quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sombras

Fecho os olhos e as sombras negras invadem-me os sonhos. Imagens difusas e desfocadas, risos maquiavélicos que ecoam infinitamente no espaço vazio, frio, desprovido de sentido. Abro os olhos, tento pensar em situações alegres, mas as mesmas imagens, as mesmas gargalhadas demoníacas, os mesmos espaços povoam o meu espírito e infiltram-se na minha alma, envenenando-a.
Rostos, muitos rostos rudes, aproximam-se de mim. Os corpos pesados e intimidadores aproximam-se, com gestos ameaçadores, dizendo-me como que "és nossa! Não tens salvação!"

Tento gritar mas o som não sai.
Tento fugir, mas não tenho escapatória.

Eles aproximam-se. O mesmo som, as mesmas gargalhadas sempre persistentes cada vez mais próximas.
Até me sufocarem.
Até enloquecer ou deixar de existir.

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