segunda-feira, 30 de junho de 2008

Caminhos alternativos

Numa tentativa de contrariar uma fase menos boa da vida decidi, *inteligentemente*, levantar-me cedo no sábado de manhã e ir fazer um percurso pedestre em Sintra. Faltou-me a companhia, mas não a vontade. Achei que, apesar do receio de ir sozinha, não deveria deixar de fazer algo que me apetecia e que isso também poderia ser um desafio. Ainda por cima um percurso pedestre costuma ser fácil, está bem assinalado e conseguir concretizar alguma coisa dar-me-ia a sensação de realização e uma maior confiança. Afinal, que é que poderia correr mal?
Logo nos primeiros metros percebi que o caminho não ia ser fácil. Subidas íngremes, em caminhos desnivelados e com um sol de torrar qualquer coisa que por ali passasse. "Estou tramada", pensei eu. Mas com determinação lá fui avançando. Cruzei-me com alguns ciclistas, que pareciam estar a derreter-se mais que eu porque tinham de carregar a bicicleta a pé. A primeira paragem foi no memorial aos bombeiros que pereceram na década de 60 a combater o incêndio na serra de sintra. Até ali tudo bem e o caminho até começava a ser agradável, mais coberto de árvores e com uma brisa a refrescar-me. Mas a certa altura o caminho mudou de rumo, conforme a sinalização que ali se encontrava. Descobri os Tholes de Monge no meio da vegetação, onde sentia bichinhos a rastejar ali perto (só me fez chegar mais depressa aos Tholes de Monge). Comecei a olhar para os sinais, que indicavam que o caminho seria por ali, mas não via caminho nenhum. A vegetação estava cerrada e cheia de picos. Voltei para trás, tentei ver se existia sinalização noutro local, voltei ali, regressei atrás, tentei contornar o caminho. Nada feito. Ou o caminho estava mal sinalizado ou não fizeram a manutenção do caminho, tornando-o impraticável. Tive de desistir, e essa sensação deixou-me frustrada e triste. Mais uma desistência e uma sensação de falhanço. Regressei ao carro que tinha deixado perto do Convento dos Capuchos. Olhei para as placas e pensei: "Hmm....já que aqui estou...porque não?". Acabei por comprar um bilhete (uma roubalheira, diga-se!) e fui a um local que há muito queria visitar. A alteração inesperada e súbita de planos acabou por revelar-se um sucesso. As celas exíguas, as portas e coberturas de cortiça, a pobreza de todo o local, acalmaram-me e fizeram-me pensar nas coisas numa outra perspectiva. Experimentei entrar numa cela que se encontrava repleta de escuridão e que servia para um recolhimento e meditação profunda. Conseguia ouvir apenas o silêncio, ouvir-me...

Saindo do convento ainda tentei descobrir os arredores e descobri mais umas capelas e locais de culto, no meio da vegetação.

Ainda acabei por descobrir mais algumas funcionalidades da máquina fotográfica que nunca tinha experimentado e o resultado foi giro:


Moral da história: existem sempre caminhos alternativos que podemos percorrer e que nos reservam surpresas agradáveis.




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