terça-feira, 7 de outubro de 2008

Shopping

Quando começa a faltar papel higiénico e leite lá em casa sei que é altura de ir às compras. Mesmo que não falte mais nada, faltando isso é como se uma sirene vermelha acendesse na minha cabeça, não parando de guinchar até me resignar e ter de conduzir o carrinho pelos corredores atulados de gente e produtos que ninguém consome. Por isso ontem lá fui, no ritual de comprar porcarias que não servem para nada a não ser gastar dinheiro.
Colei o post-it com a lista manhosa no carrinho de compras (esta aprendi há pouco tempo) e parecia que estava na recta do picanço, na ponte Vasco da Gama, a ultrapassar os outros. Até chegar aos bolos, claro.... essa foi a primeira paragem, mas muitas mais se seguiram: para constatar que o jogo de tabuleiro "Risco" continua caro como o caraças, que os lençóis disponíveis eram todos horrorosos, que não existiam panos da loiça que não tivessem cãezinhos e bonecadas infantis, que a Coca-Cola só existe em garrafas de 1lt ou 2lt (as garrafas de 1.5lt desapareceram) ou quando um casal de velhotes me roubou o carrinho.
Mais um dilema existencial entre os pensos higiénicos e tampões e depois novamente nas bolachas que acabei por não comprar, e nos gelados.
As minhas compras decorrem sempre assim, na tentativa frustrada de comprar coisas interessantes (seja lá o que isso for), de chegar à caixa e pagar um balúrdio, para depois chegar a casa e perceber que me esqueci de comprar algumas coisas ou que comprei outras que não precisava.
Ainda tive tempo de quase andar à pancada quando tentava estacionar o carro lá na rua porque me queriam roubar o lugar. E é uma questão de sobrevivência! Vivo no 2º andar, e carregar sacos e sacos de compras pelas escadas acima, enquanto o carro está mal estacionado (e a impedir o trânsito todo) não é nada agradável. Por isso quando se arranjar uma nesga de espaço, perto da porta para estacionar, pelo menos faço de estivadora com mais calma.
Depois de carregar tudo para cima, tenho de passar pelo processo de tirar os gatos de dentro dos sacos onde se enfiaram para cuscarem o que lá está enquanto tentam comer os bolos e o fiambre. Enquanto arrumava coisas no frigorífico, já estava o Pépe a roer o plástico da massa quebrada para a quiche!

E isto tudo para me esquecer dos fósforos, do gel e dos limões...

2 comentários:

Mosca disse...

Então e não te esqueceste do leite e do papel higiénico?
É que eu muitas vezes compro mesmo tudo menos o que me levou lá...

Goncalo disse...

Filas, magotes de gente, coisas irresistíveis e outras dispensáveis que se atravessam no caminho, subir escadas com sacos na mão. Conheço o problema e dou uma dica importante: jumbo (ou continente) online!