quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sem fado é mais barato?

Em 31 anos tive a sorte de nunca ter sido roubada...até ontem! E pior, fui roubada numa tasca! Ok, calma, ninguém me apontou uma navalha suja de morcela enquanto me pediam a carteira nem algo do género, mas sinceramente antes fosse. Sentir-me-ia menos ofendida e menos parva também.

Ontem fui jantar com duas ex colegas da faculdade até porque uma delas veio a Portugal passar uns dias. Era um motivo mais que perfeito para estarmos novamente juntas a falar dos tempos de outrora e dos sonhos por realizar.
Inicialmente éramos para ir a uma tasca em Alfama que uma delas conhecia, mas como era só de petiscos perguntaram-me se eu não preferia um restaurante com boas massas ou um restaurante vegetariano. Mas eu, dona Ka no seu melhor, respondi "ah e tal, isto hoje sabia bem era mesmo uma tasquinha em Alfama, assim uma cena típica... mas barata!". Ora vai daí, e como ninguém conhecia nenhum restaurante em Alfama, arriscou-se por um que tinha sido recomendado por outra pessoa.
A malta chega e entra numa portinha apertada que dá lugar a um espaço pequeno e tipicamente decorado com bancos de madeira verdes e mesas pequenas, salpicadas num chão aos quadrados coloridos de outros tempos. Aquilo sim, era uma tasca! Daquelas tascas mesmo tascas! E eu muito contente a reconhecer que já tinha visto aquilo num programa de turismo na TV Cabo e que era uma tasca com boa fama e tal.
Mal chega a carta dos menús o meu sorriso fugiu e deu lugar ao choque ao ver os preços. Era noite de fado e portanto existia um consumo mínimo bastante acima daquilo que queria gastar. Em alternativa existiam também uns menús, um pouco mais caros mas com entradas e sobremesas incluídas. A coisa corria mal porque isto anda em crise e nenhuma de nós as 3 estava à espera de gastar um dinheirão numa tasca.
Acabámos por pedir dois menús, numa forma de tentar economizar, enquanto assistíamos ao desfile de turistas que ia entrando.
Os fados começaram mas a comida tardava numa tasca que rapidamente encheu de sotaques estrangeiros. Demorámos quase 2 horas a ser servidas e a comida nem estava fabulosamente fantástica. Escapava-se a experiência de ouvir fado vadio ao vivo que para mim foi a primeira vez.
E gostei daquela alegria bairresca, da paixão entoada de gargantas sedentas de fado e amargura que tornaram o ambiente íntimo e acolhedor.

Quando a conta veio a surpresa não foi nada agradável! Bastante acima daquilo que pensávamos e queríamos gastar, percebemos que tínhamos sido enganadas e a nossa tentativa de economizar tinha saído gorada. Mas pior que isso foi a atitude da pessoa que nos atendeu que nos induziu em erro, não nos explicando como funcionavam os menús e os consumos mínimos, todos eles excessivamente caros.
Só não tornámos aquele momento numa cena de pancadaria (para dar mais dramatismo ao fado) porque somos gajas pacatas e civilizadas, pelo que depois de muito reclamar acabámos por contar os trocos e sair com o orgulho ferido e a certeza de não voltar. Só depois de termos saído nos lembrámos que deveríamos ter pedido o livro de reclamações. Fica mais uma lição de vida...

É com choque e alguma tristeza que assisti a este desenlace. Viu-se nitidamente que o negócio era feito para estrangeiros, talvez até para "enganar estrangeiros" que obviamente não reclamam. E é uma pena porque a tasca realmente era um miminho, numa zona lindíssima, e os fados muito castiços. Não daqueles fados chiques, de senhores e senhoras emproadas vindos de um desfile ou concurso de música.
Não, eram fados de Alfama, com pessoas que vivem e sentem Alfama e só por isso valia a pena. E não me interpretem mal, não foi pelos preços (apesar de os ter achado excessivamente caros), foi mesmo pela atitude, pela falta de informação propositada na tentativa de extorquir mais dinheiro. E isso é que não quero aceitar...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

É desta que tenho um enfarte...

O stress da passagem de ano continua, sobretudo porque se aproxima a grande velocidade o raio da data.
Como vou ter pessoas que vão ficar a dormir lá em casa, vou ter de dar um jeito ao estaminé o que quer dizer uma carga de trabalhos e de stress. Ontem eram 10 e tal da noite e andava eu de luvinhas e lixivia na mão a limpar o tecto do wc e a pensar no porquê de me sujeitar e meter nestas situações.
E pensei que realmente tenho de aprender a dizer "não" com mais frequência e a puxar para mim aquilo que me é importante. Eu sei que os desafios também são importantes para evoluir e sei que apesar de todos estes stresses até me divirto, mas também percebi que raramente penso em mim e no que eu quero e sigo essa vontade até ao fim.
Ainda vou ter de ver como organizo tudo, incluindo compras no supermercado que deve estar uma loucura. Já imagino azevias e camarão pelo chão enquanto as pessoas andam à estalada com sacos de passas nas mãos... enfim, vai ser um show!

E ainda vou ter de fazer a manicure aos gatos e explicar-lhes que se vão ter de portar bem. Deveras catita!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Que venha Janeiro rapidamente!

O Natal ter passado significa que a passagem de Ano está à porta. Para mim é um suplício, um fardo (e fado) demasiado grande. Simplesmente detesto esta data. Seriam precisas algumas sessões de psicoterapia para perceber com clareza o porquê de me provocar tanta confusão e desconforto, mas o que sei é que não me sinto nada apaziguada com isto.

Lembro-me que quando era pequena até achava uma certa piada, porque a família reunia-se e às 00:00 íamos para a varanda bater panelas. A minha mãe reclamava sempre porque os tachos ficavam todos amassados até que aos poucos começou a desistir e já existiam "panelas para bater na passagem de ano". Mas à medida que fui crescendo esse sentimento inocente foi dando lugar ao desconforto. Via os meus amigos sairem na data que representava folia e diversão, enquanto eu ficava ano após ano em casa, ou porque os meus pais não me deixavam sair ou porque não recebia convites. A verdade é que tinha poucos amigos e mesmo esses acabavam por ir com outras pessoas ou com os respectivos namorados e fui habituando-me a ficar por casa e eles a nem sequer me convidarem. Os anos foram-se abatendo, um após o outro, e percebia que cada vez ficava mais esquecida naquele marasmo...

Mais tarde comecei a sair, sobretudo quando comecei a namorar. Mas nem isso era pacífico. Recordo-me de esta data estar repleta de desavenças, discussões e pessoas que não conhecia de parte nenhuma.
Então as passagens de ano em casa deram lugar a passagens de ano a discutir, até ao momento em que passei uma fase terrível da minha vida. Nesse ano, o único até agora, decidi passar o dia 31 sozinha. Sentia-me tão mal, tão negra que nem sequer ponderei outra hipótese. Quando me perguntavam se já tinha convites e o que ia fazer, mentia, dizendo que ia passar com amigos. Só queria estar sozinha, não queria ser peso para ninguém nem ter de dar justificações... Fiz o jantar para mim, aluguei um filme e à meia noite comi passas enquanto chorava e o meu coração sangrava de dor...

Os últimos anos foram mais calmos, mas trazem-me recordações e sentimentos de outrora. Percebi ontem que com a aproximação de mais uma passagem de ano me sinto em pânico. Há algum tempo atrás aceitei um convite sem pensar muito no assunto, mas percebo agora que isso me está a provocar uma ansiedade enorme. Pode parecer estúpido mas fico muito tensa e ansiosa.
Tentei perceber melhor o porquê de me sentir assim. Lá está, precisava de psicoterapia, mas à primeira vista parece-me que a passagem de ano representa para mim chatices, discussões, abandono. Além disso esta é uma data festiva por natureza, uma data de excessos, de folia e diversão e ontem percebi que...eu não sou assim! Sou uma pessoa reservada, tímida e estar em grupos grandes de pessoas que não conheço inibe-se e faz com que me isole.

Percebi que o que me fazia realmente sentido e gostava era passar uma noite tranquila em casa, na companhia de meia dúzia de pessoas que me são muito próximas e íntimas, com quem me sinto mesmo à vontade. Ao olhar para trás constatei que nunca tinha feito isso, nunca tinha passado por essa experiência.

E pelos vistos este ano também não... ao ter aceite convites arrastei pessoas comigo. Tudo isto ainda me provoca mais ansiedade, claro está, mas também sei que é tarde para mudar isso porque tenho pessoas a depender de mim. Por outro lado, é importante lidar comigo e tentar evoluir, tentar combater as minhas inibições por mais que me custe. Mas a verdade é que sinto ansiosa e pressionada e não sei lidar e conjugar tudo.

Neste momento só espero que o Janeiro chegue depressa...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Raios o partam!

Acho a natureza fascinante e tenho imenso respeito por ela nas suas mais variadas demonstrações, seja um mar rebelde, seja numa trovoada que ilumina os céus.

Lembro-me que quando era pequena a minha avó, que tinha imenso medo de trovoadas, dizia-me para rezar avé Marias para a trovoada passar. Eu rezava e apesar dos resultados meio duvidosos existia um certo consolo naquela ladaínha. Conheço mais pessoas que têm medo de trovões e que entram num estado de ansiedade quando o céu começa a rugir de forma ameaçadora. Eu tenho respeito, não é uma situação que ache confortável, mas também não tenho "medo" propriamente dito. E os gatinhos também não, ficam impávidos e serenos a dormitar.

Esta noite estava eu a dormir e acordo com o som da chuva diluvial que se fazia sentir. Parecia que andavam a despejar mangueiradas de água cá para baixo incessantemente e eu só pensava "está bonito, amanhã vai estar tudo inundado. Vou de barco e galochas para o trabalho...".

Mal acabo de pensar nisto oiço um estrondo enorme, quase uma detonação, acompanhado de luz. Um trovão mega, super, hiper grande acabava de estalar nos céus e não sei mais onde, provavelmente ali muito perto. Cheguei a pensar, naqueles instantes de parvoíce que tinha fulminado uma árvore ou o poste de Alta Tensão que está ali ao lado. Os gatos, que normalmente continuam a dormir com a trovoada, desapareceram num ápice.

Eu levantei-me, meio assustada, meio aturdida e percebi que não tinha luz. Fui buscar a lanterna a pensar se existiriam consequências maiores enquanto o Pépe meio desesperado miava à minha volta. Vou à janela e espreito lá para fora, mas não noto nada de diferente ou anormal, excepto a rua que está às escuras. O que vale é que passado muito pouco tempo a energia voltou o que me acalmou um pouco. Apercebi-me de um silêncio esquisito: já não existia trovoada nem chuva, tudo estava calma e inaudível. Senti-me num filme de terror, a pensar "isto é muito esquisito...que vai acontecer agora?"

Acabei por adormecer, ainda meio tensa, sensação que perdurou o resto da noite. O Pépe voltou a deitar-se mas a Zara escondeu-se debaixo da cama e de lá não saiu. Vim-me embora e ela lá continuou, meio assustada.

Já não bastavam os problemas diários, agora tenho uma gata traumatizada!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tintim no Congo

Normalmente durante o pequeno almoço leio um livro de banda desenha ou pelo menos uma parte dele. Como a vida está cara tenho-me entretido a reler os livros que tenho e que em muitos casos apenas li uma vez, pelo que já não me lembro dos detalhes e é como se fossem novidade.
Hoje terminei de reler "Tintim no Congo" e a impressão foi a mesma que tive aquando da primeira leitura, anos atrás: um livro muito mau...


A história é bastante fraca, mas o que incomoda não é isso e sim a imagem patente ao longo do livro. Tintim é visto como um ser superior por ser branco (mais forte, mais astuto, mais inteligente), enquanto que os Congoleses são descritos como fracos, parvos, ridículos e primitivos, além de "adorarem" Tintim. Esta supremacia racista e xenófoba arrepia-me.

Além disso Tintim enaltecer a caça e o massacre de animais: mata macacos, rinocerontes, elefantes (vendo-se inclusivé a personagem a carregar o marfim) só porque sim...

A arrogância e postura das personagens torna este livro quase intragável.

Não me interpretem mal, eu gosto imenso da colecção e de Tintim, mas realmente este livro é não correu bem!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Avatar: The Last Airbender

Tenho andado viciada numa nova série que me tem prendido ao écran e deliciado. Refiro-me ao "Avatar: the last airbender". Sei que o nome pode parecer confuso na medida em que as pessoas reconhecem do cinema os filmes "Avatar" e "The last Airbender" como duas obras distintas.
Há uns meses atrás estreou no cinema o "The Last Airbender" que fui ver animadamente uma vez que gosto muito do realizador. E só depois de ter visto o filme percebi que o mesmo fazia parte de uma triologia e era adaptado de uma série de desenhos animados. Talvez por já existir um filme denominado de "Avatar", o Night Shayamala apenas utilizou no filme a segunda designação (The Last Airbender).



A história passa-se num mundo fictício, pautado pela cultura oriental e pelas artes marciais onde Aang, o actual Avatar, tanta salvar o mundo da Nação do Fogo. Acho piada a esta cultura das nações que no fundo representam diferentes elementos: existe a nação do fogo que conquistou o mundo e tal como o elemento que representam, são impulsivos, agressivos e autoritários. Depois existe a nação da Terra, cujas pessoas são mais "térreas", calmas e pacientes. O povo da água é mais intuitivo e sentimental, além de possuir propriedades curativas. O povo do ar foi eliminado pela Nação do Fogo, existindo apenas Aang (daí a designação: the last airbender). O Avatar é a única pessoa que consegue dominar todos os elementos em simultâneo (ar, água, terra e fogo).

A série conta as aventuras de Aang para conseguir derrotar a Nação do Fogo e está dividida em 3 partes, designadas de Livros: Livro 1 - Água; Livro 2: Terra; Livro 3: Fogo.

O filme (cujo trailer está aí em cima à disposição de suas excelências), representa o 1º livro e está bem adaptado (na sua generalidade, claro).
Já me encontro no 3º livro e apesar de ainda não ter acabado já sinto saudades desta série que está muito bem construída e é super divertida!

Como poupar e continuar a ler os livros que sempre quisemos

Com o passar dos anos fui acumulando livros nas estantes e achava que não me iria conseguir desfazer deles, que eram uma representação do conhecimento em geral e de mim em particular. Mas com a crise e as despesas para pagar a minha concepção foi mudando. Percebi que os livros são caríssimos e simplesmente deixei de os comprar até porque ainda tinha muitos em casa que ainda não tinha lido. Passei a frequentar alfarrabistas e pela primeira vez requisitei livros na biblioteca municipal. E percebi que damos demasiada importância aos bens materiais, que mais importante que os livros que se inundam de pó, é a aprendizagem e prazer que retiramos deles.
Olhei para as minhas estantes e percebi que estou preparada para abdicar daquilo que durante muito tempo considerei imprescídivel. Existem livros que sei que nunca mais irei ler ou pegar neles e que por isso fazia mais sentido doá-los a quem realmente quisesse.
É claro que existem algumas obras que faço questão de guardar, como livros que tenha gostado muito, alguns clássicos e livros que acarretam alguma carga emocional.
Tendo em conta estes pensamentos, e a necessidade de poder ler alguns livros sem gastar dinheiro, aderi há cerca de um mês a um novo sistema de troca de livros via Internet, o winkingbooks.
Basicamente o utilizador regista-se e insere livros que está disposto a trocar com outros utilizadores. Por cada livro carregado no sistema ganha-se 1 ponto. Depois podemos pedir um livro que nos interesse desde que tenhamos pontos para o efeito (por cada livro que se peça são debitados 10 pontos).

Já enviei 3 livros: "A loja dos suicídios", "Cem anos de solidão" e "E se fosse verdade..." e recebi este livro:


Andava há imenso tempo com curiosidade para ler este livro e conhecer o Possidónio Cachapa, mas achava o preço dos livros excessivamente caro, ainda para mais sendo um autor que desconhecia. Assim consegui obtê-lo de borla. :)

Eis uma excelente forma de poupar dinheiro e conseguir ler bons livros!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Gatos enfeitados

Lá em casa não existe árvore de Natal. Desde que vivo sozinha que me acomodei e nunca montei nenhuma, embora este ano até tenha alguma vontade (por se calhar ainda arranjo qualquer coisa, já meio fora de tempo).
De qualquer modo pus umas meia de Natal na lareira que a Zara já fez questão de investigar. Além disso todos os anos tenho os stresses habituais com o papel de embrulho e os gatos. Ontem, para não fugir à tradição, foi mais um desses dias. Era eu a tentar cortar papel e o Pépe a roubar-me a ráfia, enquanto a Zara andava de volta dos sacos.

Pessoal dos gatos, expliquem-me como é que fazem para coordenar tudo?!

E depois deste vídeo do Simon's Cat, acho que vou repensar muito bem a história da árvore de Natal...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Casa da Selva

Este ano as finanças não estão más, estão mais que más, pelo que decidi que este ano as prendas de Natal têm de ser muito mais contidas do que habitualmente.
Todos os anos digo isto e acabo por gastar imenso dinheiro, mas este ano tem mesmo que ser.
Decidi cortar a lista e oferecer apenas às pessoas mais chegadas e mesmo assim só lembranças e/ou prendas personalizadas.

Neste senda decidi oferecer a algumas pessoas uns frasquinhos que comprei bem baratos e encher com chá. Só o cheirinho é delicioso.... Não sou muito dada a trabalhos manuais mas vou tentar fazer uns embrulhos catitas e um cartãozinho personalizado. E assim consegui poupar bastante dinheiro.

Hoje à hora de almoço decidi ir comprar mais chá porque ainda me faltavam encher uns 2 ou 3 frascos e fui à "Casa da Selva", na Estrada de Benfica, em Lisboa. Esta loja faz parte do meu imaginário de infância uma vez que costumava passar por ela quando ia para a escola. Também ia lá com o meu pai, quando ele ia comprar café, pelo que os cheiros e cores ficaram gravados na minha memória.


imagem retirada do Mercado de Bem-Fica


Há muitos anos que não ia lá e regressar teve qualquer coisa de mágico... a montra apresenta logo uma variedade de chás, cafés, licores e bombons que nos fazem sonhar. Ao entrar o cheiro do café em grão, dos biscoitos e chocolates mistura-se com o do chá a granel e transporta-nos para outra dimensão.

Prateleiras forradas de caixas e produtos exóticos fazem as delicias dos sentidos. E para mim é quase um regresso ao passado, ao meu passado...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cansada... muito cansada

Hoje sinto-me cansada.
Cansada das pressões ocultas e omnipresentes que me impedem de avançar.
Não chego.
Não sirvo.
Não sou...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lagoa Azul - Quem nunca viu que atire a primeira pedra!

Tenho uma confissão a fazer (qual casa dos segredos, qual quê): nos últimos dias vi a Lagoa Azul.
É uma lamechice e está demodé, eu sei, mas quem nos seus tempos de infância nunca viu este filme que atire a primeira pedra. Ah pois é! Este filme foi um marco da minha geração. Ainda era petiz quando a minha mãe o levou lá para casa, gravado numa cassete VHS. Gostei de tal maneira do filme que o vi 8 vezes seguidas. Sim, isso mesmo, 8 vezes!
Já sabia as falas de cor e a fita começou a ficar gasta, mas isso não importava. Existia qualquer coisa de mágico ali. Talvez já fosse a minha veia eremita a dar de si, não sei, mas a verdade é que me sentia fascinada com aquela história.


Nos últimos dias, estando eu a fazer zapping, deparo-me com este filme, que reconheci imediatamente pela banda sonora. Comecei a vê-lo com algum pudor, mas a verdade é que dei por mim a vê-lo na íntegra e com enorme prazer.

Rever as imagens e cenas que fizeram parte do meu imaginário de infância incutiu-me de nostalgia.

E acabando isto ainda deu na TV o Tubarão, do Spielberg, mas esse já não vi!

Céu na Terra

Os últimos dias foram passados a descansar do rebuliço da cidade e em comunhão com a natureza.
Nunca tinha ido ao Gerês, apesar de ser um desejo antigo e como ainda tinha 2 dias de férias e algumas promoções de vouchers de pousadas, decidi aproveitar.
O tempo não ajudou em nada e a chuva pautou todo o cenário, sendo quase impossível passear ou conhecer o que quer que fosse. Mesmo assim ainda consegui visitar S. Bento da Porta Aberta com o seu santuário imponente, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e algumas terriolas circundantes. Mas o mais bonito foi mesmo a paisagem salpicada de vermelho, dourado, castanho e verde em perfeita harmonia.



A primeira noite foi passada na pousada da juventude de Vilarinho das Furnas. A pousada era bastante boa e a lareira acesa fez as minhas delícias. Vários percursos pedestres ali na zona incutiram-me a certeza de que iria voltar com um tempo mais ameno.

A segunda noite foi passada num local mágico, num hotel no Santuário da Peneda. Percorri montes e vales em estradas que serpenteavam a paisagem para ao longe ver o Santuário, quase isolado, onde uma cascata de água desaguava com fúria. Fiquei sem palavra, apenas uma sensação estranha de harmonia e pertença, de paz e equilibrio. As vibrações e ernergias estavam presentes em todo o lado...

As cascatas de água faziam parte do cenário conferindo uma imagem mágica, quase mística. Sentia-me num filme, onde eu era a personagem principal...

Para estes dois dias ia com um desejo enorme de fazer caminhadas, de conferir vida activa a essa personagem de sonhos e fantasias imaginadas outrora, mas com o temporal que esteve foi mesmo impossível.

Ficou o desejo de querer voltar, cada vez mais insistente e veemente.