quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Motas e Regresso ao passado

No passado sábado andei a passear por Lisboa. Ou melhor, tentei. A ideia seria fazer de turista, com a mochila às costas e a bendita da sande e máquina fotográfica enquanto percorria a Baixa da cidade, passando por Alfama, Graça, Chiado, Bairro Alto e pelos inúmeros miradouros existentes pela cidade.

A viagem começou com a compra de bilhetes de um dia para Metro e Carris, tendo desaguado na Baixa/Chiado. O dia estava bom, com um sol fantástico e propício a passeatas e estar na Rua Augusta fez-me sentir viva de novo. Os turistas recheavam as ruas com as máquinas fotográficas e ar espantado. Até tive tempo de ver um motorista de um autocarro turístico, daqueles de dois andares com o topo descoberto, pedir a uma turista para mexer no painel de comandos na zona exterior da viatura enquanto ele, sentado, debitava ordens e indicações ... só visto!

O mini pic-nic na Praça do Comércio cheia de sol foi pautada pelas figurinhas de turistas que pousavam para as fotos em diferentes posições e palhaçadas. Após ter acalmado o estômago lá me dirigi para o MUDE para ver a exposição de Scooters.


Gostei bastante da exposição, tendo ficado surpreendida com a contextualização histórico-social das motas. Nunca tinha pensado muito nisso, nem no papel que a guerra e a emancipação feminina poderiam ter neste meio de deslocação. Motas pensadas sobretudo para mulheres não deixa de ser engraçado, tal como fábricas que se destinavam ao fabrico de armamento serem adaptadas e passarem a produzir motorizadas!

Existe uma boa variedade de motas, embora as Vespas sejam pouquinhas e o espaço meio estranho. Aliás, todo o espaço e restante exposição do MUDE me pareceu fraca. Uma espécie de garagem, com paredes ainda artesanais em cimento quase por rebocar onde fios de electricidade e plásticos eram visiveis. Se calhar era arte, mas a mim pareceu-me desleixo. A restante exposição ostentava poucas peças, pouco informação e o espaço para circular era algo confuso. Fica a recordação, as motas e ser de borla!

O passeio continuou, dando lugar as pequenas ruas do chiado e ainda com tempo para descobrir a loja da Catarina Portas onde estava para ir há anos, "A Vida Portuguesa".

Esta sim, foi uma verdadeira viagem pelo passado, onde pululavam recordações de infância. A famosa pasta Couto, os sabonetes típicos de um passado português, as andorinhas e azulejos que decoravam as casas portuguesas da altura eram apenas o início para o que aí vinha: Blocos, bisnagas e brinquedos típicos da altura e que costumava ter! Lápis de cor Viarco ou daqueles que tinham a tabuada (que ia desaparecendo à medida que se ia afiando), a Farinha, os cestos, os produtos de limpeza. Fiquei com o coração aconchegado!

Depois de visitar a loja apenas houve tempo para comer um gelado perto do S. Carlos até receber a notícia de que teria de ir a um velório. O passeio por Lisboa nem sequer começou e teve de ficar adiado.

Um dia mais tarde regressarei, qual turista de máquina em punho e coração aberto para recordar as minhas origens...

3 comentários:

Especialmente Gaspas disse...

Adoro vespas, o meu sogro tem uma bem velhinha!

Anónimo disse...

Sim andar por Lisboa e não fazer a carreira do eléctrico 28 é uma grande falha ;)
Ainda não entrei no MUDE. Uma lacuna grave para uma prof de História. ou não :)

Ka disse...

Lalage, a ideia era exactamente andar no eléctrico 28, passar por Alfama, Graça, Bairro Alto, Feira da Ladra, Campo das Cebolas, Chiado, Rossio e vários miradouros. Mas não houve oportunidade por motivos de força maior. :(

O MUDE talvez seja uma experiência interessante, mas talvez existam outras mais interessantes... :D