quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Zaire já tem uma nova casa

O cão que andava na minha rua, e para o qual tinha feito aqui apelos, já tem uma nova casa. Sem prever, lá consegui convencer a minha mãe a ficar com ele, enquanto o meu pai se colocava de fora dessa embrulhada que era voltar a ter um canídeo a destruir-lhe as plantas. Eu própria fiquei estupefacta com tal decisão.

E foi num sábado que eu e a minha mãe o fomos buscar à rua, onde ele estava a dormir enrolado no meio do chão. A adaptação não foi fácil, afinal era e é um cão de rua que não está habituado a estar preso. Andar pela primeira vez de trela deve ter sido uma sensação estranha para ele. Sempre assustado e com o rabo entre as patas ia tentando adaptar-se à nova casa.

Foi ao veterinário e apesar de pensarmos que era velhote por causa dos dentes da frente estarem todos partidos, afinal é um puto: não tem mais que 2 anos. Foi vacinado, desparasitado e visto pela médica que o achou saudável, apesar de todas as cicatrizes e maus tratos a que provavelmente foi sujeito.
Mas este cão, apesar da comida e abrigo, numa noite decidiu fazer de pássaro e voar dali para fora. Desapareceu sem deixar rasto o que nos deixou em pânico. Nunca tinha passado por esta sensação de perder um animal e longas horas foram passadas de carro a deambular por matas, estradas e terriolas circundantes.

Senti-me culpada. Pensei que o tinha salvo e a verdade é que agora nem sabia onde ele estava. Pensei muita coisa, enquanto deixava que este sentimento me moesse "será que fiz bem?", "será que ele está bem?". É uma sensação indiscritível...
Na passada sexta-feira decidi dar mais uma volta de carro perto de minha casa, mais por descarga de consciência que outra coisa. Achar um cão é como achar uma agulha no palheiro.


Mas todos os desgraçados têm sorte, e no caso dele pode-se dizer que lhe saiu o Euromilhões duas vezes!!
Depois de largos minutos a percorrer ruas e ruelas, dou comigo a passar numa rua onde estavam vários cães de volta de duas mulheres. E no meio lá estava ele, feito desgraçado, com o seu peitoral vermelho novo. Travei bruscamente, pus quatro piscas e meti-me no maralhal de cães: nem queria acreditar!! Depois de dias de busca ali estava o raio do cão! Reconheceu-me e veio ter comigo a coxear. Meti-o logo no carro e levei-o de volta para os meus pais.
Comeu que nem um desalmado, dormiu, descansou. A segurança no terreno foi reforçada e a adaptação dele continua a fazer-se.

Ontem já abanava a cauda, já queria ir à rua, já reconhecia o seu nome e procurava as pessoas. Ah, e já destrói as plantas! Tudo bons sinais portanto!

Chama-se Zaire, nome que lhe coloquei quando fiz apelos de adopção. Não me perguntem o porquê deste nome, foi a primeira coisa que me surgiu. Também nunca pensei que fosse ficar com este nome! Pelos vistos tenho tendência para nomes começados por Z, uma vez que a gata lá de casa se chama Zara.
E teve sorte, podia tê-lo baptizado de Congo ou Sri Lanka, mas foi Zaire, vá-se lá saber porquê...

3 comentários:

Caranguejola disse...

Boa sorte para ele e para vocês:D

Anónimo disse...

Óptima notícia!
:)

Ka disse...

Vamos lá ver como corre adaptação do magano!