No passado fim-de-semana, antes de encetar viagem pelas terras da Galiza, dirigi-me a uma superfície comercial da zona norte para comprar o raio das pastilhas para a máquina de café aqui do trabalho. Já me tinham dito que era preciso o número de cliente ou algo do género. Obviamente não disponho de tais dados, porque não tenho máquina em casa. Mesmo assim decidi experimentar e ver como corria.
Quando fui atendida, e depois de ter escolhido os cafés que queria (e continuo com a ideia de que existe uma estratégia de marketing muito bem arranjada, com uma grande quantidade de sabores e qualidades de cafés, cheios de cores e designações atraentes) perguntaram-me qual era o número de cliente.
- (Eu): Não tenho.
- (Empregado chique engravatado): Ah, então vamos criar uma conta para si! É que assim pode-se prever quando necessitará de um kit de descalcificação!
- (Eu) Está bem...
Seguiram-se algumas perguntas sobre dados pessoais e perguntam-me para dizer qual é o modelo da máquina.
- (Eu):Não sei qual é o modelo, é uma máquina que está no trabalho.
- (Empregado): No trabalho?! (com ar surpreendido...) Mas ganhou-a no trabalho???
- (Eu): Não amigo, não a "ganhei", é uma máquina que está no local de trabalho e que todos utilizamos!
- (Empregado): Ah...pronto, então continuemos o registo...consegue identificar a máquina pelo catálogo?
E de repente abre uma revista com uma quantidade de máquinas e modelos e cores e fiquei feita parva a olhar para aquilo, a tentar lembrar-me da máquina.
- (Empregado): Então mas não se lembra? Como é que tira o café?
- (Eu): Carrego no botão! (dah!!)
- (Empregado) E em que posição estão os botões?
- (Eu): De lado! (já a ficar enjoada com a conversa do registo e da máquina e dos botões e o carago)
- (Empregado): Assim? (e de repente começa a exemplificar como se ligava a máquina, esboçando gestos no ar, como se ela estivesse ali. Estica os dedidos de forma chique como se tirasse um café numa máquina virtual)
- (Eu): Sim, assim (acenando com a cabeça e a pensar que este filme era mau demais para acontecer e que a cena era simplesmente ridícula).
- (Empregado): E qual era a cor lateral da máquina?
Mas que raio.... pensei em porque é que era preciso saber o raio da cor lateral da máquina? Dali a um bocado estavam a perguntar quantos milimetros tinha a torneira por onde pinga o café ou qual o nível de ruído que produz. E sabia lá eu qual a cor lateral da máquina, se nem me lembrava de coisas importantes da minha vida ou o que tinha comido na véspera, lembrava-me lá disso...
-(Eu): Acho que era preta...
- (Empregado): Minha senhora, preta não pode ser! (Diz com um ar meio chocado). Ou é cinzenta ou azul!
- (Eu): Sei lá, não me lembro. Não fui eu que a comprei!
- (Empregado): Mas a máquina não é sua??
- (Eu): Não!! Já lhe disse que é uma máquina que está no trabalho e é utilizada por todos!
De repente o empregado esboça um ar embaraçado e tenta pronunciar qualquer coisa.
-(Empregado): Ah...é que assim...pronto...ok...é que assim não interessa nada o registo! Vamos esquecer....
- (Eu): Sim, é melhor esquecer este momento!
Gostei muito da minha primeira experiência na loja de café. Isto já para não dizer que tinha café à borlix e agora ando a pagá-lo.
Não que ele estivesse na loja, claro, mas já agora, que raio vê o mulherio no George Cloney?? É que sinceramente nem o acho nada de especial!
1 comentário:
Não gosto de café. O que tem a vantagem de ser menos uma despesa. Mas tem o inconveniente de não participar no ritual de convívio social que o café implica :)
Quanto ao George, tem todo o ar de ser um canastrão. Mas a minha opinião não vale muito porque eu sou muito esquisita com os actores de que gosto.
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