Desde que mudei de casa a minha vida alterou-se radicalmente. Tive de fazer imensas cedências, conter-me nos gastos. Deixei de me mimar, de poder comprar o que queria ou de perder horas na Fnac a escolher a carrada de produtos que iria levar, de sair e comer fora com frequência. E a verdade é que depois de pagar as despesas (renda, água, comida para os gatos, etc.), me sobra pouquíssimo dinheiro que apenas serve para me manter até chegar ao fim do mês, pagar novamente as despesas e voltar ao mesmo. Por isso faz-me um bocado de confusão como é que pessoas que ganham o mesmo ou menos que eu passam o dia de trabalho nos corredores a comentarem o que compraram ou o que vão comprar, a mostrarem as roupas novas de marca ou catálogos de cantis e objectos que não lembram a ninguém.
E as conversas são só estas, de compras, roupa, modas. Conversas fúteis e simplistas, desprovidas de qualquer sentido ou profundidade. Ninguém se questiona sobre nada ou conhece outras realidades ou culturas. O que interessa é se a mala da Louis Vitton combina com os sapatos de berloques ou se compram ténis Nike ou Adidas de 150€.
No fundo isto é tudo rabugice matinal, revestida de uma grande dor de cotovelo, é o que é...
Mesmo assim gostava de perceber esta gestão, a sério que sim...
(...)
...calma, acabou de chegar uma delas a mostrar a mala. E as outras "ah, é gira!" (isto com sotaque à tia); "ah, custou 400€" (com o ar mais natural do mundo).
Meu Deus, o que eu não faria com 400€!
1 comentário:
Como eu me identifico...
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