Um colega aqui do trabalho, que frequentou o mesmo curso que eu, pediu para assinar a tradicional fitinha para a benção das fitas. Não fazia ideia do que escrever, mas depois surgiu isto:
"Chegaste ao fim de mais uma etapa de vida pautada por muitas horas de estudo e trabalho, por dúvidas e inseguranças, alegrias e certezas, descobertas e novos pontos de partida.
Tenho a certeza que te perdeste nos corredores labirínticos da faculdade, alguns deles nunca conseguiste perceber sequer para que existiam, ou que te enamoraste pela comida do bar que continua a provocar problemas gastrointestinais a quem acalenta a esperança de que naquele dia o comer será diferente, será comestível. E essas experiências certamente marcaram-te profundamente e tornaram-te uma pessoa mais experiente. Mas foi no decurso das aulas que aprendeste muito do que hoje sabes. Só quem passou pela experiência que nós passámos consegue compreender o que significa fazer um esforço hercúleo para se manter acordado nas aulas do PR. ou tentar decifrar os acetatos do P. onde caem letras todos os anos, de tão velhos que são. Não, ninguém a não ser nós, consegue compreender que por mais acordos ortográficos que existam a professora HM. irá continuar a escrever “Suíssa” em vez de “Suíça”, que a professora A. parou no anos 50 e por isso continua a vestir-se com a roupa que tinha na altura, ou que a professora N. irá continuar a utilizar expressões como “ putos” e “malta”.
Só nós sabemos o que é ler textos indecifráveis de autores esquisitos que dizem sempre o mesmo, sobre assuntos que nem eles próprios conhecem, ou que quando dizemos que curso tirámos nos digam “Ah! É professor(a)!! Porque não disse logo?!”
Mas como dizia Paulo Freire: «A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.»
Portanto acredito que o caminho que percorreste te tornou uma pessoa diferente e nesse processo cresceste.
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