domingo, 20 de fevereiro de 2011

Num sopro de fé


Quem me conhece sabe que uma das minhas principais características é adorar igrejas, ao ponto de ser bastante chata com isso, por isso quando vou passear é obrigatório visitá-las. Gosto da arquitectura, do silêncio, da paz e energia que sinto lá dentro. Mas além disso as igrejas provocam-me sempre sensações que não consigo descrever ou explicar muito bem, algo mais profundo e intrínseco que mexe comigo e altera o meu estado de espírito.
A imagem do lado é a porta de uma pequena igreja presente no percurso pedestre inaugurado recentemente em Lisboa, a caminho do Monsanto (não me recordo do nome),

No fim de semana passado regressei a Lisboa e acabei, sem esperar por isso, por ir dar ao Miradouro da Graça. Senti-me renovada com a vista lindíssima sobre Lisboa, onde o sol se punha devagarinho, até perceber que a igreja estava aberta.

Pela primeira vez entrei num local que me tocou de forma especial. O espaço era extremamente belo, com misturas harmoniosas de cor, luz e som. E enquanto passeva observando os diversos quadros e painéis reparei num homem, relativamente jovem e descontraído, com blusão de cabedal e camisola de capuz que tentava acender uma vela. A minha atenção prendeu-se nele, pois raramente vejo homens novos nas igrejas, pelo que continuei a observá-lo. Já com a vela acesa o homem dirigiu-se a um dos altares laterais, ajoelhou-se e começou a falar baixinho, começando a chorar e soluçar. A carga emocional e espiritual foi tão forte que me senti abalada por aquela imagem, que ainda hoje me toca.

A fé estava li tão perto, tão "fisicamente presente"...

2 comentários:

Anónimo disse...

Que giro! Há dias estive na Graça com os alunos numa visita de estudo. Fomos ver as vilas operárias.
A igreja da Graça é um espectáculo! Aconselho também um saltinho à ermida da Senhora do Monte. A vista é ainda melhor que a do miradouro da Graça e a capelinha é também muito "espiritual", com a famosa Cadeira de S. Gens. Graça é um mundo ;).

Ka disse...

Lisboa é um mundo!
Que saudades das ruas encurrilhadas, dos becos e escadinhas, do sol e do Tejo...