segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cacos e cacarecos, loiças e loicinhas

O fim de semana foi feito de mudanças. Mudanças na nova casa, mudança de penteado, mudança de postura.
Nunca pensei que trocar uma *barraca* por outra desse tanto trabalho. Ingenuidade, claro, que quem já passou por isto até se ri na minha cara, que nem levei móveis. Os livros, que sempre foram dos meus melhores amigos, tornaram-se inimigos mortais uma vez que ocuparam imensos caixotes e pesavam que se fartavam. E andar a subir e descer escadas com caixotes carregados de livros não é de todo uma tarefa excitante. Ainda me falta levar muita coisa e já deito caixotes de cartão pelos olhos.
Fazer de estivadora é só a primeira fase, depois vem a segunda que consiste em limpar e a arrumar tudo. Não tenho conta da loiça que lavei e limpei e das descobertas fantásticas que fiz, como milhares de canecas que se foram acumulando ao longo dos anos (já despachei metade) ou paninhos da loiça chiques com cãezinhos e frutinhas recheadas de amarelo e castanho. Em grande parte das situações ainda me ri, ao mesmo tempo que fiquei nostálgica com o que reconhecia ser da minha avó e passou para mim, como forma de recordação. Achei uma pega em forma de palhaço como se usava "nos antigamentes". Hoje é impensável usar produtos desses, feitos à mão e com uma estética completamente horrorosa. Mas eu cresci ao sabor daquela pega e associo-a à minha avó e à minha infância. Pendurei-a para que também ela esteja presente ali e me sinta acompanhada nos momentos mais solitários.
Arrumar os livros foi outra desafio hérculeo, ainda por cima sem estantes tive de pôr tudo no chão, enquanto arrumar a roupa de uma vida num armário pequeno foi um quebra cabeças (e ainda falta imensa roupa que tenho a uso).
Fazer a cama foi um show porque só tinha um conjunto de lençóis que serviam (e muito lindos! bleck!) com um edredon também ele chiquérrimo que fica mesmo à conta.
No fim da noite senti um misto de emoções. Alguma solidão misturada com ansiedade e alegria por ter um espaço meu, mas também estranheza. Os cheiros, sons...tudo é diferente, estranho.
Tenho pensado com alguma preocupação também como será que os gatinhos se irão adaptar à nova mudança. Sei que o Pépe vai fazer um concerto de ópera quando for na transportadora e ambos irão estranhar o novo espaço. Mas será que se irão dar bem? Será que a mudança não os irá prejudicar? Eles agora estão a delirar com os espaços vazios e com os caixotes onde se podem esconder enquanto rasgam a fita cola sem que eu veja, mas e depois?
Bom, de qualquer forma o Pépe tem ajudado muito nas mudanças, como se pode ver... Ainda o empacoto por engano e lá vai ele! Sem transportadora e sem Zara!

1 comentário:

Van Dog disse...

Calma, Pépe, tu também vais!