quinta-feira, 30 de abril de 2009

Que vergonha...

Nada melhor para nos inserirmos na dinâmica do prédio para onde nos mudámos recentemente, e fazermos novas amizades do que deixar a porra das cuecas cheias de corações cair no quintal do vizinho.

Combater a ignorância

Costumo ver na montra do alfarrabista aqui ao pé do trabalho, a seguinte indicação:

"Atenção! Ler prejudica gravemente a ignorância"

terça-feira, 28 de abril de 2009

Livros, Livros e mais livros

Aderi recentemente ao bookworms (www.bookworms.sapo.pt), uma rede social sobre livros onde se pode partilhar e gerir colecções, ler críticas e opiniões, ver as novidades que saem para o mercado etc.

Mas o que acho piada é ir adicionando ao meu perfil os livros que tenho, permitindo-me assim ter uma panorâmica geral da minha colecção.
Neste momento, e assim quase do "nada", já tenho 135 livros adicionados, mas ainda falta tanta, mas tanta coisa... Tenho estado apenas a incluir (gradualmente) os livros que já li, faltando por isso todos os livros que fui comprando ao longo do tempo e se encontram ainda em "lista de espera" para serem lidos.

Mas agora fiquei com curiosidade em saber quantos títulos possuo.
Chegarei às várias centenas?

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Class Reunion - O desfecho

E o jantar de turma lá aconteceu, num restaurante lisboeta onde predomina o bife e a imperial. Acabei por chegar mais tarde, juntamente com uma amiga que se constitui como o único contacto que mantive quando acabei o secundário. Nenhuma de nós estava com muita vontade mas já tínhamos dito que íamos portanto lá aparecemos.
Quando chegámos já todos estavam sentados, numa mesa bastante grande e que albergava mais pessoas do que suponha, tendo recaído a maior parte das atenções para nós.
Verifiquei que todos estavam muito parecidos, praticamente iguais. Claro que mais velhos, maduros, já com algumas rugas a vincar o rosto, mas a imagem que tinha daquelas pessoas manteve-se. As expressões e os risos eram os mesmos de sempre e reconhecíveis em qualquer parte do mundo, e isso acalmou-me e fez-me despir o manto de preconceitos que eu própria levava porque afinal o preconceito era meu, não deles.
E sim, existiam médicos, enfermeiros, biólogos, investigadores, psicólogos, matemáticos, arquitectos, veterinários, professores, mas também desempregados, assistentes de loja ou quem estivesse a acabar cadeiras na faculdade. As conversas pautaram-se pelos percursos profissionais actuais e pela recordação dos tempos de escola. E foi incrível recordar episódios marcantes vivenciados com todos eles, com aquelas pessoas que apesar da carreira ou da vida que têm agora, na altura não eram mais que um conjunto de miúdos inseguros. Ou ver numa mistura de nostalgia e vergonha as fotografias da altura que alguém levou, ouvindo-se dizer "Xi, eu adorava este casaco!!" ou "Ainda tenho esta camisa!"
E havia mesmo quem se lembrasse do nome de todas as professoras, das perguntas e respostas que saiam nos testes , das ementas do bar ou do nome dos cães que eram as mascotes da escola.
Mas também ficou bem patente que aquele jantar de turma era apenas um jantar de turma. O tempo que nos separou fez com que a única coisa que ainda nos liga seja exactamente o passado. Além das tradicionais perguntas do "então que estás a fazer" e a recordação de alguns episódios, pouco mais existe que um vácuo.

Mas se calhar é mesmo assim. Por vezes o passado é a única coisa eu existe...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mamma Mia para ti também!

Não percebo, a sério que não percebo. Os ABBA, que estavam extintos e acabados, por causa de um filme em que alguns actores conhecidos, incluindo o Pierce Brosman, cantam umas musiquetas deles (nem consigo imaginar o degredo que deve ser...pior que o Armagedão certamente....) voltaram à ribalta.
E de repente toda a gente canta e dança e ouve-se Mammas Mias por todo o lado. Que enjoo!! Não há mais nada que fazer?? Mas que raio, será só as saudades das calcinhas à boca de sino e os cabelinhos com risquinho ao lado?
As minhas entranhas revolvem-se com indignação cada vez que oiço estas cançonetas, ainda por cima cheias de remixes para dar um ar mais modernaço à coisa.
Como se não bastasse detestar esta nova moda, ainda tenho que "levar" com ela aqui no trabalho porque a minha colega de gabinete gosta muito e coisa e tal.
Não tenho outra solução, vou arranjar uns tampões para os ouvidos ou algo que me valha e ficar com este aspecto:

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Toys 'r us - versão gato

Roubando a ideia do Van Dog, aqui vão os brinquedos do Pépe e da Zara:

o arranhador "Zulmira"


O "Patolas" que volta e meia anda pelo ar

O "ervas"


Um Schleich, que desde que o comprei tem uma vida difícil
Marcador de Livros a ser roubado en flagrante!

Faz-me espécie...

As pessoas que estão sempre mal dispostas, que são desagradáveis e arrogantes, que falam de forma agressiva como se toda a gente lhes devesse alguma coisa.

Hirra, que raio de maneira de começar o dia!

Class Reunion

Não sei de onde surgiu, quando surgiu ou quem teve a ideia de o fazer, mas no fim-de-semana vou ter um jantar de turma de secundário. À primeira vista parece uma ideia catita e agradável, reencontrar os antigos colegas que seguiram percursos diferentes dos nossos e nunca mais vimos. Mas a certo ponto - e complicada como sou - comecei a pensar: "mas espera lá, isto não é tão interessante quanto parece!". E lembrei-me de quem efectivamente fazia parte dessa turma e de como costumávamos funcionar. È claro que existem pessoas de quem gostava e me dava bem, uma delas é uma das minhas melhores amigas e até já nos conhecíamos antes do secundário mas não foi assim com toda a gente. E mesmo as pessoas com quem me dava...puxa, já passou tanto tempo sem contacto, vamos estar todos tão diferentes!
Recordo-me do panorama geral, éramos uma das melhores turmas da escola e isso pode parecer positivo, mas no seio do grupo não era assim tão bom. No fundo era um conjunto de meninos bem comportados e algo mimados, que competia entre si para ver quem tinha as notas mais altas e entrar em Medicina. E a verdade é que o resultado foi mesmo o de se terem formado vários médicos, enfermeiros, biólogos...
Não sei, tudo isto me soa estranho....Lá está, a maior parte seguiu grandes carreiras, já estão casados e com filhos, uma vida estável, agradável, chique. E depois existo eu, sempre tímida e recatada, que ainda ando de mochila e ténis e não tenho uma grande carreira, não sou casada, não tenho filhos nem uma vida fantástica e finesses. E questiono-me que raio vou fazer aquele jantar, sem ser o de me sentir à parte, porque no fundo não "conheço" ninguém.
Isto pode parecer uma ideia arrogante e presunçosa da minha parte, além de extremamente negativista e talvez esteja a ser injusta até porque também me recordo dos aspectos positivos, das brincadeiras, dos episódios ridículos que nos marcaram, de algumas cumplicidades, dos professores que nos acompanharam e viram crescer. Mas tenho receio que não seja isso a sobressair no jantar, mas sim os projectos, as carreiras, o dinheiro, a vida pessoal.

E tudo isto me faz lembrar uma história da Disney com uma das minhas personagens favoritas, o Pateta. Tal como eu, o Pateta recebeu um convite para uma reunião de antigos colegas de escola, e após o entusiasmo inicial percebeu que não tinha vontade nenhuma de ir porque os colegas seguiram rumos diferentes e tornaram-se médicos, advogados, gestores, pessoas de sucesso, enquanto o Pateta....bem, era o Pateta! Acabou por ir obrigado pelo Mickey e após constatar que nada tinha que ver com aquela realidade e de se sentir inferiorizado, decidiu ir embora. E foi nesse instante que apareceu o Bafo de Onça para efectuar um assalto. O Pateta lá convoca um antigo "grito de guerra" que os colegas reconhecem e todos juntos impedem o assalto do vilão, tornando-se o Pateta no herói da história, admirado e querido por todos.

Não deixo de me sentir familiarizada com o Pateta na primeira parte da história, mas eu não tenho um grito de guerra (e também espero que não apereça nenhum Bafo-de-Onça a efectuar um assalto).

Talvez possa tentar sair de fininho, como o Pateta tentou fazer...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dicas de sedução

Aqui estão umas lições de sedução pela Zélia Duncan (da música "Porque é que não pensei nisso antes"):

(...)
"Pensei seduzir você domesticando elefantes
Cuidando bem de bebês, doando-me pra transplante
Eu mesmo ser meu dublê, meu próprio representante
Por cargas d´água, por que que eu não pensei nisso antes?
Por que que eu não pensei nisso antes?"

- Ora, confesso que tenho esta dúvida: Como é que domesticar elefantes seduz alguém? E, partindo do princípio que alguém é seduzido desta forma, como é que se arranjam elefantes para domesticar? Vai-se até à Índia ou África? Não percebo...

(...)

"Pensei seduzir você mudando-me qual um mutante
De alguma estrela trazer um raciocínio brilhante
Bater no peito e dizer, num brado bem retumbante
Só penso em você, por que que eu não pensei nisso antes?
Por que que eu não pensei nisso antes?
Por que? Por que? Por que?"

Voltemos às dúvidas. Continuamos com a temática do elefante, que agora regrediu para mamute. Será uma fixação por bichos grandes? E que raio é "mudar-me qual um mamute"? É ficar peluda? Há pessoas que parecem macacos, outras cheiram a doninha, agora mamute é novo! E porque é que não soa a algo atraente??

Se alguém experimentar estas técnicas digam o resultado!

Vou à biblioteca e já volto

Muitas vezes as bibliotecas são vistas como locais enfadonhos e com cheiro a mofo onde raramente se põe os pés. No entanto algumas são verdadeiras obras de arte, de regalo para a vista e para o espírito como é possível verificar nas imagens que se seguem. Mais bibliotecas podem ser vistas aqui, onde constam também alguns exemplos portugueses.

Roma

Rio de Janeiro
Praga

Vaticano

terça-feira, 21 de abril de 2009

Tenho dúvidas

É Gás, Gaz ou tanto faz? (rimou!)

No Fox Terrier?

Nos jardins do Museu do Prado, em Madrid

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Recordações de Infância

E afinal a capa meio acizentada com um homem que segurava um qualquer instrumento musical contém sinfonias de Brahms, Tchaichovsky, Beethoven. Afinal o rapaz que cantava uma música infantil vestido com um fato de treino azul, típico dos anos 80 chama-se Pedro Couceiro e hoje é piloto de automóveis e cuja música pode ser ouvida aqui.
E depois existia o disco dos patinhos, as 20.000 léguas submarinhas em brasileiro, o Topo Gigio, o Michael Jackson (com o famoso Thriller), ou o José Barata Moura com vários discos incluindo o Fungágá da Bicharada (e é estranho pensar que tenho um diploma assinado por ele...). Existiam os típicos cantores dos anos 70 que não ideia de quem são, as canções de intervenção portuguesas, o Fernando Tordo ou o Carlos do Carmo, o "Viva la España" que eu e a minha irmã adorávamos, o "Carlitos não te portes mal" ou o "Eu vi um sapo" e algumas cantoras africanas cujos discos o meu pai comprava por terras africanas.
E que vontade de voltar a ouvir todos estes discos.
E que vontade de reviver épocas antigas e descobrir novas coisas.

Mutações

E em mais um aniversário paterno, o balanço de vida que se fez é de que o tempo corre muito depressa, é o de que o tempo é relativo e o corpo envelhecido encerra uma alma jovem, a alma de sempre.
E os avisos, sempre os avisos, que eu chegando aos 30 também irei começar a sentir o tempo fugir-me entre os dedos.

E afinal o meu pai (segundo o poema da minha sobrinha) é um cavaleiro muito forte que salvou uma princesa que estava presa num castelo. Mas agora, com a idade, ele passou a ser um Mago muito poderoso.

Como é que ela soube?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Escolha musical de ontem à noite

Barbeiro de Sevilha, ópera do compositor Rossini.



Nusrat Fateh Ali Khan, músico Paquistanês, cantor de música Sufi. Para ver mais informações aqui.

Musicalidades


Há já algum tempo que me tenho lembrado dessa peça da antiguidade que era o gira-discos. Recordo-me de existir um pequeno, uma versão simples, onde por vezes ouvíamos músicas de Natal, mas que rapidamente foi substituído por um mais moderno que vinha incorporado numa aparelhagem com espaço para cassetes e rádio. Tinha a inovação, para os gira-discos da altura, de não ser preciso virar o disco para ouvir o lado B, uma vez que a agulha era automática e ela própria virava.
E procurando nos resquícios de memória recordo-me de estar sentada no chão, mesmo em frente ao gira-discos, naquela proximidade de quem gosta e acha que assim absorve melhor cada instante, a ouvir com a minha irmã "A Branca de Neve e os sete anões", numa versão meio brasileira. E apesar de agora me parecer estranho, sei que na altura adorava, ao ponto de a capa já estar meio rasgada do uso.
Também me lembro do meu pai me mostrar um disco com umas sinfonias e tentar explicar-me qualquer coisa. Não faço a mínima ideia do que era, mas sei que foi a primeira que ouvi e que hoje em dia, cada vez que ouço música clássica ou mesmo ópera, me lembro desse disco com capa meio acizentada com um homem que segurava um qualquer instrumento musical.
E depois lembro-me do disco "O macaco gosta de banana" do José Cid ou de um rapaz que cantava uma música infantil vestido com um fato de treino azul, típico dos anos 80.
E dou comigo nostálgica, a pensar nos tempos em que a música era ouvida assim, da forma mais pura apesar do ruído e imperfeição do suporte que era tudo menos digital.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Há fãs e fãs....

E eu que pensava que era fã do Homem Aranha, percebi recentemente que afinal há quem me supere largamente.
O meu sobrinho de 2 anos aprendeu recentemente a ir à sanita porque não queria sujar as cuecas do Homem Aranha.

Isto sim! É ser fã!

Poucas palavras, mil sentimentos

Não sei se ouves o meu eco no vazio mas a conversa de ontem fez-me pensar e querer abrir devagarinho as gavetas, as minhas gavetas repletas de pó e cadeados que guardo nos recantos sombrios da minha existência.

Ajudas-me?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Não gosto do George Cloney

No passado fim-de-semana, antes de encetar viagem pelas terras da Galiza, dirigi-me a uma superfície comercial da zona norte para comprar o raio das pastilhas para a máquina de café aqui do trabalho. Já me tinham dito que era preciso o número de cliente ou algo do género. Obviamente não disponho de tais dados, porque não tenho máquina em casa. Mesmo assim decidi experimentar e ver como corria.

Quando fui atendida, e depois de ter escolhido os cafés que queria (e continuo com a ideia de que existe uma estratégia de marketing muito bem arranjada, com uma grande quantidade de sabores e qualidades de cafés, cheios de cores e designações atraentes) perguntaram-me qual era o número de cliente.

- (Eu): Não tenho.
- (Empregado chique engravatado): Ah, então vamos criar uma conta para si! É que assim pode-se prever quando necessitará de um kit de descalcificação!
- (Eu) Está bem...

Seguiram-se algumas perguntas sobre dados pessoais e perguntam-me para dizer qual é o modelo da máquina.
- (Eu):Não sei qual é o modelo, é uma máquina que está no trabalho.
- (Empregado): No trabalho?! (com ar surpreendido...) Mas ganhou-a no trabalho???
- (Eu): Não amigo, não a "ganhei", é uma máquina que está no local de trabalho e que todos utilizamos!
- (Empregado): Ah...pronto, então continuemos o registo...consegue identificar a máquina pelo catálogo?
E de repente abre uma revista com uma quantidade de máquinas e modelos e cores e fiquei feita parva a olhar para aquilo, a tentar lembrar-me da máquina.
- (Empregado): Então mas não se lembra? Como é que tira o café?
- (Eu): Carrego no botão! (dah!!)
- (Empregado) E em que posição estão os botões?
- (Eu): De lado! (já a ficar enjoada com a conversa do registo e da máquina e dos botões e o carago)
- (Empregado): Assim? (e de repente começa a exemplificar como se ligava a máquina, esboçando gestos no ar, como se ela estivesse ali. Estica os dedidos de forma chique como se tirasse um café numa máquina virtual)
- (Eu): Sim, assim (acenando com a cabeça e a pensar que este filme era mau demais para acontecer e que a cena era simplesmente ridícula).
- (Empregado): E qual era a cor lateral da máquina?
Mas que raio.... pensei em porque é que era preciso saber o raio da cor lateral da máquina? Dali a um bocado estavam a perguntar quantos milimetros tinha a torneira por onde pinga o café ou qual o nível de ruído que produz. E sabia lá eu qual a cor lateral da máquina, se nem me lembrava de coisas importantes da minha vida ou o que tinha comido na véspera, lembrava-me lá disso...
-(Eu): Acho que era preta...
- (Empregado): Minha senhora, preta não pode ser! (Diz com um ar meio chocado). Ou é cinzenta ou azul!
- (Eu): Sei lá, não me lembro. Não fui eu que a comprei!
- (Empregado): Mas a máquina não é sua??
- (Eu): Não!! Já lhe disse que é uma máquina que está no trabalho e é utilizada por todos!
De repente o empregado esboça um ar embaraçado e tenta pronunciar qualquer coisa.
-(Empregado): Ah...é que assim...pronto...ok...é que assim não interessa nada o registo! Vamos esquecer....
- (Eu): Sim, é melhor esquecer este momento!

Gostei muito da minha primeira experiência na loja de café. Isto já para não dizer que tinha café à borlix e agora ando a pagá-lo.

Não que ele estivesse na loja, claro, mas já agora, que raio vê o mulherio no George Cloney?? É que sinceramente nem o acho nada de especial!

Reading

" Sagas and myths of the Northmen".
And it's written in english! Oh Yes!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Cadernetas

Sempre fui fã de livros da Disney, e foram eles que em tenra idade me incutiram hábitos de leitura. Ainda me lembro de estar doente, com os meus 6 anos, e a minha mãe me oferecer o Disney Especialissimo (Os Primos/ Os Fora-da-Lei) que foi o primeiro livro de BD que tive (muitos lhe seguiram). Acho que ainda tenho esse livro (e muitos outros) arrecadados de forma imprópria em casa. Custa-me deixar partir bocados da minha infância...
E foi num desses momentos, em que decidi pegar num livro já antigo, com folhas meio a cair, enquanto almoçava, para me distrair.

E reencontrei o Robin Hood, da Disney, numa das páginas de publicidade. E de repente, numa espécie de FlashBack, vieram-me as memórias de imagens difusas arrancadas de tempos passados. Lembrei-me que tinha uma caderneta do Robin Hood, que adorava, com cromos que se iam comprando, muitas vezes nos quiosques de rua. E que gostinho o de abrir a embalagem dos cromos e ver o que saía e colá-los no espaço vazio e reservado para aquela imagem, de forma quase imaculada.

Recordo-me que não completei a caderneta, mas não sei o que foi feito dela. Será que foi para o lixo? E eu também gostava dos desenhos animados, mas havia qualquer coisa de inexplicavelmente agradável na caderneta.


E de repente senti saudades de, tal como uma criança, voltar a colar cromos numa caderneta. Será que ainda existem?

Viagens

E após um tempo de mini-férias com sabor a Páscoa, pela Galiza, retorna-se a casa e ao trabalho. Confesso que gosto de viajar de carro, quase sem destino, conhecer fronteiras inexploradas e repletas de vivências que se tornarão em recordações marcantes.
A viagem, com início marcado no Porto, teve a sua primeira paragem para um café em Valença, onde subindo até à muralha pude vislumbrar o rio que separa Portugal de Espanha, a ponte que liga as duas margens e que já percorri a pé duas vezes em peregrinação até Santiago de Compostela. Mostrei com o orgulho de quem partilha uma parte importante de si os caminhos que trilhei com sofrimento em viagens passadas. Deixando para trás Portugal, a próxima paragem foi Baiona, local mais turístico, onde se vislumbra o mar e os turistas, antes de começar a chover e nos fazer "fugir". De seguida Santiago de Compostela, uma experiência repetida para mim, mas nova para outros. Hotel 3 estrelas em promoção, com todas as condições para nos sentirmos confortáveis e perto da zona central e histórica. Depois de imenso tempo à espera do jantar, lá vieram os famosos Pimientos Pádron, Polpo (polvo) e umas ameijôas com um molho que não desgostei mas nada tem a ver com o nosso. Veio a conta e lá vieram as reclamações pois os preços estavam incorrectos. Meio em Português, meio em espanhol (naquele dialecto horrível e irritante que temos tendência para acreditar que os espanhóis percebem mas não percebem) lá nos cobraram o preço devido.
A manhã seguinte serviu para explorar Santiago, para dar a conhecer a catedral que já tinha palmilhado várias vezes, dando a conhecer um pouco da história do local. Os peregrinos a chegarem à praça, com dores e a coxear, provocaram-me uma sensação estranha, de reconhecimento, de partilha. Também eu já tinha chegado ali naquela condição... E existiu uma compreensão surda, lenta, interna.

Com Finisterra no horizonte, outro local de peregrinação, pude vislumbrar o mar, sentir o calor do sol e percorrer de carro toda a costa numa paisagem deslumbrante.

A dormida em Pontevedra é que já não correu muito bem. Algumas pensões já estavam cheias e a carteira vazia por isso optou-se por uma pensão que foi, decididamente, o pior local onde dormi até hoje. O quarto tresandava a tabaco, apesar de um aviso gasto indicar que era probido fumar. Duas camas com roupas velhas deparavam-se no centro do quarto cujas paredes estavam manchadas de sujidade. As toalhas tinham um aspecto encardido e a vista era fantástica, para umas traseiras esquisitas onde se viam canos e toalhas penduradas. A casa de banho era comunitária, ou seja, usada por todos. Ou quase todos, que só a ideia de tomar banho ali me repugnava, sendo por isso usada apenas para o mínimo indispensável. Todo o quarto era horripilante e dormir ali não foi prazeroso (muito menos depois de ter estado num hotel de 3 estrelas). Serviu como experiência.

Apesar das mini-férias, o regresso a casa é sempre muito bom. Valoriza-se muito mais o que por cá temos. É a nossa casa, a eterna casa, onde está a alma e o coração. E a comida caseira! Que o turismo deu-me a volta ao estômago (literalmente).

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A ler...

Livro de SF Said, com ilustrações de Dave Mckean. Uma descoberta fantástica. Comecei ontem, espero terminá-lo hoje.

Mais vale tarde....

No Natal ofereceram-me um perfume corporal da Rituals. Nunca tinha experimentado e nem conhecia a marca, apenas me lembrava de ter visto as lojas (que aparentam um aspecto caro) em alguma ssuperfícies comerciais.
É descrito como um perfume corporal para colocar a seguir ao banho, com arome refrescante e que transmite energia (or something like that).
A verdade é que experimentei e gostei bastante! Mais recentemente, e por mera acaso, experimentei um duche de banho da mesma marca. E o efeito foi fantástico também. Além do cheirinho bom faz bastante espuma.
Eu que nunca liguei a estes produtos mais *femininos* e para o corpo e tal, à medida que o tempo passa vejo-me a usar estas coisas e o *pior* é que gosto!
Não faz mal nenhum cuidarmos do corpo, de nós, nos mimarmos. Percebi que aumenta a auto-estima e o equilibrio interno, porque nos sentimos melhor, mais em harmonia. Pelo menos é assim que funciona comigo.
E é uma excelente forma de colocar o astral para cima e curar depressões.
Ah pois é!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Lord of The Flies

Acabei de ler há muito pouco o "Deus das Moscas", do William Golding. Andava enrolada com o livro (coisa que detesto) e não havia maneira de avançar. Mas viver nos subúrbios e andar de comboio tem destas vantagens: retomar hábitos de leitura. E voltei a pegar no livro e a história acabou por me agarrar. E de que maneira. Um livro que nas primeiras páginas parecia inocente, acaba por demonstrar a podridão do ser humano e a nossa verdadeira essência.


quinta-feira, 2 de abril de 2009

Realidades

E como num sonho escuro sinto o peso da realidade que se abate sobre mim. Lentamente, envolvendo-me e consumindo-me como um veneno que se alastra.

Prefiro os mundos de fantasia, cor-de-rosa, onde tudo é bonito e puro, onde tudo é possível e o amor ganha sempre.
Prefiro esses mundos onde vivi e me construí.

Crescer não é fácil.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ora aí está...

Na minha recente incursão pelo mundo das máquinas de café, depois de ter participado na compra de uma máquina aqui para o trabalho, lá consegui cravar umas pastilhas a uma colega que me vendeu umas quantas. Parece contrabando: "quantas tens?" "Psiu, de que cor são essas?!".
E depois funciona tudo com uma espécie de código e linguagem que não está acessível à maioria dos mortais (vulgarmente conhecidos neste contexto como borra-botas que não têm uma máquina Nespresso).
O que me calhou na *negociata* foram estas pastilhas:
Capriccio
Roma

E que quer isto dizer? Pois, não sei. Só sei que o Roma tem um grau de intensidade mais forte. Continuo a achar que estas máquinas são uma campanha de divulgação muito bem orquestrada, roçando a lógica de "moda" que se instalou. As máquinas são fáceis de utilizar, estéticamente bonitas e modernas, com uma enorme variedade de café, que vem em cápsulas, dando a ideia de que existe um "café para cada pessoa", que respeita a sua individualidade. O ambiente das lojas é chique e os empregados de fatinho e sempre dispostos a ajudar.
Ou seja, uma espécie de cenário construído de forma atrante para cativar clientes e assim aumentar os consumos.
Provavelmente o café nem é dos melhores mas a forma como este cenário foi concebido nem sequer deixa grande espaço de manobra a outras marcas.
E pronto, seguimos a moda também...