Desde os meus 30 anos que me sinto diferente e não me refiro às rugas que me vão aparecendo. O ano passado senti o peso de mudar de década, parece existir uma certa pressão social, afinal aos 30 anos devemos estar casadas, com a vida arrumada e com filhos a chegar.
E constantemente me perguntavam (e ainda perguntam) pelos filhos. Se quero. Se não quero. Que está na idade. Que já não tenho muito tempo.
Já não tenho muito tempo... quando me dizem isto sinto-me um iogurte com o prazo de validade a expirar!
A verdade é que por mais idílico, "socialmente desejável" ou institivo que seja, não me sinto preparada para isso e se calhar nunca estarei. Talvez passe o tal prazo de validade, talvez não. O que sei é que existe um tempo certo para tudo.
E depois de ter passado essa fase mais depressiva de ter feito 30 anos, a verdade é que ao longo do último ano senti mudanças profundas. Os objectivos materiais (e não só) que tinha traçado quando era mais nova já foram alcançados e esta nova etapa remete-me mais para um desenvolvimento interior, um crescimento espiritual. E, sobretudo, por uma maior aceitação do que sou, como sou. Olhar para o espelho e gostar do que vejo tem sido uma surpresa agradável e quase incosciente. Durante muito tempo isso foi completamente impensável.
Apreciar e valorizar mais quem me está próximo e me tem acompanhado ao longo dos anos é outro objectivo que quero cumprir. Nunca foi fácil partilhar-me mas agora parece ser uma necessidade. Sinto uma maior vontade de entrega, partilha, crescimento conjunto.
Dramas e auto-estimas baixas têm dado lugar, aos poucos, a uma gaja trintona mas mais confiante e segura de si, mais cuidada e mais gira também! Fazendo um balanço, nos últimos anos consegui superar muitos medos e inibições de forma natural, quase espontânea e que me têm feito crescer como pessoa e como mulher.
É claro que o caminho só agora começou. Estranho só aos 31 anos estar a viver um conjunto de coisas que deveria ter começado a viver bem mais cedo, mas talvez não estivesse preparada para isso.
Talvez tivesse de ser assim.
Talvez amanhã tudo mude. Não para melhor ou pior porque isso depende da forma como encaramos as situações e das lições que conseguimos retirar.
Mas hoje, pelo menos hoje, o meu mundo apenas a mim me pertence.
E sou eu que o construo...
5 comentários:
Cá estamos não é???;)
Gosto muito mas muito do novo cenário do blog:D
Obrigada Caranguejola. :)
olá! vim aki espreitar e nao podia deixar de escrever um comentário pk gostei mt deste post. acho k é importante encontrarmos o nosso lugar e assumi-lo, nao cedendo às pressoes da sociedade. as pessoas perguntam "kd casas?" e "kd tens filhos?" por mera falta de assunto e de originalidade. nao devemos nunca basear decisoes tao importantes da nossa vida nesse tipo de pressoes. a nossa vida é só nossa, nós é que sabemos o que queremos fazer dela (e se nao soubermos, somos nós e só nós qem tem de descobrir).
Concordo plenamente contigo. Embora nem sempre seja fácil percebermos e assumirmos isso. Aliás, essa é a tarefa mais difícil: aceitar que temos de viver a nossa vida!
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