sexta-feira, 17 de abril de 2009

Musicalidades


Há já algum tempo que me tenho lembrado dessa peça da antiguidade que era o gira-discos. Recordo-me de existir um pequeno, uma versão simples, onde por vezes ouvíamos músicas de Natal, mas que rapidamente foi substituído por um mais moderno que vinha incorporado numa aparelhagem com espaço para cassetes e rádio. Tinha a inovação, para os gira-discos da altura, de não ser preciso virar o disco para ouvir o lado B, uma vez que a agulha era automática e ela própria virava.
E procurando nos resquícios de memória recordo-me de estar sentada no chão, mesmo em frente ao gira-discos, naquela proximidade de quem gosta e acha que assim absorve melhor cada instante, a ouvir com a minha irmã "A Branca de Neve e os sete anões", numa versão meio brasileira. E apesar de agora me parecer estranho, sei que na altura adorava, ao ponto de a capa já estar meio rasgada do uso.
Também me lembro do meu pai me mostrar um disco com umas sinfonias e tentar explicar-me qualquer coisa. Não faço a mínima ideia do que era, mas sei que foi a primeira que ouvi e que hoje em dia, cada vez que ouço música clássica ou mesmo ópera, me lembro desse disco com capa meio acizentada com um homem que segurava um qualquer instrumento musical.
E depois lembro-me do disco "O macaco gosta de banana" do José Cid ou de um rapaz que cantava uma música infantil vestido com um fato de treino azul, típico dos anos 80.
E dou comigo nostálgica, a pensar nos tempos em que a música era ouvida assim, da forma mais pura apesar do ruído e imperfeição do suporte que era tudo menos digital.

2 comentários:

Mosca disse...

Por aqui ainda se ouve música assim :) Tenho 2 gira discos. Nenhuma deles é sofisticado ao ponto de virar a agulha sozinho, mas um deles é portátil e pouco maior que uma caixa de óculos! Desdobra-se todo, muito giro!
Já agora, as histórias não eram meio com sotaque do Brasil, eram mesmo brasileiras. O João e Maria falavam com sotaque tropical e cantavam "puxa, puxa, puxa a vassoura da bruxa" com esse sotaque. Quando quiseres um gira-discos, dá um salto à feira da ladra. Costumam aparecer alguns bem giros e a preços muito acessíveis.
Espanta-me não teres falado de uma das utilidades mais divertidas do dito aparelho, que é, ouvir discos de 33 rotações em 45! lol

Ka disse...

Sim, temos de combinar essa ida à feira da ladra.

Já não me lembrava de mudar as rotações! Era demais!