terça-feira, 29 de junho de 2010

Gajas e tintas nem de verniz!

Ontem pediram-me companhia para ir comprar tinta para pintar a casa. Como sou uma moça companheira e super fôfa lá decidi ir, apesar de não perceber nada de pinturas, tal como a pessoa em questão.
Em 30 anos de vida a minha experiência de pintura resume-se a ter ajudado os meus pais a pintarem o meu quarto quando era ainda criança. O resultado foi ter-me fartado logo daquilo e os rodapés e as ombreiras da porta ficarem todos borrados. Recordo com desagrado o tempo que aquilo demorava, tinta por tudo quanto era sítio e a impossibilidade de brincar pela casa.

Por isso foi com alguma renitência que ouvi dizerem-me que queriam pintar a sala, que era um instante e nem dava trabalho nenhum. Desconfiei, claro está. E ainda desconfiei mais ao imaginar duas gajas a escolher tinta no Aki, que afinal não era Aki mas sim Leroy Merlin (as lojas até têm a mesma cor). Começava bem...

Bom, lá fomos nós com uma listinha de produtos pré-definidos que nem sabíamos bem o que eram ou para que serviam.
A primeira tarefa foi escolher um rolo e de entre vários modelos a escolha básica recaiu no mais barato, claro está. Já andávamos a ver outras coisas quando reparámos num funcionário acompanhar dois clientes enquanto explicava qual o rolo mais adequado para a pintura que eles queriam. "Blablabla ANTI-GOTA".
Oi! Que disseram eles? Anti-Gota? Um rolo anti-gota para que não percebe nada de pintura soa sempre bem, por isso toca de trocar o rolo barato por um modelo sofisticado ANTI-GOTA! Agora é que ia ser, a pintura com um rolo todo profissional!
Toca de enfiar dentro do carro espátulas, escovas de arame e escolher betume para tapar buracos que foi mais um enigma masculino:
- "Achas que isto serve para tapar buracos largos?"
- "Sei lá! Tapa buracos mas acho que é pequenos, dos pregos e assim..."
- "Então não dá para pôr naquele buraco perto do esgoto onde pus um bocado de papel, não?"
- (WTF!! Tapar buracos com papel?! Esta ainda é pior que eu...) "Pois, não sei. Talvez tenhas de tapar o buraco com outra coisa qualquer e depois pões silicone..."

A pérola seguinte foi escolher a tinta. Gaja que é gaja não tira medidas, diz que é para "pintar a sala", portanto foi um balde grande que é para dar para tudo. Depois mais 50 modelos e variedades de tintas. Vai a que está em promoção. Ok, até aqui tudo bem. E pegar no balde de 15 litros de tinta? Foi aos tropeções até à caixa, claro está.

Mas a verdade é que ao ver aquelas tralhas masculinas todas, parafusos e martelos e tintas, fiquei com vontade de "bricolar"! Não tenho jeito nem paciência nenhuma, mas dá vontade! Uma pessoa até se imagina de martelo na mão a fazer uma mesa catita e a deixar a casa linda. Deve ser assim um instinto primário, que é apenas uma mera fantasia, claro.
Até porque na TV fica sempre melhor, corre sempre melhor e é sempre mega fácil!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mais fácil falar que fazer...

Mais uma segunda-feira, mais um dia de trabalho e desânimo.

Chego aqui e catadupas de problemas, ansiedades e stresses caem-me em cima sem aviso prévio. Até ir de férias a tendência será sempre a de piorar. Sinto-me saturada, não só do trabalho, mas da vida rotineira e cheia de constrangimentos que levo. Constrangimentos e pressões que coloco em mim mesma: "O que vão achar?", "o que vai acontecer?", "o que vou fazer?" "como vou fazer?" são perguntas que duram anos mas têm tendência para se manterem e vincarem ainda mais, tornando tudo mais difícil.

Há tanta coisa que gostava de mudar, tanta coisa que queria fazer, caminhos que gostava de trilhar, mas depois acabo por não ter coragem de os perseguir ou acomodo-me na minha preguiça inata. É mais fácil sentar-me no sofá e queixar-me da vida que tenho do que agarrar no telefone e combinar o jantar com a tal amiga que está pendente há meses ou organizar uma festa em casa.

É tudo assim e chego à conclusão de que a minha vida precisa de uma volta.
Uma volta que me permita viver de forma plena e feliz.

Marteladas e balões de ar quente

E o S. João passou-se com muitas marteladas, balões de ar quente, banhos de multidão e este ano com as P**** das vuvuzelas a fazerem estrilho por todo o lado.
Passar a Ponte D. Luís, logo após o fogo de artifício, foi uma aventura na medida em que a plataforma abana imenso o que causa o desiquilibrio de quem ali passa e muitas gargalhadas.

Continuo a achar que esta festa é mais bairrista que o S. António em Lisboa, mais alegre e do povo. Parece que os portuenses a vivem com outra intensidade... é difícil de explicar.

Uma das tradições que mais gosto é ver o lançamento dos balões de ar quente que no céu escuro da noite acabam por se transformar em pequenos pontos luminosos que carregam os sonhos e esperanças de quem os lançou. Fiquei a saber nestes dias que esta tradição do balão veio de França do séc. XVIII, quando faziam parte da bélle époque. Acabaram por chegar a Portugal através dos trabalhadores da Ponte D. Maria.
Já os martelos são uma tradição mais recente, dos anos 60 do século passado e foram perdurando no tempo.

Para o ano há mais!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A Estupidez

"Contra a estupidez os próprios deuses lutam em vão"
(A frase é do Friedrich Von Schiller, mas descobri-a no "Planeta dos Deuses", do Isaac Asimov)

"S. João dá cá um balão para eu brincar"

E hoje no Porto há marteladas, alho porro, fogo de artifício, sardinhada e balões lançados ao ar!


E eu vou lá estar!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mais uma caminhada

No passado domingo mais uma caminhada por serras e montes que se traduziram num passeio diferente e bem disposto.
Iniciámos a caminhada no Cabo da Roca mas decidimos fazer alguns desvios até à Praia da Ursa e ao Buraco do Fojo. A Praia da Ursa revelou-se um desafio complicado porque os únicos acessos existentes eram descidas a pique, onde em algumas partes era necessário ir quase sentado e apoiado a qualquer rocha estável que aparecesse. Depois do esforço físico enorme fomos recompensados pela paisagem magnífica a envolver a pequena praia recolhida e protegida da maior parte das pessoas.


A caminhada prosseguiu a um bom ritmo e com boa disposição, até à altura em que mais uma vez a sinalização desapareceu. Tal como na segunda caminhada, a certa altura deixou de haver sinais e as possibilidades existentes estavam cobertas de mato cerrado. É de lamentar que a manutenção destes percursos não seja feita regularmente... Acabámos por desistir do percurso para tentar achar a estrada ou um caminho alternativo que nos tirasse dali. Ao fim de pouco tempo achámos uma estrada de alcatrão bastante concorrida, mas longe do local onde tínhamos deixado os carros, o que nos obrigou a um desvio enorme, todo por estrada e sempre a subir.

Quando cheguei ao fim estava quase a coxear e mais uma vez com um escaldão na cara porque me esqueci do protector. Mas a sensação foi tão boa... aquele esforço fez-me lembrar outras caminhadas, caminhadas de alma em direcção a Santiago. O mesmo cansaço, o mesmo tempo, o mesmo tipo de percurso...

As saudades apertam...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Palavras difusas

Tem-me custado regressar à realidade e rotinas do dia a dia, com chatices e contas para pagar, além da sensação de aborrecimento e vazio permanente.

No outro dia, enquanto arrumava papeladas, achei dois cadernos, um deles ainda imaculado e que tinha comprado numa qualquer viagem ao estrangeiro.
Escrever baboseiras em meia dúzia de linhas, apesar da futilidade e parvoíce, sempre me acalmou nas fases mais deprimentes e revoltas, por isso pensei "porque não?".
Pensei que por vezes não basta gostar de uma coisa, temos de investir e trabalhar nela, assumir esse compromisso connosco próprios.

Peguei nos cadernos e numa caneta e levei-os para junto da minha cama. Desde essa altura todos os dias tenho escrito qualquer coisa antes de me deitar. Não é propriamente uma obra literária, mas sim um conjunto de palavras soltas, muitas vezes com ideias vazias e fúteis que se repetem, mas que me ajudam a expor e ordenar pensamentos ou emoções e têm sempre o condão de me apaziguarem.
É bom sentir que por muito sozinha que às vezes me sinta posso sempre falar comigo e com o Universo...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mafaldinha

Fui buscar um dos meus livros de infância, já desgastados com o tempo e rabiscado das pinturas que achava serem giras quando era pequena.
Não faço ideia de quem deu o livro da Mafalda à minha irmã, que discreta e subtilmente desviei para mim e me acompanhou desde então.

Quando era petiz, existiam piadas que não conseguia compreender, eram demasiado complexas ou políticas para a minha tenra idade, que preferia livros da Disney. Mas com o passar dos anos tudo tomou uma perspectiva diferente e comecei a adorar Quino, coleccionando vários livros dele.
Mas o livro da Mafalda continuava meio esquecido na estante, até ter visto qualquer coisa sobre ela, não sei onde, como ou porquê, que me despertou a atenção.

Fui buscá-lo hoje e que delícia!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Tomorrow

E se o amanhã fosse feito de algodão e sol?

Madeira


A ausência por estas bandas deveu-se a ter andado a visitar outras paragens e a alguma relutância em retornar à realidade.
Durante uns dias deliciei-me no relaxe que as férias proporcionam, com a visita de novos locais, neste caso a Madeira.
Fiquei surpreendida pela vertente turística do Funchal, com os acessos limitados ao interior da ilha e às paisagens fantásticas, onde me senti pequenina e futilmente mortal.
Por mim regressava já hoje...