E tenho esta imagem, a de estar sentada no chão da sala entre o sofá e a mesa de centro pesadíssima, com a televisão ligada no Canal 1 (porque na altura não existiam canais por cabo ou privados) a ouvir o senhor que falava com uma voz calma e pousada. Aborvia as suas palavras e os seus gestos, e cada vez que o programa acabava tentava desenhar o que por ali via, seguindo os conselhos que o próprio dava. Os desenhos ficavam sempre horríveis, mas cada vez que via aquele programa achava que conseguia ir mais além e superar-me.
Falo do programa do Vasco Granja, que me acolheu e embalou a infância em doces gestos. Quem sabe se não é por isso que gosto hoje de banda desenhada, filmes de animação ou que sempre tive a fantasia de desenhar?
Tomei conhecimento, através de outros blogs, que o Vasco Granja faleceu. E com ele uma parte da minha infância tornou-se triste e amarga.
Mas para mim Vasco Granja é sinónimo de pantera cor de rosa e do sonho de conseguir desenhar.
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