segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Coldplay em Hannover


Foi no passado dia 25. E que concerto! Simplesmente inesquecível!

Máquinas de guerra

Viver com dois gatos acarreta aspectos nem sempre positovos. Levamos arranhadelas, saltam para cima das mesas, e existem tufos de pêlos a esvoaçar pela casa. E muitas vezes tenho ideia que é isto que acontece, embora nunca os tenha apanhado em flagrante:





Para combater esta praga tenho uma nova arma: um aspirador! Prenda de anos fornecida pelos progenitores, claro está. E que rica prenda (fazemos 30 anos e deixamos de receber livros, produtos de beleza e jogos e passamos a receber aspiradores...uau!). O Pépe é que não gosta muito dele, mas a vida é mesmo assim, não se pode agradar a todos.

E começou uma nova era lá em casa.

A era da Guerra ao Pêlo de Gato!

domingo, 30 de agosto de 2009

Caminhar na Solidão

Passou quase 1 mês desde que aqui escrevi pela última vez, ausência pautada sobretudo por um período de férias que me soube bastante bem mas que passou bastante depressa, como seria de esperar.

Mas estas semanas foram pautadas por outros acontecimentos importantes também, nomeadamente (re)definições, trajectos, sonhos realizados.

Fiz pela terceira vez o Caminho Português de Santiago, ou pelo menos um troço dele, uma vez que comecei em Ponte de Lima já bastante perto da fronteira com Espanha. Apesar de não ser uma experiência nova para mim, esta foi a primeira vez que o percorri sozinha. Um desafio e um sonho que se vem formando desde que tomei contacto com este caminho de alma. Sabia que caminhar sozinha era substancialmente diferente de caminhar acompanhada, e era exactamente essa "solidão" que procurava, essa paz de alma e esse silêncio que nos levam a um lugar imaginário onde podemos contactar com a nossa essência. Mas nada me preparou para o que viria a viver. Tive de penar para conseguir chegar a Santiago, e de nada me valeu a experiência de anos anteriores. Pela primeira vez tive imensas bolhas logo desde o primeiro dia, pela primeira vez tive de aprender a rebentá-las e tratá-las. Pela primeira vez tive dores nos joelhos e tornozelos, ao ponto de ficarem inchados, ao ponto de ter de usar várias ligaduras. Pela primeira vez acordava todas as manhãs sem saber se conseguiria andar. Pela primeira vez tive vontade de me sentar à beira da estrada e desistir. Senti e vivi sensações que nunca tinha experiênciado, incluíndo fisicamente e isso fez-me ver a realidade, a minha realidade, num outro prisma, embora tenha ficado com a sensação de que deixei escapar muitas lições importantes, talvez por não estar suficientemente receptiva. E sinais. Sinais que me recordavam a família, a casa e o que tinha deixado para trás, as pessoas importantes da minha vida, e as que serão sempre inesquecíveis. Tive ajuda de onde não esperei, ouvi palavras certeiras que me fizeram pensar, questionar, sorrir, amar. Ouvi músicas religiosas que me fizeram chorar apesar de não ser católica, adormeci a ver o nascer do sol, sonhei acordada, cantei à chuva, falei sozinha, conheci pessoas que me marcaram.


Fechei mais um ciclo. E fiz o caminho, o meu caminho. O verdadeiro caminho.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Avestruzes, Andorinhas e galinhas de sofá...

E ontem foi dia de mais uma tortura futebolística. Assistir a jogos do Sporting é o mesmo que ver uma avestruz a correr num campo minado. Chegou a ser vergonhoso ver os jogadores a correr de um lado para o outro, errarem passes fáceis e depois há coisas que não se percebem: O Djaló parecia ele próprio a Floribella, a correr feito borboleta pelo campo, a tropeçar na bola, etc. O Postiga deve ter acordado na altura e ter-se questionado de onde estava, porque estava e quando percebeu lá deve ter achado que era uma massada ter de andar a correr atrás da bola. O Liedson, coitado, parecia uma pulga entalado entre os gigantones Holandeses e o Miguel Veloso já tinha o cabelo mais arranjado (que foi o que lhe valeu). Estava a ver o jogo muito mal parado, mas quem é sportinguista já está habituado a sofrer e a perder jogos aparentemente fáceis.
E depois existe o Rui Patrício, que pode ser muito bom moço, mas na minha opinião de aspirante a treinadora de sofá, é um péssimo guarda-redes e nunca cheguei a perceber que estava ele a fazer no Sporting. Até a Zara faz melhores defesas (incluindo voos no ar) que ele, e é apenas uma gatinha...
E já nos tempos de descontos, enquanto acabava de comer o gelado já semi-derretido e pensava que a prestação do Sporting nas competições europeias deste ano tinha terminado, lá vejo o Rui Patrício subir até à grande área. E digo alto e em bom som, com ar arrogante e de entendida na matéria:"olha olha, mas que raio vai esta andorinha fazer lá para a frente?!" Pois, mas afinal a *andorinha* foi marcar um golo e ditar a passagem do Sporting à fase seguinte.
E ainda tive de ouvir com sorrisinhos irónicos "olha, parece que a *andorinha* marcou..."
Como se costuma dizer "enfiei a bolinha no saco" e acabei o gelado.
Pimbas, para não me armar em esperta! Estava a pedi-las!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Hora da novela mexicana

"O telemóvel tocou. Recebeu uma mensagem de uma pessoa muito especial. Dizia simplesmente: amo-te.
Ela sorriu embora esperasse mais. Esperava sempre mais porque para ela o amor era um conto de fadas, sempre intenso e fulgoroso, como no primeiro dia. Não conseguia projectar outra forma de se relacionar. Viver é amar e amar é um sentimento forte, um sopro de alma.
Pouso o telemóvel e aspirou mais um gole de refrigerante pela palhinha de riscas vermelhas.
A sensação de sentir a outra pessoa em cada partícula do seu ser fazia-a suspirar por mais.
Olhava para um casal que se encontrava na esplanada à sua frente. Trocavam carícias por entre palavras susurradas e sorridos de quem se encontra apaixonado. Pensou que queria viver algo assim, abraçar outra pessoa e ser abraçada, com esta simplicidade. Apenas um abraço ou um beijo trocados em qualquer esplanada ao pôr do sol. Era uma lamechice, bem sabia, mas gostava de projectar as coisas nestes moldes, com todo este romantismo piegas típico de uma novela, o que era estranho porque cresceu a ver filmes de terror. Não deixava de ser irónico. Talvez fosse uma conjugação astral, pensou, enquanto observava as bolhas de refrigerante rebentarem nas pedras de gelo.
Toda a vida tinha aspirado um grande amor, dos que completam a alma e onde a ausência do outro é notada em cada sopro de ar.
Imaginava-se a viver um romance assim, com flores e prendas embrulhadas em doses de carinho, com poemas românticos escritos à mão. Mas a vida fazia questão de demonstrar que principes e princesas apenas existiam no imaginário das crianças. Mesmo assim ela preferia acreditar. Sabia que essa fé podia ser tomada como ingenuidade mas não se importava. Se não tivermos fé o que nos resta? Como podemos prosseguir?