quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Raios o partam!

Acho a natureza fascinante e tenho imenso respeito por ela nas suas mais variadas demonstrações, seja um mar rebelde, seja numa trovoada que ilumina os céus.

Lembro-me que quando era pequena a minha avó, que tinha imenso medo de trovoadas, dizia-me para rezar avé Marias para a trovoada passar. Eu rezava e apesar dos resultados meio duvidosos existia um certo consolo naquela ladaínha. Conheço mais pessoas que têm medo de trovões e que entram num estado de ansiedade quando o céu começa a rugir de forma ameaçadora. Eu tenho respeito, não é uma situação que ache confortável, mas também não tenho "medo" propriamente dito. E os gatinhos também não, ficam impávidos e serenos a dormitar.

Esta noite estava eu a dormir e acordo com o som da chuva diluvial que se fazia sentir. Parecia que andavam a despejar mangueiradas de água cá para baixo incessantemente e eu só pensava "está bonito, amanhã vai estar tudo inundado. Vou de barco e galochas para o trabalho...".

Mal acabo de pensar nisto oiço um estrondo enorme, quase uma detonação, acompanhado de luz. Um trovão mega, super, hiper grande acabava de estalar nos céus e não sei mais onde, provavelmente ali muito perto. Cheguei a pensar, naqueles instantes de parvoíce que tinha fulminado uma árvore ou o poste de Alta Tensão que está ali ao lado. Os gatos, que normalmente continuam a dormir com a trovoada, desapareceram num ápice.

Eu levantei-me, meio assustada, meio aturdida e percebi que não tinha luz. Fui buscar a lanterna a pensar se existiriam consequências maiores enquanto o Pépe meio desesperado miava à minha volta. Vou à janela e espreito lá para fora, mas não noto nada de diferente ou anormal, excepto a rua que está às escuras. O que vale é que passado muito pouco tempo a energia voltou o que me acalmou um pouco. Apercebi-me de um silêncio esquisito: já não existia trovoada nem chuva, tudo estava calma e inaudível. Senti-me num filme de terror, a pensar "isto é muito esquisito...que vai acontecer agora?"

Acabei por adormecer, ainda meio tensa, sensação que perdurou o resto da noite. O Pépe voltou a deitar-se mas a Zara escondeu-se debaixo da cama e de lá não saiu. Vim-me embora e ela lá continuou, meio assustada.

Já não bastavam os problemas diários, agora tenho uma gata traumatizada!

2 comentários:

Especialmente Gaspas disse...

Eu adoro trovoada, cheguei a levantar-me de noite com uma das minhas colegas de quarto quando estudava para ficar a ver.

Ultimamente tenho tido algum receio. É que antes morava na cidade e tinha os pára raios dos bombeiros. Agora moro no campo e tenho aqui 2 oliveiras que em anos passados foram atingidas por raios e sobreviveram.

A trovoada aqui parece-me diferente, vem de vários sítios e muito forte. Adoro ver e contar até desaparecer, mas confesso que por duas vezes me enfio dentro do carro quando sei que está a cair pertíssimo da casa.

:)

Ka disse...

Também noto diferença desde que me mudei para uma zona mais calma e rural.
Quando vivia na cidade não se ouvia tanto a trovoada nem o vento e chuva, devido aos barulhos próprios do reboliço citadino. E também tinha prédios com pára-raios em frente.
Agora tudo é mais calmo e nota-se com maior intensidade a natureza a agir...