Acabei de chegar ao trabalho, numa mistura de ansiedade, com frustração, stress e cansaço. Estava pouco habituada a cumprir horários e apanhar transportes públicos, é o que é!
Tentei mentalmente fazer contas para ver que camioneta iria apanhar até aos comboios (e que nunca passa à mesma hora) sempre com alguma margem de manobra e pensando que prefiro chegar cedo ao trabalho e sair também cedo. Apanhei uma camioneta começando já a reconhecer algumas caras que tinham feito comigo um dos percursos da semana anterior. Qual não é o meu espanto quando uns metros mais à frente a camioneta se depara com uma fila enorme de carros que simplesmente não andava. Parada no trânsito desesperava ao olhar para o relógio, eu e o resto das pessoas que tinham apanhado o autocarro comigo uma vez que demorámos cerca de 1 hora a fazer apenas alguns metros. Uns diziam que era um acidente, outros diziam que era das obras. O motivo ao certo não sei, mas acabei por me divertir (que não tem piada nenhuma...) com as pessoas que iam entrando nas paragens e começavam a discutir com o motorista: "então as camionetas não passam ao pé da junta?! Os seus colegas que foram para cima tinham que nos ter avisado! Ficávamos lá até à noite?" ou "Eles querem é o dinheiro do passe! Oh amigo, nós temos de ir trabalhar para vos poder pagar o ordenado! Somos nós que pagamos!" enquanto se ouviu logo de seguida uma voz dispersa dizer "e quem é que lhe paga a si?!". Um dos utentes que já estava na camioneta ainda se virou para as senhoras mais exaltadas e disse "não batam no motorista, ele não tem culpa!" e recebeu como resposta: "eles querem é o nosso dinheiro, já têm o dinheiro do passe já não querem saber!" ao que se seguiu a conversa anteriormente proferida.
Há muito, muito tempo que não assistia a estes discursos de povo-do-subúrbio-com-discurso-agressivo e que muito me apraz porque acabo sempre por me divertir!
Acabei por chegar ao trabalho mesmo em cima da hora limite mas ainda a tempo.
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