quarta-feira, 4 de junho de 2008

Bull's eye

Cada vez chego mais à conclusão que sou uma gaja estranha. Estando eu num processo de (re)construção interior, tentei pensar em actividades e situações que me agradassem, como se isso me definisse ou ajudasse a encetar um novo rumo para a minha vida. Durante este processo introspectivo pensei que uma coisa que gostava de fazer seria experimentar tiro, mas que tal seria impossível, porque não devia existir, porque deveria ser caro, por isto, por aquilo.... deixei que os meus receios e limitações me toldassem e deixassem na inactividade. Neste processo de recuos e receios deparei com a antiga espingarda, pressão de ar, que o meu avô me deu há uns anos, onde aprendi a disparar os meus primeiros chumbinhos quando era gaiata e pensei "Porque não?". Descobri um local onde existem aulas de tiro, nomeadamente de "ar comprimido". Decidi colocar atrás das costas os meus medos e receios, frustrações e inibições. Afinal, ir pedir informações e saber preços não custava nada. E assim foi. Tímidamente entrei na sala. Deparei com uma carreira de tiro onde algumas pessoas, com fatos esquisitos (que me fazem sempre lembrar os fatos do "MEO") ficaram a olhar para mim. Afinal, além de estranha num local onde todos se conheciam, era a única mulher presente. Fui atendida, recebi informações e colocaram-me logo a disparar, na minha primeira experiência e sessão. O ambiente era estranhissimo, personagens vestidas com fatos estranhos, com armas estranhas e eu, ali sentadinha, com uma arma que devia ser do tempo da I Guerra Mundial apoiada em listas telefónicas. Nada mais humilhante.... Mas a verdade é que a experiência correu bem. Após um interregno decidi voltar. A segunda sessão (ainda com as listas telefónicas e a única mulher no meio de uma população de MEO's) correu igualmente bem e até fui elogiada. A terceira sessão, na passada segunda feira, já não correu tão bem. O grau de dificuldade aumentou, não me estava a conseguir concentrar e senti a pressão de querer me sair bem e não estar a conseguir.
Não sei o que me espera amanhã, em mais uma sessão, mas sei que ter chegado aqui, ter tomado a iniciativa de ir e tentado lutar contra as minhas "vergonhas" sempre presentes que apenas me inibem no caminho, já é uma vitória. Não sei o que decidirei se/quando chegar à fase seguinte e me tornar eu própria uma MEO, com roupa e armas caríssimas. Por um lado é sinal que me estou a sair bem, pelo outro é mais uma responsabilidade e uma despesa que não sei se consigo ou quero ter.
A foto que segue em baixo é da sala onde tive as minhas 3 sessões (espero que ninguém fique chateado por ter usurpado a foto).



Entretanto vou tentando-me divertir, valorizar-me a mim e, sobretudo, ao legado que o meu avô me deixou...

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda vou andar com uma bandeirinha portuguesa a torcer por ti em qualquer país sub-desenvolvido, estilo trinidad&tobago. ;)
Não sei é como se apoia numa competição dessas...grita-se?aplaude-se?
É mais uma coisa para procurar na wikipedia.
De qualquer forma...FORÇA KAT!!! :)

Anónimo disse...

Parabéns. Afinal sempre encontraste uma forma de passar algum do teu tempo livre.
Fico muito feliz.
Fico também a pensar que se te aprimorares nessa coisa dos tiros, vou querer morrer sempre muito tua amiga. :)
Beijo