16 de Agosto: Viagem para Ponte de Lima - Ponto de Partida
Apanhei a tradicional camioneta da rede expresso que liga Lisboa a Ponte de Lima, num percurso de várias horas. Até à estação o peso da mochila moldava-se nas minhas costas, relembrando-me as dores do ano transacto e avisando-me que o percurso deste ano não seria mais fácil, mesmo com a expriência anteriormente adquirida.
Aproveitei a viagem para me recolher nos meus próprios pensamentos, traçar objectivos e pensar no que tinha deixado em Lisboa e o que me esperava nos vários km de trajecto de alma que iria percorrer.
Em Braga fizemos o transbordo de camioneta, como já vem sendo habitual. A S., que tinha levado o bastão característico de Santiago junto da bagagem, tinha decidio levá-lo agora junto dos passageiros. Começámos a achar estranho uma rapariga franzina, de olho azul, estar constantemente a olhar para nós. Até que começa a conversar connosco, numa espécie de "espanhol-português", perguntando-nos se iríamos fazer o caminho de Santiago. Começámos a falar em inglês, e lá se apresentou como sendo uma rapariga italiana, a C., que já estava em Portugal há umas semanas e tinha decidido fazer o caminho português, que tinha iniciado no ano passado mas não tinha terminado. A conversa desenrolou-se com naturalidade e a C., que iria começar em Valença, decidiu ficar em Ponte de Lima e começar a caminhar no dia seguinte connosco. Em Ponte de Lima decidimos ficar na pensão onde já tinha ficado no ano passado, cujos preços são feitos "à medida" e do "quanto vos disseram que era o quarto quando reservaram?".
Ainda tivemos tempo para um repasto português enquanto se via o Sporting ganhar a Super Taça ao Porto e se definiam estratégias para as etapas que aí vinham. Três pessoas completamente diferentes, com objectivos e aspirações diferentes, uniam-se num objectivo comum.
Eu estava pronta para o primeiro passo de uma nova etapa....
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