Actualmente a palavra "crise" enche os meios de comunicação social e está na boca de toda a gente. Existem campanhas publicitárias de supermercados e todo o tipo de lojas à volta da situação económica mundial.
No meu caso a crise bateu-me à porta de mansinho. Fez "knock-knock", eu perguntei "quem é?" e responderam "é a dona crise!" e eu, estupidamente disse "ah, faz favor de entrar!". Isto para dizer que para mim a crise começou com a minha opção de mudar de casa. Até aí vivia de uma forma despreocupada, comprava o que queria, quando queria. Uma rica vida! Com a mudança de casa veio a independência mas também as despesas para pagar e uma responsabilidade diferente o que me fez mudar o estilo de vida deixando, por exemplo, de passar serões na Fnac onde gastava pequenas fortunas. Agora é muito raro comprar livros e para não cair em tentação tento afastar-me o mais possível desses antros de cultura, como se fosse um vampiro e as livrarias estivessem impregnadas de água benta e crucifixos e alho por todo o lado.E a verdade é que isso me permitiu olhar para as minhas estantes de outra forma e passei a ler os livros que tinha comprado há muito tempo e armazenado na prateleira à espera de melhores dias. O meu objectivo passou a ser "ler todos os livros que tenho em casa" porque apercebi-me que mais importante que coleccionar livros era efectivamente lê-los e apreciá-los.
Mas existem excepções e de vez em quando lá cedo à tentação. Passei a frequentar alfarrabistas e comprar livros em feiras. Na feira do livro do Porto comprei um livro do Stephen King e um do Terry Pratchett a preços fantásticos. Ontem, no alfarrabista aqui perto do trabalho comprei mais três livros: "Coração de Papel", do Luís Louro (há muito que queria comprar um livro dele), "Pérolas a Porcos 2" do Stephan Pastis e "A História de Cristo" de Giovanni Papini. Os três livros ficaram-me a 5€.
A verdade é que se não fosse afectada pela crise possivelmente compraria estes livros a preços bem mais caros.
É caso para dizer que às vezes a crise compensa!
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