Quem acompanha este blog sabe que mudei há uns meses de casa, tendo ido morar nos subúrbios da capital. Era uma menina da capital, habituada a vir a pé para o trabalho e gastar pipas de massa na FNAC. Ao mudar de casa mudaram-se hábitos e estilos de vida.
Esta introdução serve para dizer que estava habituada a votar em Lisboa. Desde que sou eleitora que o faço e as eleições autáquicas passavam sempre pela mística de escolher o presidente de câmara da capital. Pela primeira vez votei para presidentes de câmara e junta fora de Lisboa. E foi uma sensação muito estranha!
Para começar as salas da escola primária onde votava deram lugar a um pavilhão desportivo, onde todas as secções de voto se encontram no meio do recinto.
E depois não deixou de ser engraçado estar a chegar ao local de voto e ver um aparato de roulotes e barraquinhas com farturas, algodão doce e bifanas. Pelos vistos votar proporciona um aglomerado de pessoas que justifica o negócio, mas não deixa de parecer um ambiente de festa ou de feira, deveras engraçado.
Quando surgiram os primeiros resultados das eleições andava a tentar ver as notas de rodapé, tentando descortinar o meu município, que nem sequer aparecia (tive de ver na net). Mas nisso notei uma diferença grande também. Pode ser apenas o entusiasmo inicial, mas a verdade é que mudar para um sítio mais pequeno faz-nos sentir mais próximos também, próximos da vida local, das dinâmicas que se vão instituído e surgindo. Antes das eleições andava interessada em ver quem eram os candidatos e o respectivo programa eleitoral quando em Lisboa muitas vezes nem sabia quem eram os candidatos à junta de freguesia da minha zona de residência.
E vê-se obra, e vibra-se com a obra. Os políticos estão mais perto da população e dos seus problemas, as iniciativas locais têm outro peso.
Lisboa é, efectivamente, uma cidade moderna, jovem e cosmopolita. Sinto falta das ruas e do sol, da oferta cultural, do comércio, das pessoas. Mas também é verdade que o país não é só Lisboa, que existe muito mais e, por vezes, até bem mais interessante. Os súburbios, as cidades pequenas, as vilas e aldeias têm o poder de nos envolver, de nos acolher, de nos fazer sentir que pertencemos ali, com um "aconchego rústico" enquanto que as grandes cidades nos fazem olhar de lado para os vizinhos que não conhecemos ou colocar uma expressão de frieza e indiferença ao que se passa à nossa volta.
1 comentário:
Aqui em S. Domingos de Benfica, mantém-se o mesmo presidente.
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