui à "Casa da Selva", na Estrada de Benfica, em Lisboa. Esta loja faz parte do meu imaginário de infância uma vez que costumava passar por ela quando ia para a escola. Também ia lá com o meu pai, quando ele ia comprar café, pelo que os cheiros e cores ficaram gravados na minha memória.


imagem retirada do Mercado de Bem-Fica


Há muitos anos que não ia lá e regressar teve qualquer coisa de mágico... a montra apresenta logo uma variedade de chás, cafés, licores e bombons que nos fazem sonhar. Ao entrar o cheiro do café em grão, dos biscoitos e chocolates mistura-se com o do chá a granel e transporta-nos para outra dimensão.

Prateleiras forradas de caixas e produtos exóticos fazem as delicias dos sentidos. E para mim é quase um regresso ao passado, ao meu passado...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cansada... muito cansada

Hoje sinto-me cansada.
Cansada das pressões ocultas e omnipresentes que me impedem de avançar.
Não chego.
Não sirvo.
Não sou...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lagoa Azul - Quem nunca viu que atire a primeira pedra!

Tenho uma confissão a fazer (qual casa dos segredos, qual quê): nos últimos dias vi a Lagoa Azul.
É uma lamechice e está demodé, eu sei, mas quem nos seus tempos de infância nunca viu este filme que atire a primeira pedra. Ah pois é! Este filme foi um marco da minha geração. Ainda era petiz quando a minha mãe o levou lá para casa, gravado numa cassete VHS. Gostei de tal maneira do filme que o vi 8 vezes seguidas. Sim, isso mesmo, 8 vezes!
Já sabia as falas de cor e a fita começou a ficar gasta, mas isso não importava. Existia qualquer coisa de mágico ali. Talvez já fosse a minha veia eremita a dar de si, não sei, mas a verdade é que me sentia fascinada com aquela história.


Nos últimos dias, estando eu a fazer zapping, deparo-me com este filme, que reconheci imediatamente pela banda sonora. Comecei a vê-lo com algum pudor, mas a verdade é que dei por mim a vê-lo na íntegra e com enorme prazer.

Rever as imagens e cenas que fizeram parte do meu imaginário de infância incutiu-me de nostalgia.

E acabando isto ainda deu na TV o Tubarão, do Spielberg, mas esse já não vi!

Céu na Terra

Os últimos dias foram passados a descansar do rebuliço da cidade e em comunhão com a natureza.
Nunca tinha ido ao Gerês, apesar de ser um desejo antigo e como ainda tinha 2 dias de férias e algumas promoções de vouchers de pousadas, decidi aproveitar.
O tempo não ajudou em nada e a chuva pautou todo o cenário, sendo quase impossível passear ou conhecer o que quer que fosse. Mesmo assim ainda consegui visitar S. Bento da Porta Aberta com o seu santuário imponente, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e algumas terriolas circundantes. Mas o mais bonito foi mesmo a paisagem salpicada de vermelho, dourado, castanho e verde em perfeita harmonia.



A primeira noite foi passada na pousada da juventude de Vilarinho das Furnas. A pousada era bastante boa e a lareira acesa fez as minhas delícias. Vários percursos pedestres ali na zona incutiram-me a certeza de que iria voltar com um tempo mais ameno.

A segunda noite foi passada num local mágico, num hotel no Santuário da Peneda. Percorri montes e vales em estradas que serpenteavam a paisagem para ao longe ver o Santuário, quase isolado, onde uma cascata de água desaguava com fúria. Fiquei sem palavra, apenas uma sensação estranha de harmonia e pertença, de paz e equilibrio. As vibrações e ernergias estavam presentes em todo o lado...

As cascatas de água faziam parte do cenário conferindo uma imagem mágica, quase mística. Sentia-me num filme, onde eu era a personagem principal...

Para estes dois dias ia com um desejo enorme de fazer caminhadas, de conferir vida activa a essa personagem de sonhos e fantasias imaginadas outrora, mas com o temporal que esteve foi mesmo impossível.

Ficou o desejo de querer voltar, cada vez mais insistente e veemente.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mais uma semaninha boa!

Hoje, mais um dia fantástico, para iniciar a semana!

* Acordei toda dorida por causa do jogo de futebol onde participei ontem (don't ask, don't tell!);

* Olhei para o despertador: estava mega atrasa! Pulo da cama, tento vestir o robe enquanto o sr. Pépe quer brincadeira e começa a puxá-lo;

* Prestes a sair de casa, percebo que os sapatos estão cheios de lama e ando a sujar a casa toda (very nice!);

* Tento limpar os sapatos (e os minutos a passar) e a escova que utilizei tinha restos de detergente. Conclusão: sapatos com lama e com espuma;

* Saio de casa fora de horas e lá apanho o comboio (ok, esta foi normal);

* Chego a Lisboa e está a cair uma carga de água desgraçada. A zona de sete-rios está semi inundada e eu começo a ficar toda encharcada;

* Fico com os pés todos molhados e começo a questionar porque não trouxe as botas;

* Lembro-me que não tenho botas e preciso de comprar umas novas;

* Chego atrasada e a patinhar ao serviço;

* Percebo que o saco que trazia está todo roto e amolecido da chuva e já tinha metade das coisas de fora. Foi uma sorte não ter ficado sem saco no meio da estrada inundada.

Ah!! Que beleza de semana!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Incoerências

Como se faz quando não toleramos uma pessoa, por mais que saibamos que tal é errado?
Como se faz quando não conseguimos perdoar, mesmo sabendo que o perdão não nos compete a nós, mas à matriz da vida que tudo julga?

Soa-me a incoerência e apenas revela a minha fragilidade e pobreza de espírito.
E à pala disto de certeza que ainda tenho muitas vidas para viver...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Entre 4 paredes

Nos últimos dias, devido à greve geral que acabou por afectar os transportes, acabei por ficar em Lisboa, na antiga casa dos meus pais.
E que estranho que foi voltar a uma casa desabitada mas que sabe tudo de nós. Aquele espaço viu-me crescer, assistiu aos meus medos, alegrias, choros, fases boas e más.

Ali estava a minha cama de solteira onde tantas vezes chorei e onde tantas vezes sonhei, a secretária onde estudava para os testes da escola e mais tarde para os exames da faculdade.
Na parede envelhecida pelo tempo ainda alguns restos de desenhos que fazia nas minhas noites de solidão, nos armários fragmentos da infância, de brinquedos, de roupa usada numa época passada.
Ali estavam as minhas canecas onde bebia o leite com chocolate desde pequena, a porta com o puxador estragado, a mesa da sala de jantar onde apenas comíamos em dias de festa.

Estava tudo ali, mas apesar do sentimento de pertença, de sentir que conheço cada canto e que estarei sempre ligada aquela casa, tudo muda. E o meu caminho não passa mais por ali. Tenho uma nova etapa e uma nova vida para viver.

Acho que não se deve esquecer o passado mas temos de deixar espaço para o futuro entrar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Patinagem artística

Nada melhor do que estar a dormir quentinha enquanto chove lá fora, sonhar relaxada e de repente ouvir uns miados histéricos e sentir umas unhas de gato a espatinhar a minha cara!
Ainda estou para descobrir qual dos inquilinos lá de casa é que tentou saltar para a cabeceira da cama, o salto correu mal e andou a fazer patinagem em cima da minha cara! Por pouco iam-me furando um olho!
Estou com a cara a parecer uma pintura rupestre...

Isto lá é maneira de acordar alguém??

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Senhor do Adeus

Têm surgido na Internet movimentos de apoio e saudade ao Senhor do Adeus, o homem que costumava acenar aos carros no Saldanha. Até já existem petições para erigir estátuas em sua homenagem.
O Senhor do Adeus era uma personagem típica de Lisboa. Não havia quem não se tivesse cruzado com ele pelo menos uma vez. Eu conhecia-o lá da rua, onde vivi até há bem pouco tempo. Sim, isso mesmo, ele vivia uns prédios abaixo do meu e toda a gente o conhecia por ali, nem que fosse de vista. Recordo-me de o ver com a mãe e recordo-me de, quando esta faleceu, ele todos os dias ao fim da tarde sair de casa em direcção ao Saldanha. Nascia nessa altura o mito que hoje em dia toda a gente conhece. E isto já foi há alguns anos.

Mas recordo-me que nessa altura ninguém falava em estátuas nem nada do género. Pelo contrário... Lembro-me de muitas vezes ouvir comentários em como era "maluco"ou "não batia bem da cabeça". As pessoas olhavam com desconfiança e afastavam-se com desprezo, ou passavam de carro e gozavam com ele. Se calhar muitas das pessoas que hoje em dia o elogiam e dizem que foi um herói...

O que ele fez é, de facto, de louvar. Indiferente aos comentários depreciativos que muitas vezes ouviu deu uma parte de si, partilhou-se no melhor que tem o ser humano, nem sempre sendo compreendido, porque temos uma tendência natural para achar que fazer bem e ser generoso é depreciativo, parvo e tem sempre segundas intenções. Acho que a humanidade se tem vindo a perder porque a atitude dele deveria ser a atitude de todos nós, e não a excepção...

O Senhor do Adeus apenas veio realçar esta veia humanitária que todos possuímos mas temos vergonha de demonstrar. E enquanto se elogia um homem, esquecem-se todos os outros de que ninguém fala.
Nas portagens da Ponte 25 de Abril existe um funcionário que recebe e fala com toda a gente como se nos conhecesse há anos! "Olá! Está boa?! Estava com saudades suas! Um beijinho e bom dia!" As pessoas chegam carrancudas e a reclamar dos preços e saem com ar de felicidade e a sorrir. Pelo menos comigo é assim.
As pessoas que todos os dias salvam animais ou as que fazem companhia a idosos abandonados ou isolados, dessas ninguém fala.

O senhor do adeus somos todos nós...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mary and Max

E o fim de semana trouxe-me outra agradável surpresa. O filme de animação "Mary and Max", simplesmente um dos melhores filmes que vi até hoje.
Filme mais para adultos do que para crianças, retrata o poder da amizade entre uma criança australiana e um americano introvertido, complexado e cheio de fobias.

Nunca tinha ouvido falar deste filme mas a verdade é que ganhou vários prémios internacionais.


"Turismo" em Sintra

Uma vez que resido na margem sul do Tejo, não estou habituada a frequentar os transportes públicos da linha de Sintra, por isso hoje vivenciei uma experiência diferente.

Levantei-me cedo, numa qualquer aldeola no meio da Serra de Sintra, com o céu ainda escuro e a humidade típica da Serra a fazerem-se notar e a pedirem-me para voltar para a caminha, mas não podia ser.
Cheia de sono e de frio apanhei o autocarro que passava ali perto juntamente com um rancho de miúdos que ia para a escola. Olhei para o relógio e via as horas passar enquanto o autocarro - que era suposto ser rápido - desfilava por ruelas e curvas, aldeias e vilas. Rezava secretamente para que nas ruas apertadas não nos cruzassemos com carros ou o raio da camioneta teria de fazer marcha atrás ou ficávamos ali entalados. Sinceramente senti que estava a fazer turismo! Aquilo parava em todo o lado, desviava-se da estrada principal e parecia que estava no campo a passear alegremente. Resignei-me e afundei-me no banco do autocarro enquanto ouvia música no MP3 e disfrutava da vista (tentando não olhar para o relógio).

Cheguei à estação de comboios de Sintra já atrasadérrima enquanto ouvia a voz mecânica da "senhora" a informar que o comboio com destino a Lisboa iria partir da linha 3. Decidi correr, "picar" o bilhete e entrar no comboio a correr. "Ufa, ainda consegui!!", pensei eu contente enquanto olhava para os lados e via a carruagem muito escura e vazia. Olhei pelas janelas e vi outro comboio, noutra linha. Espreito para fora: estou na linha 1 e não na linha 3!! Entre o "vai não vai" de sair a correr, vejo o comboio correcto partir em direcção a Lisboa.... toca de esperar mais não sei quantos minutos...

Quando finalmente o comboio parte rumo a Lisboa segue-se um infindável número de estações e apeadeiros (todos grafitados e pintados) que nunca mais acabam, com direito a ter de trocar de comboio pelo caminho e a cheiros incaracterísticos.

O que sei é que cheguei já cansada e atrasada ao trabalho e fiquei com muitas saudades do meu comboio lindo que vem da margem sul! Agora cá turismos na linha de Sintra é que não!

domingo, 14 de novembro de 2010

Cinema caseiro

Fim e semana é sinónimo de filmes! Até agora foram dois:


The Expendables - Filme que conta com uma colectânea de actores conhecidos e vale apenas por isso.
O atractivo de ver Silvester Stallone, Mickey Rourke, Bruce Willis, Jet Li, Arnold Schwarzenegger e Eric Roberts juntos era mais que muito e levava-me a crer que teria ali umas horas de divertimento.



Pois bem, enganei-me! A história é desenchabida e enfadonha, existe um vazio enorme em termos de enredo e nem sempre existe um fio condutor. Mesmo os actores mais conhecidos aparecem apenas por breves minutos. O Bruce Willies e o Arnold Schwarzenegger, apesar de serem cabeça de cartaz, aparecem em apenas um take de poucos minutos (nem sei se chega a 5 minutos). O Mickey Rourke para lá caminha.



Filme fraquinho, que promete muito e afinal...











Julie & Julia - Já me tinham falado bem do filme mas não sabia bem o que esperar. A verdade é que o filme surpreendeu pela positiva!

A história de duas mulheres com a paixão da cozinha em comum está muito bem construída, remetendo-nos para um universo muito próprio.

A Meryl Streep está fantástica (como sempre) e conseguiu construir uma personagem bastante cómica e particular.

E aqui fica um bom exemplo em como devemos perseguir os nossos sonhos e nunce desistir do que nos faz feliz.
Até podemos inspirar outras pessoas. :)




quinta-feira, 11 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Vai um lenço?

Ai....a senhora astróloga tinha mesmo razão. Estou com uma constipação em cima, ou melhor, entranhada!
Já ando a espirrar-me toda e com o corpo semelhante a açorda. Queria mesmo era a minha caminha e um chá quente e mimos. Isso é que era! Agora estar aqui a carregar dados numa base informática chata é que não está com nada.

E amanhã piora, com reunião de manhã e estagiárias de tarde. Eu fui feita foi para trabalhar em casa!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A senhora acertou!

De manhã li no jornal gratuito o meu horóscopo. Dizia que estava sujeita a constipações.

A verdade é que a meio da manhã comecei a ficar com uma impressão na garganta e agora estou com dores e toda mole e a ranhoca aproxima-se!

A senhora astróloga acertou!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Igor na Associação Bianca

Sem conseguir arranjar um dono ou pelo menos uma Família de Acolhimento Temporário para o cão que andava na minha rua - e que baptizei de Igor - acabei por o levar à Associação Bianca, no concelho de Sesimbra.
Já tinha acordado previamente com uma das responsáveis e com o coração apertado no sábado de manhã lá fiz aquilo que achei ser melhor para ele. Meti-lhe a trela e ele veio todo contente comigo, saltando imediatamente para dentro do carro. Veio todo satisfeito a espreitar pela janela ou deitado no banco. Via-se que estava habituado a andar de carro.

Ao chegar à Bianca percebi que as condições não eram fantásticas: um terreno de terra batida, onde estavam espalhadas algumas casotas com vários cães presos uma vez que não existiam boxes. Veio-me à memória o tempo que passei numa outra associação de protecção de animais. Passado tanto tempo voltava a pisar aqueles caminhos...

Apesar da minha angústia fiquei mais calma: pelo menos ali ele estava protegido do frio e da chuva, de ser atropelado ou morto. Tem comida, água e cuidados médicos.
Foi-lhe detectato o chip, embora isso não augure nada de bom na medida em que parece ter sido abandonado na mesma. A responsável até ficou com a sensação de o cão não lhe ser estranho, referindo que poderia ter sido adoptado à associação há uns meses antes.
Só a partir de hoje poderíamos saber alguma coisa uma vez que os serviços onde ficam registados os chips apenas funcionam de 2ª a 6ª.

Ele lá ficou, preso, a olhar para mim.
Eu cá fiquei, com uma ferida enorme no meu peito. Parecia que eu própria o estava a abandonar.

Como conseguem as pessoas fazer isto? Dormem de consciência tranquila?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos animais

Tenho aparecido pouco por aqui. O desânimo foi tomando conta de mim sobretudo por causa desta situação do cãozinho.

Contactei várias associações de defesas de animais, coloquei anúncios em montes de sítios e simplesmente não obtive respostas positivas. Apenas ontem recebi um e-mail da associação Bianca dizendo que poderia levar o cão no próximo sábado. Tinham-me informado há 1 semana que estavam sobrelotados, mas pelos vistos lá surgiu uma vaga.
Tudo isto parte-me o coração. Sei que a situação é tudo menos ideal, mas acredito que ele esteja melhor num sítio destes, onde pelo menos é cuidado, não passa fome nem frio, do que exposto às vicissitudes da rua.

Tenho feito o que posso, todos os dias lhe levo comer apesar de ter ficado dois dias sem o ver e ter temido o pior. Vi-o ontem, a coxear, o que denuncia que levou uma pancada de um carro ou se envolveu nalguma luta com outros cães.

Eu e os meus pais improvisámos um abrigo rudimentar no fim de semana, na altura do temporal. Umas pedras, uns restos de mesas, um caixote de cartão foi o melhor que conseguimos. Nem sei se ele vai para lá, penso que não, mas pelo menos tem aquele espaço à disposição - um T0 com vista para o pinhal!

E é nestas alturas em que me sinto pequenina, frustrada, impotente e que cada vez mais perco a fé na humanidade. Como foi possível terem abandonado um cachorro de casa preso a um poste e entregue à própria sorte?

Lá se costuma dizer que "quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos animais..."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Espíritos fracos - a desumanidade das pessoas

Já devem ter reparado que não tenho andado muito por aqui. Sinto-me numa fase desmotivada da vida. Acontece com todos.
Depois de ter conseguido que os meus pais ficassem com o cão que andava na minha rua, o Zaire, e de muitas peripécias nos entretantos, deparo-me agora com nova tragédia.

Ainda há pouco tempo comentava com um amigo a desumanidade das pessoas, na mentalidade retrógada e fria que muita gente apresenta. E quanto mais conheço as pessoas mais me apercebo disto e mais me desencanto com a chamada "humanidade".

Como não costumam existir coincidências, e no mesmo dia em que me disseram para guardar um resto de carne do almoço para cães vadios, deparei com mais uma situação dramática.
Após o jantar decidi ir dar uma volta perto de casa e ao fundo da minha rua vejo um cão deitado debaixo de um carro. Veio logo ter comigo com um ar gingão de cachorro. Reparei que tinha coleira e dei uma vista de olhos para averiguar se teria algum contacto pois poderia estar perdido. Nada de contacto... comecei a ficar ansiosa e desconfortável com a situação, talvez por começar a perceber o que aí vinha...
Ao deparar com uma senhora que tinha vindo à janela perguntei se o cão era de alguém dali ou andava perdido. Informou-me que o cão tinha sido abandonado há quase uma semana ali, preso pela coleira a um poste, sem comida nem água!! Foi um vizinho que acabou por o soltar e algumas pessoas foram-lhe dando restos de comida e ele foi ficando. Quando ouvi isto foi como se tivesse sido fulminada com um raio... A trela ainda estava amarrada ao poste e o cão chorava quando a via. A senhora ainda informou que já tinham chamado o canil mas que este não se mostrou disponível para lá ir naquele momento. Foi o que valeu! Expliquei-lhe que passados 8 dias num canil, os cães podem ser abatidos. A senhora pareceu visivelmente surpreendida (pergunto-me como é que existe alguém que não saiba isto??).

O resto da história não é difícil de adivinhar. O cão seguiu-me até casa e tive, tal como fazia com o Zaire, de lhe fechar a porta no focinho. Os olhos tristes seguiam-me enquanto subia as escadas e o meu coração se apertava. Ainda voltei abaixo para lhe dar os tais restos de carne que tinha guardado do almoço. Estava esfomeado.
Voltei a cair nesta ansiedade que sinceramente não queria nem estava preparada para viver. A situação do Zaire envolveu-me muito e sei como foi difícil arranjar donos - tive a sorte de os meus pais se sensibilizarem com a situação e o acolherem - mas voltar a viver isto não augura nada de bom.
Nessa noite não dormi nada de jeito a pensar na situação e no que deveria fazer. Alimentá-lo pressuponha novamente o meu envolvimento numa situação que me afecta bastante. Teria de lidar diariamente com a situação de lhe fechar a porta no focinho ou angustiar-me cada vez que chove. Não lhe dar comida rói-me a consciência e aperta-me o coração.

Ando desde sábado neste dilema ético e emocional por um lado, e pelo outro extremamente desiludida com as pessoas, com a vida. De pensar que se salva um cão, mas existem mais 4 ou 5 em risco ou abandonados pelas chamadas "pessoas".

Apesar de serem poucas as pessoas que aqui param, faço novamente o apelo para quem queira adoptar um cão. Mesmo que não queiram comentem com a família, amigos, vizinhos.
É cachorro (nota-se pelo andar e postura), talvez com cerca de 8 meses, pêlo curto castanho, extremamente carente. Corre risco sério de ser atropelado ou levado pelo canil.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sou uma fraca!

A minha estratégia de deixar de beber café caiu por terra.
Durante uns tempos, na fase em que me alimentava melhor, ainda fui conseguindo. Foi uma fase boa essa, em que consegui conjugar uma alimentação saudável com a abstinência de café e algumas caminhadas. Como resultado comecei a sentir-me melhor fisica e emocionalmente (dormir melhor, mais confiante, maior auto-estima, maior tranquilidade, etc.) e ainda perdi uns quilinhos.

Mas com as férias já se sabe... voltaram os gelados e doces, e foi voltando o café devagarinho, com pezinhos de lã.
Lá se foi a minha estratégia de amealhar o que gastava no café e pior, voltei ao vício!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Espécie em vias de extinção

Ontem andava eu a fazer Zaping pela televisão quando deparei na RTP2 com um documentário sobre um casal de lésbicas, Edie e Thea, que após 42 anos em comum conseguem finalmente casar.
Apesar de já não ter conseguido apanhar o documentário na totalidade, foi visível o companheirismo e amor que denotavam uma pela outra, as batalhas e problemas que foram ultrapassando.
A certa altura da vida Thea viu-se numa cadeira de rodas devido a doença mas a companheira sempre a ajudou e cuidou dela até ao fim. As imagens são sempre ternas, carinhosas e de uma profundidade e cumplicidade raras.
Casaram em 2007 no Canadá. Thea morreu em 2009.

Assisti comovida à reportagem e ainda chorei baba e ranho. Achei tudo super romântico, acolhedor, e pensei que gostava de viver um amor cúmplice assim, deste que duram a vida toda e nos preenchem a alma.
A maior parte das pessoas que conheço acha tudo isso uma pieguice e ainda gozam comigo por ser romântica e nhónhó nas relações, de suspirar ao ver um grande amor.

Serei uma espécie em vias de extinção??

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Stormtroopers Regular Day in Lego

E para quem gosta dos bonequinhos do Star Wars e de Legos, aqui fica uma sugestão!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sesimbra na III Divisão

A época futebolística recomeçou!
O Grupo Desportivo de Sesimbra está na III Divisão e este fim de semana ganhou aos Pescadores da Costa da Caparica por 3-1!

Vamos lá Sesimbra!!

O menino de Oiro

Ontem, ao fazer zapping, acabei por descobrir esta pérola dos anos 80: O menino de oiro! Nunca percebi porque diziam "Oiro" e não "Ouro", que era coisa que me irritava grandemente. Mas adorava este filme.
Via-o tantas vezes que a fita VHS já estava gasta. Soube bem revê-lo passados tantos anos, parecia que o estava a ver pela primeira vez...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sinais de velhice

Há um tempo atrás costumava dizer "isto depois dos 25 anos é sempre a descer!!". Bom, agora acho que é a partir dos 30. Além de todas aquelas mudanças psicológicas e emocionais e de fazer balanços de vida e tretas do género, tenho notado outras coisas mais preocupantes:

- Já vou ouvindo postos de rádio como Antena 1 e Rádio Renascença!! Isto é horrível! Sem desprezo para os referidos postos de rádio, mas quando era uma petiz achava isto uma verdadeira seca, eram os postos de rádio que os cotas ouviam. O que estava na moda era Rádio Cidade e afins. Agora...Jesus!! Já não tenho pachorra para locutores adolescentes que dão pontapés no português, onde pura e simplesmente não se passa notícias e as músicas são todas Hip Hop e géneros que já nem consigo identificar!

- Começo a preocupar-me cada vez mais com a casa. Se há uns anos era a lógica do "ai, não quero saber, sou nova, quero é córtir! A casa nem é minha!" Agora tenho que me aguentar que vivendo sozinha sou eu que aspiro e arrumo tudo. Não posso esperar que os gatos o façam, não é? Mas até podia deixar a casa chegar a um ponto de caos higiénico, mas a verdade é que não consigo! Faz-me confusão e sinto-me desconfortável. E isto passa por aquivar, organizar e etiquetar coisas! Isto deixa-me deveras preocupada! Mais um sinónimo de velhice, portanto;

- Enquanto espero nas filas de supermercado vejo revistas de...culinária! E procuro receitas na Internet e no outro dia fiz arroz doce pela primeira vez. Eu, cujas ementas eram ovos estrelados... Claro que isto não é sinónimo de cozinhar bem, é só sinónimo de estar a ficar gaja e velha, ainda por cima!


- Vejo sites e revistas de decoração e começo a preocupar-me se a cortina combina com o tapete e com a jarra e com a manta e com o caneco... Isto quando se é novo tanto faz! Agora é só pimpinices (Excepção para o carrinho de cozinha laranja que não combina com coisa alguma, só com o meu mau gosto!)

- Desde há muitos anos que vejo blogues, mas troquei os de piadas por blogues com dicas de decoração, culinária e arrumações! Em vez de delirar com novos concertos e cenas geek, deliro com a ideia da caixinha de plástico para arrumar tralhas ou em recuperar móveis velhos.

- Quando era mai nova era capaz de ficar acordada até às tantas, mesmo que ficasse em casa a ler, jogar computador ou desenhar. Agora por volta das 21:30 estou a babar no sofá com os gatos ao colo;

- As sessões de cinema começam a ser trocadas por sessões de cinema caseiros, com filmes pirateados e mantas em cima do sofá. Às vezes também adormeço, mas antes em casa que no cinema!

- Pela primeira vez na vida comecei a ligar a plantas. Claro que isto não quer dizer que as consiga manter vivas e saudáveis (deve ser preciso um curso qualquer), quer apenas dizer que estou mais receptiva a cuidar delas e a gostar de as ter em casa.

Se isto é assim aos 31, imaginem aos 60!!! Pânico!!

Simon's Cat - The Box

Isto é o que eu passo diariamente com o Pépe e a caixa do aspirador!

Bem vindo Outono!

Regressou a chuva, o vento e começa a apetecer um agasalho e uma mantinha. Já se começa a ouvir "que saudades do Verão!", mas sinceramente nunca compreendi esta mania pela época mais quente do ano. Eu gosto do Outono e do Inverno, a sério que sim. Ok, a chuva às vezes é um bocado chata, mas lá há coisa melhor que estar no sofá a ouvir a chuva cair lá fora, enquanto vemos a lenha a arder vagarosamente na lareira, juntamente com os gatinhos e um copo de vinho?
E é bom estar agarradinha, que com o tempo assim apetece, ou fazer sessões de cinema caseiros e comer comida quentinha.

No entanto isto relembra-me de um conjunto de tarefas que preciso de fazer (ou já deveria ter feito) para me preparar para os próximos tempos, nomeadamente:

* Arranjar lenha;
* Meter a roupa de verão na arrecadação;
* Trazer para baixo a roupa mais quente;
* Lavar mantas;
* Atirar no lixo os resquícios de fogareiro que ainda ali andam na varanda;
* Comprar uns chinelos ou pantufas;
* Pedir a mamãe que me faça uns "chouriços" para pôr nas janelas e assim impedir a entrada de frio;
* Comprar um aquecedor para o wc
* Procurar o robe na arrecadação e lavá-lo;
* Aspirar o Pépe e a Zara.

Esta última é uma tarefa para o ano inteiro, mas impossível de concretizar porque mal eles vislumbram o aspirador, desaparecem!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Zaire já tem uma nova casa

O cão que andava na minha rua, e para o qual tinha feito aqui apelos, já tem uma nova casa. Sem prever, lá consegui convencer a minha mãe a ficar com ele, enquanto o meu pai se colocava de fora dessa embrulhada que era voltar a ter um canídeo a destruir-lhe as plantas. Eu própria fiquei estupefacta com tal decisão.

E foi num sábado que eu e a minha mãe o fomos buscar à rua, onde ele estava a dormir enrolado no meio do chão. A adaptação não foi fácil, afinal era e é um cão de rua que não está habituado a estar preso. Andar pela primeira vez de trela deve ter sido uma sensação estranha para ele. Sempre assustado e com o rabo entre as patas ia tentando adaptar-se à nova casa.

Foi ao veterinário e apesar de pensarmos que era velhote por causa dos dentes da frente estarem todos partidos, afinal é um puto: não tem mais que 2 anos. Foi vacinado, desparasitado e visto pela médica que o achou saudável, apesar de todas as cicatrizes e maus tratos a que provavelmente foi sujeito.
Mas este cão, apesar da comida e abrigo, numa noite decidiu fazer de pássaro e voar dali para fora. Desapareceu sem deixar rasto o que nos deixou em pânico. Nunca tinha passado por esta sensação de perder um animal e longas horas foram passadas de carro a deambular por matas, estradas e terriolas circundantes.

Senti-me culpada. Pensei que o tinha salvo e a verdade é que agora nem sabia onde ele estava. Pensei muita coisa, enquanto deixava que este sentimento me moesse "será que fiz bem?", "será que ele está bem?". É uma sensação indiscritível...
Na passada sexta-feira decidi dar mais uma volta de carro perto de minha casa, mais por descarga de consciência que outra coisa. Achar um cão é como achar uma agulha no palheiro.


Mas todos os desgraçados têm sorte, e no caso dele pode-se dizer que lhe saiu o Euromilhões duas vezes!!
Depois de largos minutos a percorrer ruas e ruelas, dou comigo a passar numa rua onde estavam vários cães de volta de duas mulheres. E no meio lá estava ele, feito desgraçado, com o seu peitoral vermelho novo. Travei bruscamente, pus quatro piscas e meti-me no maralhal de cães: nem queria acreditar!! Depois de dias de busca ali estava o raio do cão! Reconheceu-me e veio ter comigo a coxear. Meti-o logo no carro e levei-o de volta para os meus pais.
Comeu que nem um desalmado, dormiu, descansou. A segurança no terreno foi reforçada e a adaptação dele continua a fazer-se.

Ontem já abanava a cauda, já queria ir à rua, já reconhecia o seu nome e procurava as pessoas. Ah, e já destrói as plantas! Tudo bons sinais portanto!

Chama-se Zaire, nome que lhe coloquei quando fiz apelos de adopção. Não me perguntem o porquê deste nome, foi a primeira coisa que me surgiu. Também nunca pensei que fosse ficar com este nome! Pelos vistos tenho tendência para nomes começados por Z, uma vez que a gata lá de casa se chama Zara.
E teve sorte, podia tê-lo baptizado de Congo ou Sri Lanka, mas foi Zaire, vá-se lá saber porquê...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

My Life in Ruins

Filme de fim de semana: My Life in Ruins. Uma comédia leve e bem disposta que nos faz lembrar as coisas importantes da vida.
O mais giro: a imagem bastante real do típico turista!

Já cá canta!!

E também já cá canta a cola cisne e o conjunto de cromos para colar!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Feira da Luz

No passado domingo vim até Lisboa e como precisava de fazer tempo decidi dar um pulinho até à Feira da Luz.
Quando era pequena todos os anos lá ia, juntamente com os meus pais e a minha irmã, e deixa-me inundar por todos aqueles cheiros, sons e imagens. Trazíamos sempre alguma coisa para a casa, nem que fosse um mealheiro, uma pedra para afiar as facas ou utensílios de cozinha.

O perfume a farturas e a bifanas inundam os corredores onde as barracas cheias de roupa de marca contrafeita se enchem de pessoas de todos os estratos sociais. E é ouvir os gritos dos feirantes a elogiar o produto e os preços tentando assim chamar mais clientes. No fundo ir a estas bancas não é muito diferente de ir a uma loja de roupa adolescente num qualquer centro comercial.

Mas o que eu sempre gostei mesmo eram as bancas que tinham materiais de cozinha, plásticos e bugigangas. E a tradição mantêm-se para mim e para muita gente porque são sempre os locais onde se acumula mais gente. A barraca das plantas também estava cheia e ainda lá andei a cuscovilhar mas acabei por não trazer nada. O mesmo se passou na barraca dos materiais e cestas em verga, lindos, mas carérrimos!! Tinha vários cestos de lenha a pedirem-me para irem para casa comigo mas custavam os olhos da cara pelo que os deixei lá sossegaditos.
Notei a falta de mais barracas de tralhas e afins, incluíndo a de música com as cassetes de cantores populares portugueses. Também existiam poucas barracas de rifas e tirinhos e praticamente nenhum carrocel ou divertimento do género.

Estava prestes a ir embora quando decidi parar numa dessas barracas de alguidares e pás que estão sempre a abarrotar de pessoas. Acabei por ver uns carrinhos de plástico para pôr na cozinha, coisa que me fazia falta há já bastante tempo. Mas existem momentos em que o nosso cérebro pára e deixamos de ter atitudes racionais para ter atitudes parvas (para não dizer outra coisa...). Ora, a minha cozinha tem tons de branco e azul. O mais natural seria ter comprado um carrinho com essa cor. Pois não é que comprei...laranja?!! Vá-se lá perceber porquê! Ainda por cima é um laranja forte, garrido, que nem dá para disfarçar. Mas foi a cor que mais gostei na altura. A sério que não compreendo.... Portanto agora tenho a cozinha com cores serenas, e depois um cesto de plástico *Made in Feira da Luz* laranja garrido.

Sou ou não sou especialista em décor?!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ora aí está uma grande verdade!


Gravadores riscados

O meu Sporting empatou outra vez repetindo os maus jogos da época anterior, o que não augura nada de bom mas também já não é novidade nenhuma.

Mas o que mais me irrita são os discursos dos jogadores que podiam ser do Sporting como de outro clube qualquer. Cada vez que perdem parecem um gravador riscado onde passam sempre as mesmas frases "Agora há que levantar a cabeça e continuar a trabalhar e pensar no próximo jogo".

Mas não há mais frases no reportório? Não podem dizer "não jogámos um canivete e merecemos perder" ou "não sabemos jogar futebol, preferimos é noitadas"? Sempre era mais coerente!!

Não há cu que aguente!

Filmes de Sofá

O pouco tempo livre deste fim de semana serviu para me actualizar nos filmes de sofá (e que bom que é!).
Depois de ter lido a triologia Millenium, do Stieg Larsson, agora estou louca pelos filmes. No sábado revi "Os homens que odeiam as mulheres" e no sábado vi "A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo".
O segundo livro e filme parecem-me os melhores por terem uma maior acção e estarem mais centrados na personagem principal, Lisbeth Salander, que considero fascinante.
Aqui ficam os trailers!




sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Zaire

Ontem fiquei de coração destroçado quando percebi que chovia. O Zaire continua na rua, a dormir enrolado no passeio e pelo que fiquei a saber hoje já começou a dormir à porta do meu prédio.
Já me conhece e segue-me para todo o lado e acabo por ter de lhe fechar a porta no focinho enquanto o meu coração se contorce.
Há bocado desci para ir à churrasqueira. Dei com ele deitado no chão em frente à minha porta. Seguiu-me até lá. Eu entrei para comprar o frango e quando saí não o vi. Pensei que era uma boa oportunidade de o despistar em vez de lhe fechar mais uma vez a porta no focinho. Não adiantou. Mal me viu veio a correr feito louco para não me perder de vista. Acompanhou-me até casa.


Está a chegar o tempo frio, a chuva e o vento e começo a ficar desesperada. Já divulguei em vários sítios e nada. Nem um e-mail a fazer perguntas sobre ele. Apenas o vazio e o silêncio.

Até quando vai o Zaire aguentar?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Alcochete Jamais!!

Nunca mais me convidem para tomar café em Alcochete! É tudo muito lindo e tal, com esplanadas viradas para o rio e paisagens lindas e o caneco... E o caneco mesmo!! Servi de repasto a melgas mutantes e gigantes, foi o que foi! A minha mão parece uma experiência genética mal enjorcada e está com péssimo aspecto e meio inchada.
Mesmo assim tive sorte que não fui picada na cara!

Marinheiros da vida airada

Desde que me comecei a interessar por banda desenhada que oiço falar do Corto Maltese. Acabou por me despertar interesse e há uns anos atrás comprei a colecção que vinha com o jornal "Público e que por diversos motivos fui adiando ler. Esporadicamente lá pegava num volume que tentava ler até desistir por achar enfadonho e cheio de detalhes históricos que me ultrapassavam.

Até agora...

Há umas semanas atrás decidi voltar a pegar nos livros que continuavam arrumados na estante para experimentar mais uma vez perceber o porquê desta personagem ser tão idolatrada no mundo da BD.

Confesso que nem sempre é uma leitura fácil, antes pelo contrário. As histórias giram em torno de um marinheiro que percorre vários pontos do globo no início do século XX mas sempre com uma forte componente histórico-social. Pela época que retrata, a I Grande Guerra aparece como paisagem onde se desenrolam as suas aventuras. Apresenta-se como uma personagem complexa e de personalidade muito própria que se cruza com diversos actores, existindo (quase) sempre uma mulher que se perde de amores por ele.

E está a fazer-me perceber que afinal não sei nada sobre o contexto histórico da Europa e da I Guerra Mundial!! Vergonhoso, eu sei...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Motas e Regresso ao passado

No passado sábado andei a passear por Lisboa. Ou melhor, tentei. A ideia seria fazer de turista, com a mochila às costas e a bendita da sande e máquina fotográfica enquanto percorria a Baixa da cidade, passando por Alfama, Graça, Chiado, Bairro Alto e pelos inúmeros miradouros existentes pela cidade.

A viagem começou com a compra de bilhetes de um dia para Metro e Carris, tendo desaguado na Baixa/Chiado. O dia estava bom, com um sol fantástico e propício a passeatas e estar na Rua Augusta fez-me sentir viva de novo. Os turistas recheavam as ruas com as máquinas fotográficas e ar espantado. Até tive tempo de ver um motorista de um autocarro turístico, daqueles de dois andares com o topo descoberto, pedir a uma turista para mexer no painel de comandos na zona exterior da viatura enquanto ele, sentado, debitava ordens e indicações ... só visto!

O mini pic-nic na Praça do Comércio cheia de sol foi pautada pelas figurinhas de turistas que pousavam para as fotos em diferentes posições e palhaçadas. Após ter acalmado o estômago lá me dirigi para o MUDE para ver a exposição de Scooters.


Gostei bastante da exposição, tendo ficado surpreendida com a contextualização histórico-social das motas. Nunca tinha pensado muito nisso, nem no papel que a guerra e a emancipação feminina poderiam ter neste meio de deslocação. Motas pensadas sobretudo para mulheres não deixa de ser engraçado, tal como fábricas que se destinavam ao fabrico de armamento serem adaptadas e passarem a produzir motorizadas!

Existe uma boa variedade de motas, embora as Vespas sejam pouquinhas e o espaço meio estranho. Aliás, todo o espaço e restante exposição do MUDE me pareceu fraca. Uma espécie de garagem, com paredes ainda artesanais em cimento quase por rebocar onde fios de electricidade e plásticos eram visiveis. Se calhar era arte, mas a mim pareceu-me desleixo. A restante exposição ostentava poucas peças, pouco informação e o espaço para circular era algo confuso. Fica a recordação, as motas e ser de borla!

O passeio continuou, dando lugar as pequenas ruas do chiado e ainda com tempo para descobrir a loja da Catarina Portas onde estava para ir há anos, "A Vida Portuguesa".

Esta sim, foi uma verdadeira viagem pelo passado, onde pululavam recordações de infância. A famosa pasta Couto, os sabonetes típicos de um passado português, as andorinhas e azulejos que decoravam as casas portuguesas da altura eram apenas o início para o que aí vinha: Blocos, bisnagas e brinquedos típicos da altura e que costumava ter! Lápis de cor Viarco ou daqueles que tinham a tabuada (que ia desaparecendo à medida que se ia afiando), a Farinha, os cestos, os produtos de limpeza. Fiquei com o coração aconchegado!

Depois de visitar a loja apenas houve tempo para comer um gelado perto do S. Carlos até receber a notícia de que teria de ir a um velório. O passeio por Lisboa nem sequer começou e teve de ficar adiado.

Um dia mais tarde regressarei, qual turista de máquina em punho e coração aberto para recordar as minhas origens...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Da terra à lua

Andei durante muito tempo afastada dos livros e só quando mudei de casa e passei a andar mais de transportes públicos me lembrei de como gosto de ler.

Seria caso para dizer "quanto mais me conheço, mais me surpreendo".


Percebi recentemente que não vale a pena tentar ler livros chatos só porque os autores são conhecidos ou porque é mais eclético. Caguei nisso.

Descobri nos últimos anos que prefiro livros que realmente me proporcionem descontracção e prazer, daqueles que leio num fôlego e fico triste porque os acabei. A sensação que tinha em petiz quando descobri o prazer de ler.

Gosto de livros descontraídos e que me façam sonhar, de leitura fácil e cuja narrativa prenda. Aventura, fantasia, alguns clássicos também.

Acabei há pouco tempo a triologia Millenium que achei fantástica e teve esse condão de me amarrar do início ao fim.
Começo hoje "Da Terra à Lua", do Júlio Verne esperando que seja na mesma linha de "Cinco semanas em balão".

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Trocas e Baldrocas

Um fim-de-semana trocado, onde o passeio turístico pelos miradouros de Lisboa deu lugar a uma visita de rompante ao Porto pelos piores motivos.
Uma viagem inesperada decidida no imediato.
Um velório.
Uma amiga destroçada.
A insconstância da vida que a todos nos leva.
Viver episódios e cenários já vistos em outros momentos.
Chegar a casa cansada.
O Zaire continua na rua. Ninguém lhe pôs água. Ninguém o quer.
Desalento.
Frustração.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Jack Burton nas Garras do Mandarim

Ontem enquanto fazia Zapping pelos vários canais do MEO deparei com esta preciosidade na FOX: "Jack Burton nas garras do Mandarim" ou no título original "Big Trouble in little China".

Para mim foi um filme de culto dos anos 80, que via e revia em cassetes VHS, durante horas infindáveis e que povoava o meu imaginário.
Fazia parte da grande tendência para os filmes de aventura cómicos que surgiram na altura e que se revelavam sucessos de bilheteira e projectavam os seus actores. Recordo-me do "Em busca da esmeralda perdida", "A Jóia do Nilo", "Indiana Jones" ou as Minas de Salomão" entre tantos outros.
Este era sem dúvida um dos meus preferidos, talvez pela vertente cómica, trapalhona e "pintas" do protagonista principal mas também pela aura mais mística da cultura oriental. Revê-lo ontem, passados tantos anos, não desvirtuou em nada a memória que tinha do filme. Continuava como que "actual"...


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tristezas

Começou a chover e o Zaire continu a dormir na rua. :(

Where the Wild Thing Are

Vi este filme, o "Where the Wild Things Are", no fim de semana, enquanto fazia tempo para preparar o jantar.
Já tinha ouvido dizer bem do filme mas nunca me senti muito impelida para o ver. A verdade é que é realmente muito bom. O mundo de fantasia para onde o puto, personagem principal, nos leva é terno e original.

Acaba-se o filme e fica-se assim... com uma sensação fofinha.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Apelo

Há situações que nos tocam incondicionalmente, que nos despertam e para as quais já não conseguimos virar as costas. Este é um desses casos... Não tenho muita experiência em situações de salvamento de animais (apesar de já ter ajudado uns) e com o tempo cada vez vou tendo menos competência para os cães, para os conhecer e lidar com eles.

Cada vez que o cão aqui da rua me vê espeta as orelhas, abana a cauda e vem todo contente ter comigo. Por vezes desafia-me para brincar e vai a correr à minha frente. O mais natural seria dar-lhe um nome, uma forma de o humanizar, mas a verdade é que não consigo. Tenho receio de me apegar demasiado a ele e a uma situação que tendencialmente se começa a mostrar difícil.

Já passou algum tempo desde que divulguei esta situação e nem uma resposta.
Ninguém quer um cão.
Ninguém pode ter um cão.
E depois existem os que não se interessam, claro.


Aliás, a desumanidade é uma coisa que cada vez me choca mais e percebe-se na relação que nós, pessoas, temos com os animais.
Aqui na rua toda a gente vê o cão mas ninguém lhe dá comer ou um bocado de água chegando mesmo ao ponto de destruirem e desaparecerem com os panelinhos onde lhe ponho comida.
Nem sempre tenho oportunidade de o alimentar todos os dias, o que faz com que quando lá chegue constate com desânimo que a água está suja e no fundo e o comer é inexistente.


Parte-me o coração quando me venho embora e o deixo ali, à sua sorte, ou quando ele me segue com um olhar triste como que pedindo que o levem para casa.
O meu coração fica pequenino de o deixar ali e não consigo deixar de me sentir impotente, fraca, desumana...

Daqui a pouco tempo o frio irá chegar. A chuva e o vento virão fazer companhia ao frio. Começo a ter cada vez menos ilusões e menos soluções.
Sei que colocar isto aqui não irá adiantar de muito, mas antes pouco que nada...

Descobertas depois dos 30

É triste descobrir o mercado da zona onde cresci passados 31 anos!
E foi por acaso!

Bonito serviço

É deveras interessante chegar ao trabalho e perceber que deixámos os documentos e todo o dinheiro em casa...

Bem....é uma forma de poupar certamente!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Miss Tangerina

Ai que ontem me deu uma vontade enorme de comer...Tangerina!! Imagine-se! Isto são saudades do Inverno, só pode!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Dune... Ou Duna para os amigos!

Estou louca para ter este livro!
Já aqui tinha falado em como sou fã e tenho vivido ao longo dos anos esta obra, primeiro através do filme, depois através dos jogos de computador.
Só falta mesmo a obra escrita que agora foi editada em Português!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Dono precisa-se

Já aqui tinha falado no cão que tem andado a deambular pela minha rua e locais circundantes. Não consegui ficar indiferente (apesar de ter tentado durante um tempo) e acabei por lhe dar comida. Durante uns dias não o vi e a minha preocupação aumentou, juntamente com a preocupação de ter visto que as malgas de comida que lhe tinha deixado num dos dias estavam completamente amassadas (passaram-lhe com um carro por cima) e no dia seguinte desapareceram.
Fiquei obviamente com a sensação de que o cão não devia ser muito bem vindo por ali o que aliado ao desaparecimento do cão não augurava nada de bom.
No entanto preferi pensar que simplesmente ele andava por outras paragens, talvez mais simpáticas.
Há bocado fui ao café e quando regressei dei de caras com ele. Parecia um duelo do faroeste - ficámos os dois a olhar um para o outro - pelo menos até ele vir a correr ter comigo. O sacana já me conhece! Ficou todo contente e veio a saltitar à minha frente com ar de brincadeira e desafio. Vim a casa a correr buscar-lhe comida e água limpa e aproveitei para lhe tirar umas fotos.


Não ficou lá muito fotogénico. O facto de ser de noite, usar flash e ele se assustar todo também não ajuda.
Aparenta ser novo, adora festas (até fecha os olhinhos e dá a barriga) e gosta de brincadeira e precisa de um lar urgentemente!

Quero ir para a "cadeia"!

Este é o hotel indicado para mim! Uma antiga prisão de Boston foi reconvertida e é hoje um local central de diversão nocturna e um hotel de luxo. Simplesmente fantástico!


Solidões opacas

Lá de onde eu venho existe um mercado daqueles de rua, que costumamos designar de "mini" por não encher os requisitos de hipermercado ou algo do género.
Quando regresso a casa a paragem de autocarro onde costumo sair é pertíssimo, pelo que todos os dias passo à porta dessa zona comercial.

Há já algum tempo reparei que existe uma senhora que todos os dias à mesma hora, se senta no muro que circunda o mini mercado. Idosa, desloca-se vagarosamente com a ajuda de um andarilho, como quem faz da passagem do tempo o seu companheiro de viagem. A pele morena e enrugada envolve um corpo magro e talhado pelas indifirenças e dificuldades da vida. Os olhos vítreos de tristeza espelham uma realidade que ninguém quer ver ou sentir.

E depois fica ali, sentada, em silêncio a ver as pessoas passar, a ver a vida correr...
Só a vi sorrir uma única vez, altura em que se encontrava acompanhada por uma outra senhora também idosa e falavam animadamente. Os seus olhos ganharam luz e esboçou-se um sorriso de menina enquanto as palavras tropeçavam a sair da sua boca.

Mas foi apenas uma vez... essa vez.
O silêncio e solidão caracterizam-na e cada vez que ali passo e a vejo o meu coração encolhe-se, amargaruda pela minha falta de coragem ou pela minha impotência.

Ela tenta ligar-se ao mundo, mas o mundo desliga-se dela...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Filmes de animação muito animados

Quando era pequena o meu dia a dia fazia-se através do visionamento de episódios do Willy Fog, Tom Sawyer, Bocas, ThunderCats entre outros. E obviamente que não só via os desenhos animados como os *vivia*, através de brincadeiras e do meu mundo de fantasia.
Os desenhos animados foram sendo substituídos por filmes de animação, sobretudo êxitos cinematográficos que me têm acompanhado desde então, mas é claro que existiu um "adormecimento".

Agora, por influência de outra pessoa estou a tentar descobrir mais sobre cinema de animação e desenhos animados, tentanto descobrir novas coisas.
Apresentaram-me o "Shaun the Sheep", mais conhecido em português como "Ovelha Xoné" e gostei bastante, mas ainda antes da Ovelha já conhecia o Urso Polar Bernard (Bernard the Bear).

Aqui fica uma demonstração que aliás, parece dos meus antigos jogos de basket. Aliás, a semelhança é assustadoramente real!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Clássicos do cinema em imagem

Descobri no "Cantinho da Zé" este link cheio de imagens deliciosas.
Aqui estão o James Dean e a Elizabeth Taylor. E esta einh? Agora fiquei cheia de vontade de ver e rever clássicos do cinema!



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Histórias com finais felizes

A Pandora foi uma cadela que resgatei, há cerca de 3 anos, de um parque de estacionamento de uma superfície comercial. Estava com uma ninhada de carrochos acabados de nascer e no hipermercado onde se encontrava pensavam em chamar o canil para a recolher a ela e aos filhotes.
Não conseguindo ficar indiferente, no alto da minha inexperiência em situação de resgate de animais, contactei com um amigo na esperança de arranjar uma solução. Em conjunto lá a tirámos do parque de estacionamento (a ela e aos filhotes), demos-lhe guarida umas noites e após contacto prévio entregámo-la na União Zoófila que a acolheu.
As coisas não correram da forma prevista e entrei em despique com esta instituição protectora dos animais por razões que me escuso agora a comentar e explicar.

O que é certo é que após alguns anos de sócia, madrinha de uma cadela e diversos donativos e ajudas prestadas, saí da União Zoófila com um enorme rancor e um peso enorme no coração. Para trás ficava a cadela que tinha resgatado, a Pandora, e uma cadela que tinha "amadrinhado", a Sasha.

Ao longo destes anos fui alimentando esta mágoa e este peso por não poder acompanhar e ajudar mais a Sasha e a Pandora, um peso que se foi cravando cada vez mais fundo ao ponto de fingir indiferença em determinadas situações que envolviam animais para me proteger emocional. É horrível, eu sei.

Ontem estava num dia mau, um dia em que essa indiferença não foi possível, em que o cão que costumo ver deambular lá pela rua me tocou mais fundo. Deixei-me abater por isso. E numa tentativa ténue e infrutífera para o tentar ajudar lá coloquei um apelo num site de ajuda a animais que frequentei há anos atrás.

E nessa sequência fiquei a saber que a Pandora, a cadela que resgatei há anos atrás e que estava na União Zoófila, tinha sido adoptada em Março. Está numa família que a faz feliz e cheguei mesmo a ver uma foto dela num sofá, no colo de uma criança - a sua nova dona.


O meu dia iluminou-se. Afinal é possível!! Por mais que me digam "não podes fazer nada" ou "há tantos assim" como tentativa de justificar a indiferença, a verdade é que por vezes conseguimos histórias com finais felizes.

E antes uma história a terminar bem que nenhuma...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Not in the mood!

Hoje é um daqueles dias para esquecer.

Acordei com uma sensação esquisita que se tem vindo a prolongar à medida que as horas passam. Um *não-sei-quê* de desconforto e perturbação sem que consiga explicar muito bem o motivo. A psicóloga certamente me diria para analisar o que sinto, descobrir os motivos e tentar dar a volta por cima, mas sinceramente nem sei se apetece.

Comecei o dia a olhar para a janela e ver o tempo indeciso, depois de ter passado a noite cheia de calor e a levantar-me para apanhar a Zara a vomitar no tapete que tinha sido lavado há pouco tempo. Devia ser este o indicador de que hoje as coisas iam ser esquisitas...

Saio de casa e vejo um cão que costuma deambular aqui pela rua abandonado. Vê-lo perturba-me porque me lembra a minha impotência para o ajudar. Desde a situação menos agradável da Pandora na União Zoófila e dos gatos que tentei ajudar e acabaram mortos que tento me distanciar destas situações. O pior é que fico sempre com sentimentos horríveis: não ajudar faz-me sentir mal, mas ajudar coloca-me sempre em problemas e por vezes origina situações ainda piores para os animais que tento auxiliar.
Balanço por entre estes dois estados de espírito, coisa que pelos vistos quem me rodeia também não compreende muito bem...

Por isso quando me cruzo com o cão, que tem o ar mais infeliz do mundo, nunca sei muito bem o que fazer. Ter-me cruzado com ele hoje e constatar que estava a coxear, provavelmente de alguma pancada que levou, ainda me fez sentir pior e pensar que realmente tudo no mundo corre mal.

Depois tenho notícias emocionais que me perturbam, sem saber porquê. Afinal são situações normalissimas de pessoas que já não fazem parte da minha vida. Porque raio me perturbam afinal?

Esta mescla de sentimentos cheira-me que não vai correr nada bem até ao fim do dia. E ainda é de manhã!

Hot Summer

Estou fartinha fartinha deste calor! Mas isto não pára? Uma gaja sai do banho e já está a torrar, a casa parece um forno e os gatos parecem manteiga derretida. É impossível isto.

Oh faz favor, pode sair uma dose de temperaturas amenas e agradáveis?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Millenium - Livro 3

Comecei a ler à pouco tempo o terceiro livro da triologia Millenium, do Steig Larsson.

Apesar de ainda estar numa fase muito inicial do livro já deu para perceber que a emoção continua e a escrita mantém-se altamente cativante.

Ao ler este livro não adormeço no comboio porque o autor realmente consegue-nos prender e remeter para o universo que criou. Dou por mim a imaginar os detalhes e as personagens e a construir a história na minha cabeça.

Serei só eu a sentir-me atraída pela excentricidade da personagem que é a Lisbeth Salander?

Memórias

E sem aviso revisitei espaços da minha infância e adolescência, espaços onde ainda hoje me movo e revejo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Personalidade dos gatos

Descobri um artigo na net artigo sobre a personalidade dos gatos.
De certeza que quem tem um felino em casa já se apercebeu que o mesmo apresenta características particulares que o definem, assim como as pessoas.

Segundo o artigo existem gatos:

* Exploradores: Os que têm uma enorme confiança e tentam explorar todos os recantos da casa, tudo o que seja novo. Receios não é com eles;

* Cuidadosos: Praticamente o oposto do gato explorador. São os que fogem para o seu cantinho de segurança e não gostam de imprevistos e situações stressantes;

* Independente: Gato arisco e auto-suficiente. Não gostam de muitas confianças;

* Sociáveis: Dá-se a conhecer, gosta de companhia de humanos e outros animais, chegando mesmo a procurá-los. Gosta e pede mimo, seja roçando-se ou miando e segue o dono para todo o lado. Interrompem as sestas para se dirigirem para a divisão onde estejam pessoas ou animais para voltarem a adormecer

Ora definitivamente os dois berloques que tenho lá em casa entram na categoria de "Sociáveis". Tudo bem que a Zara é "cuidadosa" sobretudo com gestos bruscos e assusta-se com facilidade, mas ao mesmo tempo explora tudo. O Pépe acha-se o rei da casa, com ou sem pessoas novas e é bastante confiante, mas só o facto de irem para onde estou, interrompendo a sesta, diz tudo.

Afinal tenho 2 cães e não gatos, mas pelo menos fiquei a saber que não sou a única!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Adivinha: quem ficou ontem fechada na sala por engano?

Dicas:

* Tem 4 patas;
* Tem um pêlo preto brilhante, parece que está engraxada;
* A cauda tem uma terminação esquisita;
* Faz ruídos semelhantes a uma mota a pegar;
* Não sabe miar, mas faz uns guinchos esquisitos;
* Dá estaladas ao Pépe;
* Adora brincar com papel amassado;
* Defende e apanha bolas muito melhor que o guarda-redes do Benfica (o que não é difícil, até eu faço melhor);
* Rouba comida;
* Rói as flores todas e a seguir vomita-se;
* Adora dormir no sofá;
* Já estragou sofás e cadeirões a afiar as unhas;

Adivinharam? É essa aí!
O irónico é que costumo fechar a sala precisamente para os *artistas* de 4 patas não irem para lá comer as flores e vomitarem aquilo tudo. Houve alguém que ficou com a sala todinha para ela....

Pirâmides

Acabei ontem de ler o "Pirâmides" do Terry Pratchett:

"O jovem Teppic, príncipe herdeiro de Djelibeybi, o velho Reino do Sol, insatisfeito com a vida disparatadamente ritualizada que o aguarda no seu país, decide viajar para Ankh-Morpork onde se inscreve como aluno na Guilda dos Assassinos. Porém, quando o pai bate a bota sem cerimónia, Teppic vê-se obrigado a regressar a casa para assumir o trono. E assume-o; mas a vaga ilusão de que gorverna alguma coisa evapora-se no momento em que conhece Dios, o sumo-sacerdote de Djelibeybi, que o manipula relativamente à construção da maior pirâmide alguma vez vista..."

Não achei tão bom como o "Ritos Iguais", mas continua a ter a mesma escrita fácil e divertida que caracterizam os livros deste autor e são uma boa sugestão para quem gosta de livros divertidos de fantasia.



terça-feira, 24 de agosto de 2010

O meu mundo a partir dos 30

Desde os meus 30 anos que me sinto diferente e não me refiro às rugas que me vão aparecendo. O ano passado senti o peso de mudar de década, parece existir uma certa pressão social, afinal aos 30 anos devemos estar casadas, com a vida arrumada e com filhos a chegar.
E constantemente me perguntavam (e ainda perguntam) pelos filhos. Se quero. Se não quero. Que está na idade. Que já não tenho muito tempo.

Já não tenho muito tempo... quando me dizem isto sinto-me um iogurte com o prazo de validade a expirar!

A verdade é que por mais idílico, "socialmente desejável" ou institivo que seja, não me sinto preparada para isso e se calhar nunca estarei. Talvez passe o tal prazo de validade, talvez não. O que sei é que existe um tempo certo para tudo.

E depois de ter passado essa fase mais depressiva de ter feito 30 anos, a verdade é que ao longo do último ano senti mudanças profundas. Os objectivos materiais (e não só) que tinha traçado quando era mais nova já foram alcançados e esta nova etapa remete-me mais para um desenvolvimento interior, um crescimento espiritual. E, sobretudo, por uma maior aceitação do que sou, como sou. Olhar para o espelho e gostar do que vejo tem sido uma surpresa agradável e quase incosciente. Durante muito tempo isso foi completamente impensável.

Apreciar e valorizar mais quem me está próximo e me tem acompanhado ao longo dos anos é outro objectivo que quero cumprir. Nunca foi fácil partilhar-me mas agora parece ser uma necessidade. Sinto uma maior vontade de entrega, partilha, crescimento conjunto.

Dramas e auto-estimas baixas têm dado lugar, aos poucos, a uma gaja trintona mas mais confiante e segura de si, mais cuidada e mais gira também! Fazendo um balanço, nos últimos anos consegui superar muitos medos e inibições de forma natural, quase espontânea e que me têm feito crescer como pessoa e como mulher.

É claro que o caminho só agora começou. Estranho só aos 31 anos estar a viver um conjunto de coisas que deveria ter começado a viver bem mais cedo, mas talvez não estivesse preparada para isso.
Talvez tivesse de ser assim.
Talvez amanhã tudo mude. Não para melhor ou pior porque isso depende da forma como encaramos as situações e das lições que conseguimos retirar.

Mas hoje, pelo menos hoje, o meu mundo apenas a mim me pertence.
E sou eu que o construo...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Jackass 2

No sábado à noite estava eu esparramada no meu sofá fantástico a fazer zapping enquanto os gatos ressonavam quando me deparo com o filme que provavelmente será dos mais parvos que já vi na vida.
Reconheci o nome do filme - Jackass 2 - e sabia que a série dava no MTV mas nunca a acompanhei porque a achava demasiado disparatada e nonsense.

O filme consiste basicamente num conjunto de fulanos completamente malucos que passam pelas situações mais caricatas, descabidas de sentido e quase violentas que se possa imaginar, provocadas pelos próprios protagonistas. Chega a roçar a estupidez, humilhação e nojo, podendo-se ver situações estupidamente perigosas. Não é aconselhável a pessoas sensíveis e púdicas.

Não é de todo o tipo de filme que habitualmente veja, muito menos o tipo de situações que me façam sentido, mas a verdade é que por mais estúpido e nojento que tudo podesse parecer, é difícil desligar. Fica-se com uma certa curiosidade em ver qual a parvoíce seguinte.

E admita-se que é necessária uma certa coragem ou pelo menos muita loucura para fazer o que eles fazem...


The Good and the Bad News!

Cheguei agora ao trabalho.

Tive a boa notícia de que já há café e Internet!

A má notícia é que as pilhas de papel que tenho aqui não desapareceram por artes mágicas no fim de semana..

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Shit happens

Triste é depois das férias retomar-se a actividade laboral e não existir nem café nem Internet!!

Lá existe pesadelo maior que este??

Books, books and more books!


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mistérios felinos

Normalmente lá em casa a Zara pedincha festas e ronrona-se toda só de olhar para nós enquanto faz "patinhas".

Já o Pépe contorce-se todo para sair do nosso colo e muda discretamente de lugar se as festas duram mais que 3 segundos.

Mas ultimamente dou com a Zara a fugir das festas e acordei com o Pépe a fazer-me "patinhas" enquanto ronronava. Ontem ao jantar não parada de dar marradinhas na mesa a pedir festinhas (e bife!)

Será que os gatos estão doentes??

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Books, books, books

E além da máquina chique ainda recebi livrinhos!! Lá existe melhor que isto?


Ficar cota até nem é mau!

Nem tudo podia ser mau por fazer anos. Exemplo disso foi a máquina fotográfica linda que recebi. Amo a cor! É de uma chiqueza... Ui! Até atenua o peso da idade!



De regresso às rotinas

Com a rapidez de um estalar de dedos se passam 3 semanas de férias. E nesse período houve tempo para descansar, passear, conviver com família e amigos e até superar alguns desafios internos.

Passou rápido, demasiado rápido, o que evidencia a minha falta de vontade de regressar ao trabalho e às rotinas diárias. No fundo apetecia-me "chinelar" pela vida fora. Era capaz de me habituar a esse estado...

Mas não sendo possível tento adaptar-me ao que tenho, com a consciência de que algumas mudanças são necessárias. As pequenas mudanças, aquelas que parecem insignificantes e que se cingem a pequenas actividades ou objectivos, mas que são as que mais aprecio.

A vida é sempre mutável, não é?

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Taxi Driver

Vi recentemente o clássico cinematográfico "Taxi Driver". Não sabia muito bem o que esperar mas era um filme que há já bastante tempo queria ver. Comecei por ficar impressionada pelo elenco recheado de estrelas numa ainda fase ascendente da carreira.
A segunda estupefacção aconteceu quando apareceu um Robert DeNiro (protagonista principal) novo, com cara de miúdo e bem giro por sinal! Bem diferente da imagem que estou acostumada a ver.
O filme é bom, com uma história interessante e frases coloridas, mas o mais giro foi ver a passagem e evolução, ao longo do filme do Robert DeNiro passar desta imagem:





Para esta:

A mudança de visual é soberba, quase assustadora! E foi preciso ver este filme para perceber que o penteado que tinha visto numa pessoa com quem me cruzei profissionalmente afinal não era de "Moicano" como pensava. Era mesmo à Taxi Driver! Igualzinho ao da imagem...