Hoje é um daqueles dias para esquecer.
Acordei com uma sensação esquisita que se tem vindo a prolongar à medida que as horas passam. Um *não-sei-quê* de desconforto e perturbação sem que consiga explicar muito bem o motivo. A psicóloga certamente me diria para analisar o que sinto, descobrir os motivos e tentar dar a volta por cima, mas sinceramente nem sei se apetece.
Comecei o dia a olhar para a janela e ver o tempo indeciso, depois de ter passado a noite cheia de calor e a levantar-me para apanhar a Zara a vomitar no tapete que tinha sido lavado há pouco tempo. Devia ser este o indicador de que hoje as coisas iam ser esquisitas...
Saio de casa e vejo um cão que costuma deambular aqui pela rua abandonado. Vê-lo perturba-me porque me lembra a minha impotência para o ajudar. Desde a situação menos agradável da Pandora na União Zoófila e dos gatos que tentei ajudar e acabaram mortos que tento me distanciar destas situações. O pior é que fico sempre com sentimentos horríveis: não ajudar faz-me sentir mal, mas ajudar coloca-me sempre em problemas e por vezes origina situações ainda piores para os animais que tento auxiliar.
Balanço por entre estes dois estados de espírito, coisa que pelos vistos quem me rodeia também não compreende muito bem...
Por isso quando me cruzo com o cão, que tem o ar mais infeliz do mundo, nunca sei muito bem o que fazer. Ter-me cruzado com ele hoje e constatar que estava a coxear, provavelmente de alguma pancada que levou, ainda me fez sentir pior e pensar que realmente tudo no mundo corre mal.
Depois tenho notícias emocionais que me perturbam, sem saber porquê. Afinal são situações normalissimas de pessoas que já não fazem parte da minha vida. Porque raio me perturbam afinal?
Esta mescla de sentimentos cheira-me que não vai correr nada bem até ao fim do dia. E ainda é de manhã!
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