segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Apelo

Há situações que nos tocam incondicionalmente, que nos despertam e para as quais já não conseguimos virar as costas. Este é um desses casos... Não tenho muita experiência em situações de salvamento de animais (apesar de já ter ajudado uns) e com o tempo cada vez vou tendo menos competência para os cães, para os conhecer e lidar com eles.

Cada vez que o cão aqui da rua me vê espeta as orelhas, abana a cauda e vem todo contente ter comigo. Por vezes desafia-me para brincar e vai a correr à minha frente. O mais natural seria dar-lhe um nome, uma forma de o humanizar, mas a verdade é que não consigo. Tenho receio de me apegar demasiado a ele e a uma situação que tendencialmente se começa a mostrar difícil.

Já passou algum tempo desde que divulguei esta situação e nem uma resposta.
Ninguém quer um cão.
Ninguém pode ter um cão.
E depois existem os que não se interessam, claro.


Aliás, a desumanidade é uma coisa que cada vez me choca mais e percebe-se na relação que nós, pessoas, temos com os animais.
Aqui na rua toda a gente vê o cão mas ninguém lhe dá comer ou um bocado de água chegando mesmo ao ponto de destruirem e desaparecerem com os panelinhos onde lhe ponho comida.
Nem sempre tenho oportunidade de o alimentar todos os dias, o que faz com que quando lá chegue constate com desânimo que a água está suja e no fundo e o comer é inexistente.


Parte-me o coração quando me venho embora e o deixo ali, à sua sorte, ou quando ele me segue com um olhar triste como que pedindo que o levem para casa.
O meu coração fica pequenino de o deixar ali e não consigo deixar de me sentir impotente, fraca, desumana...

Daqui a pouco tempo o frio irá chegar. A chuva e o vento virão fazer companhia ao frio. Começo a ter cada vez menos ilusões e menos soluções.
Sei que colocar isto aqui não irá adiantar de muito, mas antes pouco que nada...

3 comentários:

Anónimo disse...

Já experimentaste perguntar numa oficina?
É uma boa solução porque as pessoas ficam com a loja guardada durante a noite e o cão fica com alguma liberdade durante o dia. É que esses cães que andam muito tempo na rua, muitas vezes têm dificuldade em ficar em casa e fogem... A minha mãe já conseguiu esta solução para uns quantos cães.

Anónimo disse...

Ah! E ele é lindo. Tem os olhos da minha Paloma, tristes e sábios :)

Ka disse...

Não me parece que seja grande cão de guarda. Ele adora pessoas e até crianças, acho que se ia dar bem numa casa...

Mas sim, será sempre uma hipótese, apesar de não conhecer oficinas.

Conheces alguém interessado?