Na passada segunda-feira fui ver o jogo do Sporting a Alvalade. Comentários futebolísticos à parte, a verdade é que gostei de toda aquela envolvência que só encontramos num jogo ao vivo e num estádio de futebol. E o que mais gosto de ver e sentir é exactamente essa realidade, as mulheres de meia idade de pé a gritarem em plenos pulmões asneiras que fazem corar qualquer senhor de bigode e palito na boca, os vendedores de queijadas e gelados a deambularem pelas escadas, as crianças que foram arrastadas pelos pais e passam o tempo todo a comer e ir à casa de banho em vez de verem o jogo pelo qual não nutrem nenhum interesse. E depois existem os treinadores de bancada, que criticam os jogadores até eles marcarem um golo e passarem a ser "grandes jogadores", as claques com bandeiras gigantes a gritarem gritos de festa e louvor e os golos que não se veêm porque estavamos a assitir ao espectáculo das bancadas e não no relvado.
E nestes momentos lembrei-me da minha infância, de quando o meu pai me levava ao velhinho Estádio de Alvalade ainda com bancadas de pedra. Pedia sempre guloseimas, e lembro-me do desapontamento dele cada vez que tinha de vir cá fora comprar comida para mim e para a minha irmã, perdendo jogadas importantes e mesmo alguns golos. Aos poucos fui começando a ter outra atenção pelo que se desenrolava no relvado, e comecei a conhecer jogadores e a gostar de futebol.
Deve ser esta fase dos 30, começamos a relembrar aspectos do nosso passado e da nossa infância e dar-lhe outro sentido, outro carinho, outra importância.
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