sábado, 15 de novembro de 2008

Caminho Português de Santiago - Dia 7

23 de Agosto: Pádron - Santiago de Compostella

Finalmente em Santiago! Depois de 22 Km de dor e cansaço chegámos ao nosso objectivo. O trajecto não era tão difícil como me lembrava. Uma das diferenças para o ano passado é exactamente a memória: muito do que guardei na minha cabeça vivi-o de forma diferente este ano. E isso faz-me pensar que mesmo que determinados troços do caminho sejam semelhantes, a forma como os experienciamos é diferente, única.

Retomo a teoria de que para Deus entrar em nós é necessário criar espaço para Ele, e avida também é assim: para vivermos situações novas temos que deixar espaço parea que isso aconteça, temos que estar receptivos.

Também percebi que continuo extremamente impaciente e que, apesar dos meus esforços, não melhorei enquanto pessoa. Continuo a ser intolerante, impaciente, o que denota que o meu trabalho apenas agora começou.


Ao chegar à catedral não senti o júbilo ou emoção do ano passado, mas uma espécie de raiva contida, um "consegui! terminei o meu ciclo de penitência! E que venha uma nova etapa...."
Hoje senti muito isso, que fechei uma etapa e vou começar outra. Se calhare na prática tal até pode não acontecer, mas é isso que sinto e o simbolismo que tem para mim.
Aguardo com ansiedade o que me espera e esta nova etapa, com vontade de voltar a viver, de apreciar e aproveitar o que a vida me dá.

Após ladear a catedral sentei-me num dos bancos. Olhei à volta, fechei os olhos, senti a catedral e pedi protecção, paz e felicidade para todos os que me são queridos. Agradeci ter chegado bem, o apoio, a protecção. E reforcei esse pedido para mim.
E na minha conversa com Deus e com o Universo senti-me apaziguada, tranquila...em casa!

1 comentário:

Anónimo disse...

eu li ou ouvi uma frase que gostei: " Há quem ande pelo caminho, outros há que nele caminham"- ou algo do género.
tu és peregrina como eu.

foi um prazer partilhar uma dessas caminhadas contigo.
Bj