terça-feira, 28 de setembro de 2010
Feira da Luz
Quando era pequena todos os anos lá ia, juntamente com os meus pais e a minha irmã, e deixa-me inundar por todos aqueles cheiros, sons e imagens. Trazíamos sempre alguma coisa para a casa, nem que fosse um mealheiro, uma pedra para afiar as facas ou utensílios de cozinha.
O perfume a farturas e a bifanas inundam os corredores onde as barracas cheias de roupa de marca contrafeita se enchem de pessoas de todos os estratos sociais. E é ouvir os gritos dos feirantes a elogiar o produto e os preços tentando assim chamar mais clientes. No fundo ir a estas bancas não é muito diferente de ir a uma loja de roupa adolescente num qualquer centro comercial.
Mas o que eu sempre gostei mesmo eram as bancas que tinham materiais de cozinha, plásticos e bugigangas. E a tradição mantêm-se para mim e para muita gente porque são sempre os locais onde se acumula mais gente. A barraca das plantas também estava cheia e ainda lá andei a cuscovilhar mas acabei por não trazer nada. O mesmo se passou na barraca dos materiais e cestas em verga, lindos, mas carérrimos!! Tinha vários cestos de lenha a pedirem-me para irem para casa comigo mas custavam os olhos da cara pelo que os deixei lá sossegaditos.
Notei a falta de mais barracas de tralhas e afins, incluíndo a de música com as cassetes de cantores populares portugueses. Também existiam poucas barracas de rifas e tirinhos e praticamente nenhum carrocel ou divertimento do género.
Estava prestes a ir embora quando decidi parar numa dessas barracas de alguidares e pás que estão sempre a abarrotar de pessoas. Acabei por ver uns carrinhos de plástico para pôr na cozinha, coisa que me fazia falta há já bastante tempo. Mas existem momentos em que o nosso cérebro pára e deixamos de ter atitudes racionais para ter atitudes parvas (para não dizer outra coisa...). Ora, a minha cozinha tem tons de branco e azul. O mais natural seria ter comprado um carrinho com essa cor. Pois não é que comprei...laranja?!! Vá-se lá perceber porquê! Ainda por cima é um laranja forte, garrido, que nem dá para disfarçar. Mas foi a cor que mais gostei na altura. A sério que não compreendo.... Portanto agora tenho a cozinha com cores serenas, e depois um cesto de plástico *Made in Feira da Luz* laranja garrido.
Sou ou não sou especialista em décor?!
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Gravadores riscados
Mas o que mais me irrita são os discursos dos jogadores que podiam ser do Sporting como de outro clube qualquer. Cada vez que perdem parecem um gravador riscado onde passam sempre as mesmas frases "Agora há que levantar a cabeça e continuar a trabalhar e pensar no próximo jogo".
Mas não há mais frases no reportório? Não podem dizer "não jogámos um canivete e merecemos perder" ou "não sabemos jogar futebol, preferimos é noitadas"? Sempre era mais coerente!!
Não há cu que aguente!
Filmes de Sofá
Depois de ter lido a triologia Millenium, do Stieg Larsson, agora estou louca pelos filmes. No sábado revi "Os homens que odeiam as mulheres" e no sábado vi "A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo".
O segundo livro e filme parecem-me os melhores por terem uma maior acção e estarem mais centrados na personagem principal, Lisbeth Salander, que considero fascinante.
Aqui ficam os trailers!
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Zaire
Já me conhece e segue-me para todo o lado e acabo por ter de lhe fechar a porta no focinho enquanto o meu coração se contorce.
Há bocado desci para ir à churrasqueira. Dei com ele deitado no chão em frente à minha porta. Seguiu-me até lá. Eu entrei para comprar o frango e quando saí não o vi. Pensei que era uma boa oportunidade de o despistar em vez de lhe fechar mais uma vez a porta no focinho. Não adiantou. Mal me viu veio a correr feito louco para não me perder de vista. Acompanhou-me até casa.
Está a chegar o tempo frio, a chuva e o vento e começo a ficar desesperada. Já divulguei em vários sítios e nada. Nem um e-mail a fazer perguntas sobre ele. Apenas o vazio e o silêncio.
Até quando vai o Zaire aguentar?
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Alcochete Jamais!!
Mesmo assim tive sorte que não fui picada na cara!
Marinheiros da vida airada
Até agora...
Há umas semanas atrás decidi voltar a pegar nos livros que continuavam arrumados na estante para experimentar mais uma vez perceber o porquê desta personagem ser tão idolatrada no mundo da BD.
Confesso que nem sempre é uma leitura fácil, antes pelo contrário. As histórias giram em torno de um marinheiro que percorre vários pontos do globo no início do século XX mas sempre com uma forte componente histórico-social. Pela época que retrata, a I Grande Guerra aparece como paisagem onde se desenrolam as suas aventuras. Apresenta-se como uma personagem complexa e de personalidade muito própria que se cruza com diversos actores, existindo (quase) sempre uma mulher que se perde de amores por ele.
E está a fazer-me perceber que afinal não sei nada sobre o contexto histórico da Europa e da I Guerra Mundial!! Vergonhoso, eu sei...
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Motas e Regresso ao passado
A viagem começou com a compra de bilhetes de um dia para Metro e Carris, tendo desaguado na Baixa/Chiado. O dia estava bom, com um sol fantástico e propício a passeatas e estar na Rua Augusta fez-me sentir viva de novo. Os turistas recheavam as ruas com as máquinas fotográficas e ar espantado. Até tive tempo de ver um motorista de um autocarro turístico, daqueles de dois andares com o topo descoberto, pedir a uma turista para mexer no painel de comandos na zona exterior da viatura enquanto ele, sentado, debitava ordens e indicações ... só visto!
O mini pic-nic na Praça do Comércio cheia de sol foi pautada pelas figurinhas de turistas que pousavam para as fotos em diferentes posições e palhaçadas. Após ter acalmado o estômago lá me dirigi para o MUDE para ver a exposição de Scooters.
Gostei bastante da exposição, tendo ficado surpreendida com a contextualização histórico-social das motas. Nunca tinha pensado muito nisso, nem no papel que a guerra e a emancipação feminina poderiam ter neste meio de deslocação. Motas pensadas sobretudo para mulheres não deixa de ser engraçado, tal como fábricas que se destinavam ao fabrico de armamento serem adaptadas e passarem a produzir motorizadas!
Existe uma boa variedade de motas, embora as Vespas sejam pouquinhas e o espaço meio estranho. Aliás, todo o espaço e restante exposição do MUDE me pareceu fraca. Uma espécie de garagem, com paredes ainda artesanais em cimento quase por rebocar onde fios de electricidade e plásticos eram visiveis. Se calhar era arte, mas a mim pareceu-me desleixo. A restante exposição ostentava poucas peças, pouco informação e o espaço para circular era algo confuso. Fica a recordação, as motas e ser de borla!
O passeio continuou, dando lugar as pequenas ruas do chiado e ainda com tempo para descobrir a loja da Catarina Portas onde estava para ir há anos, "A Vida Portuguesa".
Esta sim, foi uma verdadeira viagem pelo passado, onde pululavam recordações de infância. A famosa pasta Couto, os sabonetes típicos de um passado português, as andorinhas e azulejos que decoravam as casas portuguesas da altura eram apenas o início para o que aí vinha: Blocos, bisnagas e brinquedos típicos da altura e que costumava ter! Lápis de cor Viarco ou daqueles que tinham a tabuada (que ia desaparecendo à medida que se ia afiando), a Farinha, os cestos, os produtos de limpeza. Fiquei com o coração aconchegado!
Depois de visitar a loja apenas houve tempo para comer um gelado perto do S. Carlos até receber a notícia de que teria de ir a um velório. O passeio por Lisboa nem sequer começou e teve de ficar adiado.
Um dia mais tarde regressarei, qual turista de máquina em punho e coração aberto para recordar as minhas origens...
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Da terra à lua
Seria caso para dizer "quanto mais me conheço, mais me surpreendo".
Percebi recentemente que não vale a pena tentar ler livros chatos só porque os autores são conhecidos ou porque é mais eclético. Caguei nisso.
Descobri nos últimos anos que prefiro livros que realmente me proporcionem descontracção e prazer, daqueles que leio num fôlego e fico triste porque os acabei. A sensação que tinha em petiz quando descobri o prazer de ler.
Gosto de livros descontraídos e que me façam sonhar, de leitura fácil e cuja narrativa prenda. Aventura, fantasia, alguns clássicos também.
Acabei há pouco tempo a triologia Millenium que achei fantástica e teve esse condão de me amarrar do início ao fim.
Começo hoje "Da Terra à Lua", do Júlio Verne esperando que seja na mesma linha de "Cinco semanas em balão".
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Trocas e Baldrocas
Uma viagem inesperada decidida no imediato.
Um velório.
Uma amiga destroçada.
A insconstância da vida que a todos nos leva.
Viver episódios e cenários já vistos em outros momentos.
Chegar a casa cansada.
O Zaire continua na rua. Ninguém lhe pôs água. Ninguém o quer.
Desalento.
Frustração.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Jack Burton nas Garras do Mandarim
Para mim foi um filme de culto dos anos 80, que via e revia em cassetes VHS, durante horas infindáveis e que povoava o meu imaginário.
Fazia parte da grande tendência para os filmes de aventura cómicos que surgiram na altura e que se revelavam sucessos de bilheteira e projectavam os seus actores. Recordo-me do "Em busca da esmeralda perdida", "A Jóia do Nilo", "Indiana Jones" ou as Minas de Salomão" entre tantos outros.
Este era sem dúvida um dos meus preferidos, talvez pela vertente cómica, trapalhona e "pintas" do protagonista principal mas também pela aura mais mística da cultura oriental. Revê-lo ontem, passados tantos anos, não desvirtuou em nada a memória que tinha do filme. Continuava como que "actual"...
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Where the Wild Thing Are
Já tinha ouvido dizer bem do filme mas nunca me senti muito impelida para o ver. A verdade é que é realmente muito bom. O mundo de fantasia para onde o puto, personagem principal, nos leva é terno e original.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Apelo
Cada vez que o cão aqui da rua me vê espeta as orelhas, abana a cauda e vem todo contente ter comigo. Por vezes desafia-me para brincar e vai a correr à minha frente. O mais natural seria dar-lhe um nome, uma forma de o humanizar, mas a verdade é que não consigo. Tenho receio de me apegar demasiado a ele e a uma situação que tendencialmente se começa a mostrar difícil.
Já passou algum tempo desde que divulguei esta situação e nem uma resposta.
Ninguém quer um cão.
Ninguém pode ter um cão.
E depois existem os que não se interessam, claro.
Aliás, a desumanidade é uma coisa que cada vez me choca mais e percebe-se na relação que nós, pessoas, temos com os animais.
Aqui na rua toda a gente vê o cão mas ninguém lhe dá comer ou um bocado de água chegando mesmo ao ponto de destruirem e desaparecerem com os panelinhos onde lhe ponho comida.
Nem sempre tenho oportunidade de o alimentar todos os dias, o que faz com que quando lá chegue constate com desânimo que a água está suja e no fundo e o comer é inexistente.
Parte-me o coração quando me venho embora e o deixo ali, à sua sorte, ou quando ele me segue com um olhar triste como que pedindo que o levem para casa.
O meu coração fica pequenino de o deixar ali e não consigo deixar de me sentir impotente, fraca, desumana...
Daqui a pouco tempo o frio irá chegar. A chuva e o vento virão fazer companhia ao frio. Começo a ter cada vez menos ilusões e menos soluções.
Sei que colocar isto aqui não irá adiantar de muito, mas antes pouco que nada...
Descobertas depois dos 30
E foi por acaso!
Bonito serviço
Bem....é uma forma de poupar certamente!
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Miss Tangerina
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Dune... Ou Duna para os amigos!
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Dono precisa-se
Fiquei obviamente com a sensação de que o cão não devia ser muito bem vindo por ali o que aliado ao desaparecimento do cão não augurava nada de bom.
No entanto preferi pensar que simplesmente ele andava por outras paragens, talvez mais simpáticas.
Há bocado fui ao café e quando regressei dei de caras com ele. Parecia um duelo do faroeste - ficámos os dois a olhar um para o outro - pelo menos até ele vir a correr ter comigo. O sacana já me conhece! Ficou todo contente e veio a saltitar à minha frente com ar de brincadeira e desafio. Vim a casa a correr buscar-lhe comida e água limpa e aproveitei para lhe tirar umas fotos.
Não ficou lá muito fotogénico. O facto de ser de noite, usar flash e ele se assustar todo também não ajuda.
Aparenta ser novo, adora festas (até fecha os olhinhos e dá a barriga) e gosta de brincadeira e precisa de um lar urgentemente!
Quero ir para a "cadeia"!
Solidões opacas
Quando regresso a casa a paragem de autocarro onde costumo sair é pertíssimo, pelo que todos os dias passo à porta dessa zona comercial.
Há já algum tempo reparei que existe uma senhora que todos os dias à mesma hora, se senta no muro que circunda o mini mercado. Idosa, desloca-se vagarosamente com a ajuda de um andarilho, como quem faz da passagem do tempo o seu companheiro de viagem. A pele morena e enrugada envolve um corpo magro e talhado pelas indifirenças e dificuldades da vida. Os olhos vítreos de tristeza espelham uma realidade que ninguém quer ver ou sentir.
E depois fica ali, sentada, em silêncio a ver as pessoas passar, a ver a vida correr...
Só a vi sorrir uma única vez, altura em que se encontrava acompanhada por uma outra senhora também idosa e falavam animadamente. Os seus olhos ganharam luz e esboçou-se um sorriso de menina enquanto as palavras tropeçavam a sair da sua boca.
Mas foi apenas uma vez... essa vez.
O silêncio e solidão caracterizam-na e cada vez que ali passo e a vejo o meu coração encolhe-se, amargaruda pela minha falta de coragem ou pela minha impotência.
Ela tenta ligar-se ao mundo, mas o mundo desliga-se dela...
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Filmes de animação muito animados
Os desenhos animados foram sendo substituídos por filmes de animação, sobretudo êxitos cinematográficos que me têm acompanhado desde então, mas é claro que existiu um "adormecimento".
Agora, por influência de outra pessoa estou a tentar descobrir mais sobre cinema de animação e desenhos animados, tentanto descobrir novas coisas.
Apresentaram-me o "Shaun the Sheep", mais conhecido em português como "Ovelha Xoné" e gostei bastante, mas ainda antes da Ovelha já conhecia o Urso Polar Bernard (Bernard the Bear).
Aqui fica uma demonstração que aliás, parece dos meus antigos jogos de basket. Aliás, a semelhança é assustadoramente real!
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Clássicos do cinema em imagem
Aqui estão o James Dean e a Elizabeth Taylor. E esta einh? Agora fiquei cheia de vontade de ver e rever clássicos do cinema!
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Histórias com finais felizes
Não conseguindo ficar indiferente, no alto da minha inexperiência em situação de resgate de animais, contactei com um amigo na esperança de arranjar uma solução. Em conjunto lá a tirámos do parque de estacionamento (a ela e aos filhotes), demos-lhe guarida umas noites e após contacto prévio entregámo-la na União Zoófila que a acolheu.
As coisas não correram da forma prevista e entrei em despique com esta instituição protectora dos animais por razões que me escuso agora a comentar e explicar.
O que é certo é que após alguns anos de sócia, madrinha de uma cadela e diversos donativos e ajudas prestadas, saí da União Zoófila com um enorme rancor e um peso enorme no coração. Para trás ficava a cadela que tinha resgatado, a Pandora, e uma cadela que tinha "amadrinhado", a Sasha.
Ao longo destes anos fui alimentando esta mágoa e este peso por não poder acompanhar e ajudar mais a Sasha e a Pandora, um peso que se foi cravando cada vez mais fundo ao ponto de fingir indiferença em determinadas situações que envolviam animais para me proteger emocional. É horrível, eu sei.
Ontem estava num dia mau, um dia em que essa indiferença não foi possível, em que o cão que costumo ver deambular lá pela rua me tocou mais fundo. Deixei-me abater por isso. E numa tentativa ténue e infrutífera para o tentar ajudar lá coloquei um apelo num site de ajuda a animais que frequentei há anos atrás.
E nessa sequência fiquei a saber que a Pandora, a cadela que resgatei há anos atrás e que estava na União Zoófila, tinha sido adoptada em Março. Está numa família que a faz feliz e cheguei mesmo a ver uma foto dela num sofá, no colo de uma criança - a sua nova dona.
O meu dia iluminou-se. Afinal é possível!! Por mais que me digam "não podes fazer nada" ou "há tantos assim" como tentativa de justificar a indiferença, a verdade é que por vezes conseguimos histórias com finais felizes.
E antes uma história a terminar bem que nenhuma...