quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sopa de Pedra

Ando actualmente a ler a "Sopa de Pedra 6". Tenho os restantes números que conheci, por acaso, na Feira do Livro de Lisboa, há uns bons anos atrás. Foi a partir dessa altura, e destes livros que comecei a ler Banda Desenhada.

Muito cómica, retrata fielmente o dia a dia de uma família composta essencialmente por mulheres.

Novas Paixões

Acabei de descobrir um blog delicioso sobre Sesimbra, com imagens actuais e antigas, que permitem revisitar a identidade e história da Vila.

E eu sinto que me estou a apaixonar por Sesimbra...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Magnusson Vs Barão Harkonnen

Ontem comentava com um amigo o jogo das estrelas no estádio da luz da passada segunda-feira.
Às tantas falámos no Magnusson que já é mais uma estrela (de)cadente e eu disse "está muito gordo, até parece disforme, nem se reconhece! Faz-me lembrar o barão Harkonnen, do Dune". Saiu-me assim, de forma espontânea e natural porque efectivamente foi o que me surgiu na cabeça, embora não abone nada a favor do antigo jogador do Benfica!



E como que um click que se fez na minha cabeça, revi esse barão e esse filme, o Dune, de 1984 com todo o cenário, aspecto mórbido e demente que só o David Lynch consegue recriar.
Tinha esse filme gravado numa cassete VHS que via e revia vezes sem conta, onde aquelas personagens estranhíssimas iam desfilando e tornando-se parte do meu imaginário também.
Para mim na altura o Sting era uma personagem do Dune e não O cantor que toda a gente conhece.
Mais tarde contactei com os jogos de computador, primeiro numa espécie de RPG e depois num jogo de estratégia puro.

Com esta conversa do Dune, agora fiquei com vontade de rever o filme e os jogos!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Lendas do futebol

E apesar de ser do Sporting, que delícia foi ontem ver lendas que fizeram parte do futebol português (e mundial) a jogarem.
De alguns (por exemplo o Néné) não me lembrava, mas outros fazem parte da minha memória, como o Chalana, o Mozer, o Valdo, o Paulo Madeira, o Veloso ou o Rui Águas. Todos eles já com barriga proeminente e de cabelo branco, denotando que o tempo fez mossa. Apesar disso foi engraçado ver o Chalana correr e reclamar com os adversários ou a dar instruções aos colegas de equipa, e ver o Shéu ainda se encontra em excelente forma.

E a cereja no topo do bolo foi ver o Magnussun, velho e a parecer uma pipa de vinho, tal era o tamanho da barriga. Caiu duas vezes sozinho, pois mal conseguia correr.
É caso para dizer que o futebol dele agora é outro e se faz mais na mesa de refeições...

Definitivamente não tenho jeito para culinária...

Adivinhem quem fez um bolo de bolacha que ficou todo derretido e mais parece uma papa de bolacha e uma sopa que ficou grossa?

domingo, 24 de janeiro de 2010

Million Dollar Lips

E em mais um fim de semana sem saber muito bem o que fazer dei uma vista de olhos na Agenda de acontecimentos do concelho de Sesimbra. Reparei num concerto duma banda de que nunca tinha ouvido falar e cuja entrada custava apenas 3€. Pensei "bem, por este preço isto não deve valer um caracol". Acabei por achar no myspace duas músicas da banda e com bastante desconfiança carreguei no botão de Play. Pensei para mim "eh lá, isto até nem é mau!". Um som meio rock e electrónico, bastante moderno e agradável fez-me ouvir as duas músicas disponíveis várias vezes.
Mesmo que o concerto não fosse grande coisa ou a banda não prestasse pelo menos ia conhecer, até porque os bilhetes eram muito baratos. Fui com a ideia de que iria pouca gente, afinal era uma banda local e pouco conhecida que iria tocar no Cine Teatro de Sesimbra, uma sala modesta e pequena.

Quando cheguei apenas se encontravam algumas pessoas a tomar café o que veio a confirmar a minha ideia pré-concebida. Na bilheteira um CD com preço também ele "especial" estava disponível para quem o quisesse adquirir.

Sentei-me a beber um café e comecei a observar o espectáculo que se formou à minha frente: de repente, e à medida que se aproximava a hora marcada para o início do espectáculo, começaram a chegar pessoas de todos os lados. Pessoas novas, famílias e pessoas mais velhas com idade de mães, avós, tias! Comecei a observar com mais atenção e percebi que muita gente se conhecia entre si, pois Sesimbra, apesar de turístico e de ser bastante conhecido, é relativamente pequeno. Comecei a sorrir. Tudo bem que a música passa gerações, preconceitos e é universal, mas várias pessoas mais velhas a ouvirem música electrónica?! Provavelmente aquelas pessoas eram as irmãs, tias, mães, avós, conhecidos dos elementos da banda e isso introduziu um aspecto bastante intimista e familiar. Foi *fofinho*!

Entrei no auditório e após sentar-me continuei a observar as pessoas que iam enchendo a pequena sala, e lá estavam as pessoas mais velhas, a ocuparem uma fila inteira, à minha frente, enquanto os outros se iam distribuindo pela sala.

O concerto começou enquanto num ecrán do palco era projectado um espectáculo visual de um artista plástico (também ele de Sesimbra), conhecido por "Balegas". Adorei o espectáculo visual com imagens que iam sendo produzidas na altura por um programa informático parecido com o Corel.
A entrada da banda foi fulgurante, com o tema de entrada bastante forte e que me cativou imediatamente.

E durante 1 hora e meia fui-me deixando levar por uma banda local, ainda a dar os primeiros passos mas já com alguns concertos de relevo.
A ideia que tinha de que o público conhecia de forma mais familiar a banda veio a confirmar-se, pelos "Ah granda Zé!" que se ouviram vindos do público a certa altura, ou quando o vocalista de dirigiu a uma senhora da primeira fila, também ela mais velha (parecia a minha Tia Laurinda!), e disse com um sorriso "Hello Sister!". Fiquei deliciada e comecei a sentir que aquele bairrismo e intimidade começavam a passar também para mim.

Já na parte final do espectáculo o vocalista, numa pequena interacção com o público, a certa altura diz "todos vocês sabem quem nós somos, ninguém está aqui por enganado... quer dizer, às vezes acontece! Vocês são quantos? Uns 200? Então vá, existe aqui no meio 1 pessoa por engano", enquanto sorria. Mal sabia ele que tinha acertado! Era eu essa pessoa, que meio por engano que estava ali, sem qualquer ligação emocional à banda e que nem sabia bem como se chamavam.
Ainda houve tempo para na penúltima música o vocalista pedir às pessoas para o acompanharem levantando os braços e dançando e foi uma delícia ver as tais pessoas mais velhas com os bracinhos no ar, a dançarem música Rock/Electrónica, enquanto a tal Sister do vocalista (a dupla da minha Tia Laurinda!) estava cheia de energia e dançava sem parar, mostrando ao pessoal mais novo (eu incluída) como se dançava!

Saí muito satisfeita, comprei o CD antigo (o tal do preço *especial*) e estou fã de uma banda que ainda pode ter voos mais altos.

A banda, os Million Dollar Lips, apresentou temas do seu primeiro álbum, o "Lust", e também algumas músicas novas.

O vídeo é de uma música do Lust, denominada de "Single Round".


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Teenager again

Agora cada vez que como azeitonas ou chocolate, no dia seguinte tenho a cara numa desgraça, cheia de borbulhas!
Sinto-me uma adolescente outra vez, e só nas partes piores...
Não gosto disto!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como é que os putos conseguem jogar isto?

Nos últimos dias consegui que me emprestassem uma PSP com um jogo que eu própria tinha escolhido: o Obscure. Tinha visto uma qualquer referência num site sendo que a única coisa que me tinha saltado à vista era o facto de ser um RPG, pensando que seria mais jogável e obviamente porque gosto deste tipo de jogos. Mas não sabia nada da história, pelo que o que encontrei foi uma surpresa.

Além da história que se vai desenvolvendo podemos ir saltando de personagem em personagem, consoante as tarefas que tenhamos para fazer. Existem jogos lógicos, pistas, desafios, etc., mas o que mais se destaca são os cenários macabros e escuros, os monstros para matar que aparecem do nada e nos despedaçam, e a música a acompanhar todo este festival.

Eu, que apesar de gostar destes cenários de terror me assusto com facilidade, ao jogar isto ando sempre numa ansiedade desgraçada! Salto no sofá com a PSP na mão e se me fizerem "bu" por trás nessa altura quase tenho um ataque cardíaco. E isto acontece com quase todos os jogos deste género! Já sentia o mesmo no Wolfstein para a PS2 que é um simples jogo de tiros, mas que me deixa sempre tensa, bem como o oblivion, no PC. Por

Eu sei que é vergonho, mas vou fazer o quê?
O que eu sei é que antes de me deitar tenho de investir mais no Buzz do que nestes jogos, senão acabo por ter pesadelos!

Big Brother


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Estrada

Na primeira vez que fiz o caminho de Santiago encontrei uma rapariga irlandesa que caminhou ao meu lado até conseguirmos chegar ao nosso destino. As palavras trocadas em inglês, por km e km de caminhos calcorreados, associados a uma pessoa muito sensível, calma e com uma visão do mundo semelhante à minha, fizeram com que se tivesse tornado numa pessoa marcante para mim.
Nunca mais a vi e acabámos por perder contacto. O nosso caminho comum era apenas aquele, não se prolongado posteriormente.
Mesmo assim, e com vontade de voltar a falar com ela, ainda a cheguei a procurar pelos meandros da Internet onde normalmente encontramos o que queremos encontrar. Tentei procurá-la pelo último nome, McCarthy, e fiquei com a ideia que os McCarthy em inglês devem corresponder aos nossos Silva em Português ou algo do género, pela quantidade de pessoas que me apareciam com o mesmo apelido. Mas existia sempre um que sobressaía, o de Cormac MacCarthy que acabei por perceber tratar-se de um escritor. Nunca tinha ouvido falar de tal personagem e pensei que devia ser algum fulano irlandês que escrevia romances lamechas. Nunca dei muita importância ao facto.
O caso começou a mudar de figura quando posteriormente comecei a encontrar algumas obras desse escritor nas livrarias. Procurava outros livros mas, pela afinidade emocional que o apelido me trazia, acabava por sobressair em relação aos restantes. Numa dessas alturas peguei num dos livros e li o resumo, de "A Estrada". E ao lê-lo fiquei surpreendida porque achei que não deveria ser nada daquilo que tinha imaginado e que eventualmente deveria ser bastante interessante. Desde esse momento que fiquei com vontade de o ler, mas as finanças reduzidas não o têm permitido.
Mais recentemente li uma notícia onde o Stephen King nomeou o filme "A estrada", adaptado do livro do MacCarthy, como um dos filmes marcantes de 2009. Pensei "Eh lá! Se o Sthepen King faz menção a isto, deve ser uma boa onda!" o que ainda realçou ainda mais a vontade de ler o livro.


Essa vontade consolidou-se hoje quando uma colega de trabalho chegou ao gabinete e disse que tinha visto o filme e entre conversas acabou por me falar do livro (que conhecia muito antes de ver o filme) e de alguns detalhes que o mesmo continha.

Portanto agora é oficial! Quero ler este livro!

Agradece-se a quem o quiser oferecer aqui à menina!

Sesimbra 1 - 0 Amora

Foi ontem! Depois de uma bela massada de tamboril num restaurante típico finalmente fui ver um jogo do Sesimbra, no estádio Vila Amália. Nunca tinha visto um jogo da distrital, portanto não fazia a mínima ideia ao que ia.
Quando entrei deparou-se-me um estádio velhinho, com apenas uma bancada em pedra, já gasta pelo tempo e pelos jogos assistidos. Algumas pessoas já se encontravam sentadas, sobretudo pessoas de meia idade, mas também algumas mais novas que aparentavam ser desportistas do clube pelos fatos de treino que envergavam ou pelas conversas paralelas que ia apanhando. Algumas mulheres pintalgavam a bancada outrora rosa e que deviam ser, sobretudo, familiares dos jogadores.
Fiquei muito com essa ideia, que este futebol é sobretudo local, com as famílias a assistir, onde toda a gente se conhece. E estava sempre à espera que aparecesse uma equipa de reportagem da "Liga dos últimos".
Algumas pessoas possuíam rádio onde ouviam o relato das equipas adversárias, neste caso o Olímpico de Montijo que se encontrava em igualdade pontual com o Sesimbra.
O relvado encontrava-se em condições razoáveis, apesar de não existirem apanha bolas e cada vez que a bola saía do terreno de jogo eram os próprios jogadores que a iam buscar.
O jogo em si era bastante fraco, com as equipas (o Sesimbra e o Amora) a jogarem de forma atabalhoada, com a bola pelo ar muitas vezes ou com passes longos e sem nexo nenhum.
Mas o mais giro mesmo foi a vibração que vinha das bancadas. Uma das mulheres, sentada algumas filas acima da minha, conhecia todos os jogadores pelo nome ou alcunhas e passou todo o jogo a incentivá-los ou, no extremo oposto, a reclamar com o árbitro e a insultar os adversários. E só ela fazia a festa toda das bancadas!
O que se ouvia da bancada em relação a um dos adversário:
- Vai para a discoteca!
- Discoteca não, vai para o asilo!

Já o arbitro e fiscal de linha devem ter apreendido todo um novo vocabulário de calão, além de terem sido apelidados de azeitonas, não percebi porquê...
Imparcialidade sobre os lances mais polémicos obviamente não existia, uma vez que segundo os adeptos o Sesimbra era sempre prejudicado.
O intervalo pautou-se por uma música arranhada que provinha de uns altifalantes antigos enquanto a maior parte das pessoas ou falava dos cromos que ainda faltavam na caderneta ou se dirigia a uma barraquinha para comprar bebidas, amendoins ou entremeadas grelhadas na altura num fogareiro na parte superior do estádio e que enchia o recinto com o seu cheiro característico. Como disse um membro do público "o melhor dos jogos de futebol é a Super Bock e a entremeada!". E a verdade todo aquele frenesim me fez lembrar os jogos de futebol que ia ver com o meu pai, na altura em que as bancadas ainda eram de pedra gasta e o meu pai me comprava sempre um Sumol de Ananás e umas sandes de queijo ou um pacote de batatas fritas.

No final o Sesimbra ganhou por 1-0, no jogo provavelmente mais entediante que vi na minha vida. Mas a experiência em si foi fantástica, e tornou-se especial exactamente pela simplicidade e bairrismo que acarretava. E fez-me ainda mais sentir que já pertenço aquele lugar, aquelas pessoas e que a entrega só agora começou...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Cenas desinteressantes

E ontem houve mais uma *mini-mini-jogatana* de Football Manager 2009, onde o meu Pinhalnovense conseguiu uma série de 11 jogos consecutivos a ganhar e sair do fundo da tabela para o primeiro lugar.

E ainda fui nomeada a treinadora do mês e quando os meus jogadores refilam por não jogarem digo "quem manda aqui sou eu!"
Mai nada!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Rigor jornalístico

E enquanto às 13:15 na RTP1 o telejornal estava centrado na tragédia do Haiti, na TVI a notícia de relevo era a de uma professora que tinha escorregado no recinto escolar devido à chuva...........

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

D. Quixote de la Mancha

Quando andava no meu 10º ano lemos nas aulas de português alguns excertos do D. Quixote de la Mancha e fiquei de tal forma deslumbrada que desde essa altura fiquei com uma ânsia enorme de ler a obra completa, o que só veio a acontecer agora. Nem sempre a leitura é fácil perdendo-se em historietas, canções ou detalhes dispensáveis e que tornam a leitura mais pesada (e repartida por dois volumes), apesar de no geral estar a ser fantástica, sobretudo pela sua vertente cómica e descontraída.
Além disso, convinhamos que apesar de ser um clássico da literatura e, por isso, intemporal, não é propriamente um livro que esteja actualmente nos TOPs de vendas das livrarias, agora dominados pelas obras mais modernas de José Rodrigues dos Santos ou Dan Brown.
Talvez por isso fiquei deveras surpreendida quando estava no comboio e após ter arrumado o meu segundo volume do D. Quixote para me dirigir para a porta de saída, vejo uma rapariga a ler precisamente a mesma obra!

Coincidências?

Vamos lá Sesimbra!

E o Sesimbra empatou no Domingo 3-3 com o Vasco da Gama de Sines.

Continua em primeiro lugar na Distrital, mas agora juntamente com o Olímpico do Montijo.

O próximo jogo será já no domingo frente ao Amora.



Informações e foto retirada daqui!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Portugal termina em nono lugar o Mundial de matraquilhos

Numa modalidadeonde participámos pela primeira vez e com pouquíssimos apoios fizemos um brilharete. Ainda por cima as mesas utilizadas no mundial não eram iguais às que por cá existem, pelo que os jogadores portugueses apenas treinaram nas mesas oficiais uns meses antes, enquanto as outras selecções as usam há anos.
Portugal foi referenciado pela Federação Internacional como um exemplo a nível de FairPlay e ao nível do desempenho de jogo a comitiva portuguesa foi saudada por todas as outras selecções.
Temos excelentes atletas noutras modalidades que não o futebol onde simplesmente não investimos nem valorizamos...

Concertos de ópera, pupus e epifânias

Ontem de manhã tive uma mini-surpresa desagradável logo após o pequeno almoço. O Pépe foi ao seu wc privativo e reparei que algo não estava bem uma vez que o presente que ele me ofereceu continha um pouco de sangue. Foi mini surpresa porque antes da passagem de ano ele já tinha andado assim mas depois passou, tendo no entanto feito com que eu ficasse mais alerta para a situação.

Como tal, e tendo em conta que esta situação não é de todo normal, decidi ao fim do dia ir ao veterinário com ele nem que fosse para eu própria ficar mais descansada. Saí do trabalho cedo, fui a casa a correr e contei com a ajuda do meu pai que me deu boleia. Fui buscar a transportadora à arrecadação e enquanto a montava tanto o Pépe como a Zara estavam fascinados com ela, pois era novidade, já não a viam há algum tempo. Talvez por isso - e a memória de gato deve ser curta - o Pépe entrou todo contente lá dentro enquanto a Zara o cheirava cá de fora. Só passado uns segundos é que ele percebeu que não gostava nada de estar fechado e lá começou o seu concerto habitual de ópera enquanto a Zara aproveitava e ficava com a casa por sua conta.
O raio do gato foi o caminho todo a miar, parecia que o estavam a esfolar e era um desgraçado. Ainda por cima, como não tinha marcado consulta tivemos de esperar mais de 1:30h., mas apesar disso lá sossegou e a ópera ficou apenas pela introdução.

Ainda houve tempo para o meu pai cair mesmo à porta do veterinário e foi um voo digno de super homem. Nem eu me teria saído melhor nos meus episódios tristes. Para quem assistia deve ter sido magnífico: uma gaja toda encolhida por causa da chuva, com um gato a miar desalmadamente à porta enquanto atrás dela aparece uma pessoa a voar e estatelar-se no chão. Enfim...

Resumindo a história, além do joelho e dedo esfolado do meu pai, a doença do Pépe pode dever-se a vários factores, estando no entanto o médico mais inclinado para alguma coisa que ele tenha ingerido e que lhe esteja a provocar este tipo de reacção- sim, porque o Pépe nem rói sacos, nem transformadores de telemóvel (já me roeu uns 3 ou 4), fita cola, cartão, linhas nem toda a porcaria que apanha. Não não! - podendo também dever-se a algum parasita interno ou outro tipo de doença. Veio para casa com desparasitante, umas saquetas para o estômago (uma vez que também teve alguns vómitos) e agora é esperar para ver se melhora ou não. Em caso negativo ter-se-á de apostar no antibiótico e se mesmo assim a situação persistir terá de fazer exames complementares para ver se tem alguma coisa no intestino.

Apesar de mais calma, continuo preocupada e com a expectativa de saber se efectivamente ele melhora ou não. A conta que tive de pagar também não foi agradável mas agora é o que me preocupa menos, quero mesmo é que ele fique bem. Quando cheguei a casa ainda lhe dei a medicação mas ele portou-se bem e tomou tudo com o verdadeiro gatão que é. Nem reclamou e deixou-me fazer o que quis.

Hoje no entanto já foi uma conversa diferente. Atrasada para o trabalho, encher a seringa com o líquido receitado foi uma tarefa mais complicada, especialmente porque o Pépe já sabia ao que ia e não estava a gostar muito da conversa. Era ele a espernear, eu com a seringa. Eram os bigodes dele com o remédio e às tantas aquilo esguichou tudo e já era eu também com remédio em cima de mim e espalhado no chão. Foi fantástico...
Além disso ultimamente tenho-me apercebido da idade dos meus meninos. Como vieram adultos para minha casa, parei no tempo e para mim o Pépe terá sempre 2 anos e a Zara 4. Mas a verdade é que o tempo passa e eles já estão à volta dos 7 anos, ou seja, estão a começar a entrar na fase de idoso. Isso assusta-me, não consigo imaginar-me sem eles, sem as nossas rotinas.
Há uns anos passei uma fase muito complicada, andava constantemente deprimida e achava que a vida não fazia sentido. Ainda me recordo de quando chorava virem os dois terem comigo e ficarem ali, como que a guardar-me... a Zara chegava mesmo a ir para o meu colo ronronar enquanto olhava para mim. E essa situação marcou-me e percebi que por mais sozinha que me sentisse não estava verdadeiramente sozinha. Esse episódio ditou uma mudança. Considero ainda hoje que eles os 2 me salvaram e talvez por isso tenha uma relação tão especial com eles.

Tenho tentado aproveitar mais o tempo que passo com eles, quase como que pedindo que o tempo retroceda para que eu possa aproveitar o que eles têm para me oferecer, por tempo infinito...

Volta frio polar, estás perdoado!

Acabei de chegar ao trabalho completamente encharcada. As meias e as calças dão para torcer, o cabelo está desalinhado e o ânimo em baixo. E tinha chapéu, que se ia partindo todo com as rajadas de vento.
As estradas perto da estação estavam inundadas e atravessá-las incluia meter o pezinho na água. Foi deveras agradável...

Eh pá, venha o frio polar que tenho lareira para me aquecer!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Come on baby light my fire!

Recordo-me quando era mais nova de ir à Terra e vibrar cada vez que o meu avô acendia a lareira e nos sentavamos em família enquanto falávamos ou contávamos piadas. Gostava de ver o lume crepitar e hipnotizar-me, o som da lenha a arder enquanto estavamos ali todos juntos. Era aconchegante e quase um ritual que com o passar do tempo se foi perdendo.

A casa onde estou actualmente tem lareira. Não é grande novidade uma vez que hoje em dia grande parte das casas novas já tem, ou pelo menos um sistema de aquecimento alternativo. E não é propriamente a grande quantidade de calor que dali emana - basicamente a lareira, se não tiver recuperador de calor nem sistema de dispersão pela casa aquece aquela divisão e pouco mais - que me fascina mas precisamente ver o lume a arder, tal como quando era pequena em casa dos meus avós.
As primeiras vezes que a acendi a coisa não correu bem, ficava tudo cheio de fumo ou o lume apagava-se. Achei que realmente não tinha jeito nenhum para aquilo. Mas com o passar do tempo tenho vindo a apanhar-lhe o jeito.
E este último fim-de-semana, com o frio que se fez sentir, foi passado à beira da lareira. É tão bom numa noite fria nos aquecermos assim, enquanto se bebe qualquer coisa e se ouve uma música ligeira ou apenas os paus a crepitarem. Existe qualquer coisa de ancestral nisso, como se despertasse uma essência mais profunda.

E o Pépe e a Zara também gostam!

Recantos de Alma

No sábado à tarde decidi dar uma oportunidade a mim própria de conhecer um pouco melhor os locais que me rodeiam, uma vez que já mudei de casa há algum tempo e conheço muito pouco do ambiente circundante. Por isso, e uma vez que no sábado o tempo ajudou, peguei em mim e fui até Sesimbra.
A praia estava lindissima, com raios de luz dourada a tentarem romper as nuvens cinzento-azuladas que cobriam o mar cheio de vida, que se enrolava na areia e deixava entrever um colorido avermelhado e branco de conchas e pequenas pedras. Deixei a brisa e o cheiro a maresia invadirem-me e os meus pés enterrarem-se na areia enquanto via a espuma das ondas bem perto de mim.
Quando saciei os sentidos decidi enveredar pelas ruas mais estreitas e escondidas de Sesimbra e descobri aquilo que me pareceu uma "Alfama piscatória". As ruas estreitas ladeadas de escadinhas com corrimões continham pequenas portas que espreitavam quem passava. A roupa estendida nas janelas ou na rua trazia um ambiente familiar e íntimo, tal como as pequenas tascas e restaurantes onde as especialidades eram o peixe e o marisco. Um cenário de paredes brancas, onde por vezes se ouvia música que provinha das casas ou sorrisos e palavras cruzadas de quem se encontrava na rua.
Através de uma porta castanha um rádio antigo expunha as suas emoções mais profundas numa qualquer música antiga, daquelas que já não se ouvem mas fazem parte do nosso património interior. Espreitei. Um homem de idade avançada encontrava-se sentado de forma imponente numa poltrona castanha, como um rei no seu trono. O ambiente alaranjado e escuro que provinha do interior revelou uma segunda pessoa que se movimentava à volta da poltrona: um homem de cabelos brancos manuseava com mestria diversos utensílios enquanto a música continuava a rodar, rodar... O barbeiro e o cliente olharam para mim quando passei.
O fim de tarde aproximava-se, trazendo uma luz ocre que foi encerrando as colinas do sol. Entre numa pastelaria e as pequenas chaleiras fumegantes que estavam presentes na maior parte das mesas aqueciam o ambiente e a alma.
Já de regresso a casa ainda houve tempo para entrar numa papelaria e comprar a Caderneta de Cromos do Grupo Desportivo do Sesimbra. Já não colava cromos desde pequena e achei piada à ideia.


Cheguei a casa e senti-me uma menina a virar páginas onde pequenas figuras autocolantes iam ocupando espaços vazios. Obviamente não conheço ninguém, mas é uma forma de me sentir mais ligada e presente na vida local.

O difícil agora vai ser passar por Sesimbra com regularidade para comprar mais cromos, até porque já tenho vários repetidos. Será que dá para trocar?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Cat Cleaning!

Este podia ser o Pépe pela aparência, mas definitivamente não é o Pépe!
Acho divinal o ar ridículo do gato em cima do aspirador à medida que mete o Pitbull em sentido!

Séries de Tv e rituais enfadonhos

Sinceramente já não tenho pachorra para de séries policiais como os CSI e afins e nunca apreciei especialmente as de médicos, enfermeiros e coisas que tais.
Apesar de nos últimos anos se ter assistido por cá a um boom de séries, parece que grande parte delas têm a mesma base enfadonha, não acrescentando nada de novo.
Habitualmente durante o jantar costumo ver o "All in the Family", série antiga que passa na RTP Memória e que é, quanto a mim, uma das mais inteligentes e cómicas de sempre. Já a vi várias vezes e não me farto de a repetir. E é engraçado verificar não só a abordagem de diversos temas estruturantes (como o racismo, xenofobia, machismo, etc.), mas sobretudo a evolução que foi sendo feita desde essa altura.

No fim de semana passado, ao fazer zapping, encontrei os "Ficheiros Secretos", num qualquer canal de cabo e acabei por ficar vidrada. Tive de acabar de ver o episódio. E apesar de já terem passado uns anos, de a roupa e penteado do Mulder e da Scully estarem desactualizados, a verdade é que fiquei com vontade de ver novamente a série. Eu era uma fã incondicional que todas as sextas-feiras me sentava em frente à televisão enquanto os amigos iam sair à noite. Tudo bem que era uma tótó que gostava mais de ficar por casa, mas realmente adorava aquilo.

Ontem comecei a ver a série "Dexter" que há uns tempos atrás passava na RTP2. Já tinha visto uns 2 ou 3 episódios, de temporaradas diferentes, e apesar de achar alguma piada não conseguia perceber a história nem alguns detalhes que se constituíam como importantes.
Ontem comecei pelo episódio 1, da temporada 1 e obviamente isso fez toda a diferença! A história está bem construída, é interessante, criativa e mórbida (exactamente como gosto).


E com as chuvadas e os frios polares que se têm feito sentir, lá há coisa melhor que estar em frente à televisão, quentinha, com os gatinhos?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

You're nothing but a dreamer

Ontem, quando falava no café com um amigo sobre a minha forma de ver e viver o amor, ele cantarolou baixinho "Dreamer...."

Seria a isto que se referia?
Eu acho que ele procurava uma qualquer melodia mais chique, mais sóbria e nostálgica, mas foi a isto que me soou.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Labirintos

Se soubesses o quanto és especial, o quanto mudaste a minha vida, me mudaste a mim...
Não te consigo explicar, apenas sentir. E mesmo que o conseguisse fazer, o que importa isso?
Há sentimentos mais profundos que o mar e que a angústia do abandono.
Numa encruzilhada qual a direcção a tomar?
O que verdadeiramente importa no jogo das emoções?

A que horas é a primeira camioneta para a Figueira?

"Uma aposta de um cêntimo, numa "slot machine" do Casino da Figueira da Foz, rendeu quase 200 mil euros a uma ribatejana, nas primeiras horas de 2010.
(...)
Pouco depois de terem soado as doze badaladas, a marcar o início do novo ano, uma mulher, de meia idade, que prefere manter-se anónima, foi brindada com uma quantia superior a 198 mil euros(...)"
in Jornal de Notícias

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Dancing in the train station


Adivinhem quem andou a fazer sapateado artístico na estação de comboios porque o chão estava molhado?!

Nuvem Mágica

Agarra as nuvens brancas e fofas, salta no horizonte, fazendo do sol o teu ponto de apoio. Ri, chora de alegria e escorrega pelo arco-íris enquanto um bando de pássaros esvoaça à tua volta, saúdando-te por estares viva.

Nós e laços

2010 começou mais cedo devido a erros informáticos que fizeram supor ao grupo presente que já tinha iniciado um novo ano quando ainda se estava a efectuar a contagem decrescente na televisão. Nada de mais, apenas detalhes ou a ansiedade de mudança, de concretizar sonhos e realizar objectivos o quanto antes.

Na prática as rotinas são iguais, os problemas e coisas boas também. Mas tenho esperança que este ano me consiga superar a mim mesma. E talvez este seja o meu maior desafio. Gosto tanto da segurança e estabilidade que arriscar o que quer que seja não é comigo. Faço-me assim, de rotinas e laços que perduram no tempo, de hábitos e vícios antigos.

Vamos ver se consigo, aos poucos, ir soltando o nó do meu laço de cetim...